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Jacinto Ferreira

Crônicas, Acontecimentos, Gente

Gente que Acontece: Os elos que fizeram de Sam Refarih se tornar expoente da Dança Contemporânea


O Quadro ‘Gente que Acontece’ desta edição divaga sobre uma das artes que, a este redator, mais brilha aos olhos, suscita sentimentos e sensações. Talvez, seja a primeira-dama dos movimentos, àquela que por meio dos ritmos e compassos, tem a permissão artística de extrair o oculto das músicas em suas melodias, e, em intimidade, tocar, emocionar e, por um instante, nos levar além do que nos permite ver o ‘Véu de Maya’. 

Falo aqui da Dança!

Essa arte que, como dito aos quatro ventos, espanta os males e alegra a vida. É sobre ela, em seu vigor e pungência, que esta edição estende seu tapete vermelho, para passear sobre a história de um dos seus discípulos mais notáveis na cidade de Caxias e região. Mergulhem nesse rito de um devotado amante da Dança que, a tem com amor, e ela o tem, como filho e servo. Aqui, a história do Dançarino e Coreógrafo: Sam Refarih. 

Sam Refarih, criança

A Dança fita os olhos de Sam aos exatos 08 anos de idade, quando o mesmo, numa busca de liberar sua imperatividade, passou a ter acesso a esta arte na escola em que estudava e, também nos Ministérios de Dança da Igreja em que congregava junto com sua avó. 

Raimunda Gomes Farias, avó de Sam Refarih

“Minha avó costumava me levar pra Igreja, e lá congregando, eu acabei despertando uma afinidade pela arte da Dança. Nos tempos de colégio também não era diferente. Sempre que haviam apresentações que envolviam a linguagem cênica, em específico, a Dança, eu sempre me fazia muito disposto a participar das atividades, seja quanto integrante, seja enquanto organizador”, relembra Sam. 

Na época, um dos irmãos de Sam começou a dançar. E meio que por osmose, pelo exemplo, observando ele o quanto Sam se mostrava encantado com esta arte, não demorou muito, seu irmão o chamou pra dançar também no grupo de Hip Hop do qual fazia parte. 

Gerson Rebelo Farias, irmão de Sam Refarih

“Eu confesso que ia muito animado, com um sorriso de canto a canto do rosto, entusiasmado com as práticas que aconteciam e também já muito dedicado com os passos – adequados para o aprendizado de uma criança de 08 anos – que meu irmão me ensinava. Então, a verdade é que esse universo sempre foi muito presente na minha vida, o que acabou se enraizando e dando vazão ao que eu sou hoje,” pontua Sam. 

Com notório talento artístico e dedicada obstinação pela excelência profissional, bem percebíveis em Sam, não demorou muito para ele alçar novos voos. Assim, aos 15 anos de idade ele foi convidado para participar de um grupo de dançarinos que treinavam no Centro de Cultura de sua cidade, o que possibilitou a ele a primeira oportunidade de vir a se apresentar em um palco aberto.

“Foi nesse palco, justamente, nessa minha primeira apresentação, que eu tive a certeza de que iria dedicar minha vida a trabalhar com a arte da Dança. Ao sentir meu coração pulsar, sentir o meu corpo em liberdade querendo dançar sozinho, querendo falar por si mesmo através da Dança, a se interpretar e a se movimentar sozinho de acordo com a música e de acordo com o que sentia; foi nessa mistura de sensações e de euforia que eu compreendi que essa arte era pra mim; e desde então essa é a minha certeza!”, declara Sam. 

E, é nessa certeza que Sam Refarih vem fazendo da Dança seu pilar de felicidade e de trabalho, cujo diferencial reside na importância do que exprime o seu ser, através dos movimentos que realiza e ensina. 

“O principal diferencial do meu trabalho é que ele vem de forma única, você não encontrará ele em outro lugar. Porque ele é o que eu sinto, é a arte de externizar o Samuel interno que muitos não conhecem ainda, mas que podem conhecer ao fazer uma aula comigo ou ao assistir um show meu. A dança nos trás o diferencial de poder ser diferente a cada aula/workshop. Já ouvi alunos me falarem que minhas aulas nunca são parecidas, sempre uma é diferente da outra, e eu acho isso muito massa!”, externa Sam. 

