Caxias-MA 19/04/2025 13:32

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Wybson Carvalho

Recanto do Poeta

Gonçalves Dias: Canção do Tamoio


Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida: Viver é lutar.

A vida é combate,

Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravos,

Só pode exaltar.

 

Um dia vivemos!

O homem que é forte

Não teme da morte;

Só teme fugir;

No arco que entesa

Tem certa uma presa,

Quer seja tapuia,

Condor ou tapir.

 

O forte, o cobarde

Seus feitos inveja

De o ver na peleja

Garboso e feroz;

E os tímidos velhos

Nos graves conselhos,

Curvadas as frontes,

Escutam-lhe a voz!

 

Domina, se vive;

Se morre, descansa

Dos seus na lembrança,

Na voz do porvir.

Não cures da vida!

Sê bravo, sê forte!

Não fujas da morte,

Que a morte há de vir!

 

E pois que és meu filho,

Meus brios reveste;

Tamoio nasceste,

Valente serás.

Sê duro guerreiro,

Robusto, fragueiro,

Brasão dos tamoios

Na guerra e na paz.

 

Teu grito de guerra

Retumbe aos ouvidos

D’imigos transidos

Por vil comoção;

E tremam d’ouví-lo

Pior que o sibilo

Das setas ligeiras,

Pior que o trovão.

 

E a mãe nestas tabas,

Querendo calados

Os filhos criados

Na lei do terror;

Teu nome lhes diga,

Que a gente inimiga

Talvez não escute

Sem pranto, sem dor!

 

Porém se a fortuna,

Traindo teus passos,

Te arroja nos laços

Do inimigo falaz!

Na última hora

Teus feitos memora,

Tranqu?ilo nos gestos,

Impávido, audaz.

 

E cai como o tronco

Do raio tocado,

Partido, rojado

Por larga extensão;

Assim morre o forte!

No passo da morte

Triunfa, conquista

Mais alto brasão.

 

As armas ensaia,

Penetra na vida:

Pesada ou querida,

Viver é lutar.

Se o duro combate

Os fracos abate,

Aos fortes, aos bravos,

Só pode exaltar.


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