Wybson Carvalho
Recanto do Poeta
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Carnaval
Abundância de carne animal
repartida aos entes do teatro infernal...
eis,
a iguaria vadia da fantasia...
mistura de utopia e alegria:
homens e máscaras em memorial
e
sob marchas em euforia no bacanal.
Quarta-feira de cinzas
Há homens derramados nas passarelas e rostos de alegria apanhadas nas sarjetas pelos foliões da última noite...
momentaneamente,
um período dantesco se apaga para tudo retornar à luz...
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Poesia à luz
Escrevi-te e transportei-te à ética
do pensamento ao branco papel
eis, pois, a alma poética
sob expulsão do útero verbal
à existência constituída
em eterno livro memorial!
Tua carne
Eis, a densa porção avermelhada
em 1/3 da tríplice matéria
na qual tua alma está acasalada
e imersa na vermelha vida em sangue!
Destinação
O azul...
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Valsa do descompasso
Quando meus passos estiverem bailando
de um lado para outro,
a personalidade dos indivíduos será abalada
ao prosseguir nas vias estáticas
do comportamento social.
Oferta à vida
Haveria prata, ouro e diamantes,
se eu preferisse caminhar certo
pelos tortos e estabelecidos caminhos
pautados em tua ambiência.
mas,
vesti-me do nada
e rumei por veredas aziagas
do meu inferno existencial
a...
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Um réu ao cálice de fel
Os pecados que são imputados ao homem
são cores afóticas
como o olhar demoníaco nas trevas...
porém,
ele vê a vida caída num esgoto de água turva.
então,
em seu suicídio inundado,
sua alma não será perdoada pela ira infernal.
Amputação
O que tiram de mim
não farta a lacuna da ganância ao alheio:
se...
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O poder
Poder é sempre um espelho
a refletir imagens:
reais – dos que o detêm para aqueles que o querem
irreais – daqueles que o querem, mas não o têm.
Iguaria real
Em mim há uma porção negra:
confusão de minha origem ao apuro da morte
- qual vela apagada à existência.
Opus caxiense
Caxias, palco invadido por claques outros
a marginalizar teus nativos artistas,
em teu...
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I
... apague a luz da noite na tua face ao fechar as duas estrelas luminosas dos teus olhos e repouse em um sonho a renascer...!
II
... amo o perfumado silêncio das flores nos jardins, pois ele me diz o que as almas calam em seus desejos ...!
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...ainda há um aroma de flores caídas no chão das manhãs, tardes e noites dos dias existenciais à pandemia.
...ainda há um ar velórico tal qual o ensurdecedor silêncio de finados sem o badalar dos sinos da Igreja de São Benedito, acordando o segredo de sonhos embriagados à solidão dos bares ao entorno da Praça Vespasiano Ramos.
...ainda há uma angustia com sensação de um medo...
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Enigma editorial
O verso apodrece
qual verme habitante
nas vísceras da fome
e o poeta se faz pecado.
é pois,
a angústia indigesta
sob a ânsia de vômito
em pedaços do verbo
derramado ao papel.
Opção
Fui, sou e serei
o filho não pródigo
sem casa para retornar
e
sob um sol de brasas,
outros passos levam minha alma
- queimada e acasalada –
nos dias sem querer descanso
e na...
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Quanto és bela, ó Caxias! - no deserto,
Entre montanhas, derramada em vale
De flores perenais,
És qual tênue vapor que a brisa espalha
No frescor da manhã meiga soprando
À flor de manso lago.
Tu és a flor que despontaste livre
Por entre os troncos de robustos cedros,
Forte - em gleba inculta;
És qual gazela, que o deserto educa,
No ardor da sesta debruçada exangue
À margem da corrente.
Em mole seda...
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Meu sol
Emersa luz de vida fugitiva
dos montes em véus escuros
e carregados de prantos posteriores
à rega temporária da terra cáustica
Vem e prepara a coberta de calor
que transforma em cinzas
os momentos matutinos e vespertinos
da agonia, diariamente, seca.
Não ir
Meus descalços pés andarilhos
levam meu corpo baldado e nu
ao caminho algum de repouso
no qual chego carregado de nada.
Ceticismo e...
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