Wybson Carvalho
Recanto do Poeta
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Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo...
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O biem qu’aucun bien ne peut rendre,
O Patrie, ó doux nom que l’exil fait comprendre!
Marino Faliero
Oh! doce país de Congo,
Doces terras d’além-mar!
Oh! dias de sol formoso!
Oh! noites d’almo luar!
Desertos de branca areia
De vasta, imensa extensão,
Onde livre corre a mente,
Livre bate o coração!
Onde a Ieda caravana
Rasga o caminho passando,
Onde bem longe se escuta
As vozes que vão...
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Como eu te amo
Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,
Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um...
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I.
Emfim te vejo! — emfim posso,
Curvado a teos pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pezar de quanto soffri.
Muito penei! Crúas ancias,
Dos teos olhos afastado,
Houverão-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!
II.
D’um mundo a outro impellido,
Derramei os meos lamentos
Nas surdas azas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludibrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não...
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Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal...
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Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida: Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos...
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Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar...
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Nome completo: Antônio Gonçalves Dias
Nascimento: 10 de agosto de 1823 - Caxias.
Encantamento: 3 de novembro de 1864 (41 anos) - Guimarães
Nacionalidade - Brasileiro
Ocupação: Poeta, teatrólogo, advogado, professor, jornalista e pesquisador científico.
Escola Literária - Romantismo.
Antônio Gonçalves Dias foi um poeta e teatrólogo brasileiro.
Nascido em Caxias, era filho de uma união não...
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Insônia
Por toda noite
insiro-me no que restou do dia
para fugir acordado do pesadelo.
baldado,
amanheço a extrapolar meus extremos
a fim de estar sem limites
e prosseguir na existência
de mais uma aurora.
É hora da morte
À mão aberta
está o m do teu nome.
ele, em queda, esvai-se por entre os dedos
e derrama a final agonia pálida.
vem, covarde espelho do mistério
leva-me para o nada
de onde eu...
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Brasileiros, maranhenses e, particularmente, caxienses; pois bem, neste ano de 2023 no qual o poeta Gonçalves Dias, 10 de agosto, completará para nós e para o mundo dois séculos de vida à eternidade literária, além de, em nossa Caxias, haver desde já espontâneas manifestações nas mais diversas linguagens artístico-culturais pelos fazedores de cultura locais, é imprescindível criarmos um Projeto...
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