Com olhar crítico, o dançarino não deixa de pontuar que existem alguns obstáculos a serem vencidos para que a Dança, em sua arte, seja ainda mais valorizada e assim, consiga atingir os mais diversos tipos de lugares e de gente. 

“Ao meu ver o principal obstáculo para que a Dança, enquanto Cultura e Arte, consiga atingir uma maior propagação e inclusão se configura na falta de incentivo, tanto público quanto privado. É sentida a falta de programas que venham beneficiar pessoas que queiram viver da Dança, trabalhar com essa arte. O que acaba obstaculizando o acesso dela a um moleque de rua, que, assim como eu já quis um dia, queira ter um apoio, ter um espaço, um local pra treinar”, pontua Sam. 

O dançarino e coreógrafo diz que, apesar desse entrave, ser escolhido e sentir pertença e pertencido à Dança, já é em si uma grande vantagem, pois quando se faz com amor, dedicação e profissionalismo os ganhos são bem satisfatórios, como relembra neste caso, em específico. 

“Existe uma cena que jamais vai sair da minha mente, algo que ocorreu há um tempo, nas primeiras aulas ministradas por mim. A cena é a seguinte: um aluno que residia em um bairro periférico sempre era o primeiro a chegar na aula, mesmo morando longe ele nunca se atrasava. Algo que não se repetia com alunos que moravam mais próximos, que poderiam chegar cedo e muitas vezes não conseguiam. Em uma dessas tardes de aula eu usei esse meu aluno como exemplo e disse aos demais: "Estão vendo o fulano? Ele mora mais longe que todos nós e é o primeiro a chegar, se esforcem galera, pra ser assim tbm". Quando finalizei a aula ele veio a mim e disse a seguinte frase: "Sam, as coisas em casa não vão bem, e aqui, dançando, é o único momento que minha cabeça silencia pra ouvir a música e meu corpo poder dançar." 

Em seguida ele me agradeceu e saiu para se encontrar com os outros que já estavam lá fora. Pra mim, foi muito gratificante saber que eu estava contribuindo para que ele pudesse esquecer, mesmo que por um momento, uma parcela considerável dos problemas que enfrentava”, emocionado relembra Sam.

Sam Refarih e Dona Raimunda, sua avó, em foto atualizada

Para o futuro, Sam Refarih tem como propósito poder levar a Dança à lugares em que ela ainda não chegou de forma pública. 

“De maneira a dar oportunidade do guri que não pode pagar por um workshop, ter pelo menos acesso a uma aula aberta. É isso, poder levar a Dança ainda mais longe e de forma mais acessível, através de projetos que vejam o jovem como uma oportunidade de expandir a arte, porque de fato é isso”, certifica Sam.

Aos que desejam imergir na arte da Dança, Sam aconselha:

“Treine o máximo que você conseguir! Acredite em si mesmo! Cuide do seu corpo, futuramente ele será seu principal instrumento de trabalho. É importante ter bons intrumentos. Procure diversidade de estilo e seja sempre ‘cara de pau’ (hahaha), não tenha vergonha de perguntar, de pedir pra ensinarem algo que você ainda não saiba. De resto, você tira de letra, afinal: você já é um ARTISTA!

Neste mês dedicado à Juventude, tivemos a felicidade de assim contar o início, já tão brilhante, da trajetória profissional deste jovem caxiense, Sam Refarih. Que, como se nota, une à excelência de seu trabalho, valores empáticos, de ética, ecletismo coreográfico, imprimindo por meio de sua dança, uma nova cor e leveza na vida de seus expectadores e alunos.

Ele, que além de dançarino, coreógrafo é também escritor, e acaba de fazer surgir uma loja virtual de vestuário masculino, na multiplicidade dos talentos que possui, se mostra acima de tudo, um mensageiro dedicado da arte que o acessa e deixa todos os que o assistem, que o leem, admirados, encantados e certos de que Deus, em suas dádivas, sabe bem a quem oferta dons, talentos e benfazejos. 

Gravem esse nome: Sam Refarih!

Vocês ainda vão ouvir falar muito sobre ele. 

Além Caxias para o Mundo! 

Até o próximo quadro ‘Gente que Acontece’.

______

Sam Refarih

Dançarino, Coreógrafo, Escritor, Vestuário

Contatos:

- Instagram: @samrefarih. |  @refarih  |  @refariboy


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