Caxias-MA 25/11/2024 19:21

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Oposição barra participação do Estado e esvazia a audiência pública de saúde


Malogrou mais uma vez, na última segunda-feira, 16, a propalada audiência pública sobre a Rede de Saúde do Município. Se da primeira vez, dia 09, não ocorreu em razão da ausência justificada dos representantes do governo estadual (enviaram ofício, alegando compromissos pré-assumidos). Desta feita, nem mesmo a autora da propositura, vereadora Thaís Coutinho (PSB), líder da oposição, nem sequer outro membro da sua bancada, compareceram ao plenário da Câmara Municipal no horário programado para o encontro (17h30m), e muito menos para a sessão ordinária que foi dirigida em sequência pelo presidente da Casa, vereador Catulé (PRB), e à qual compareceram 13 dos 19 edis que compõem o parlamento municipal.

Para demonstrar que nada há a esconder da parte da Prefeitura de Caxias, a secretária de saúde do município, Maria do Socorro Melo, interrompendo sua agenda de trabalho, voltou a visitar a CMC para participar da reunião, mas teve que se contentar com um pedido de desculpas da liderança do governo na casa, após os demais colegas haverem acordado que não tinha sentido realizar uma audiência de contexto unilateral, onde apenas um dos lados da questão poderia ser ouvido.

Última sessão da CMC não teve a presença dos vereadores da oposição.

O episódio mais uma vez reflete em que nível está atualmente a atividade política do Governo do Estado em nossa região, pois é mais do que evidente que seus representantes em Caxias, com raras exceções, têm interesses que não contemplam as demandas da população mais simples. Pior: insistem na manutenção de uma fórmula atrasada de fazer política, que é o oposto da ideia de desenvolvimento preconizado pelo governador Flávio Dino, para o qual as ações do poder público devem sempre colaborar para a melhoria do índice de desenvolvimento básico da comunidade maranhense.

Essa visão equivocada de participação no sistema público de saúde, aqui, por meio do Hospital Macrorregional de Caxias, deixa transparecer o modelo torpe a que estão submetidas as pessoas mais pobres, não só de Caxias, mas também das cidades localizadas no entorno do município, que é um polo regional em relação ao quadro assistencial de saúde. Com a construção do citado hospital, ainda na gestão da ex-governadora Roseana Sarney, depois inaugurado na primeira gestão Flávio Dino, foi vendido um cenário no qual o povo passaria a desfrutar de um melhor atendimento médico de alta e média complexidade, associado ao trabalho sob a responsabilidade da prefeitura. Estava terminada a época da ambulancioterapia  em que os caxienses se obrigavam a verdadeiras romarias de viagens para outros centros de atendimento, principalmente Teresina.

Agora, porém, mesmo com o restabelecimento do Hospital Geral do Município (fechado no fim da gestão Léo Coutinho) e a atividade da UPA do Pirajá, que se mantém, o caxiense encontra barreiras quase intransponíveis para acessar o Hospital Macrorregional, considerado a jóia da rede e local de solução para grande número de problemas de saúde. Mesmo sendo um órgão público, regulado para procedimentos eletivos, o hospital atende de forma restritiva, e poucos só o conhecem se acharem um padrinho habilitado a lhe abrir as portas. Assiste-se a um paradoxo surpreendente, até surrealista, considerando-se a filosofia e a finalidade de sua criação.

Ainda está difícil deduzir os motivos que levaram a vereadora Thaís Coutinho a propor a tal audiência de saúde na Câmara Municipal. Talvez pensasse em explorar as falhas no atendimento de urgência e emergência que ainda se observa na rede municipal de saúde, e fazer disso sua plataforma política em momento de pré-eleição. Também pode ter sido a fórmula que encontrou para se aproximar mais do governo que é alvo de suas queixas.

Por sua vez, os vereadores que dão sustentação ao governo logo viram na audiência a oportunidade, como dizem, de abrir a caixa-preta em que se transformou o Hospital Macrorregional, porque todo mundo sabe que ele é controlado pelos Coutinho. E foi a partir daí que a iniciativa começou a dar para trás, causou a ausência da delegação estadual, por coincidência representada por familiares da própria vereadora (Daniel Pereira Barros – Diretor de Saúde do Leste do Maranhão, esposo da vereadora; e Jeferson Coutinho – diretor-geral do Hospital Macrorregional de Caxias).

Acordo Gentil/Coutinho

É possível que o recuo da oposição na CMC (vereadores Thaís Coutinho, Edilson Martins e Tevi) tenha algo a ver com as tratativas que estão sendo tomadas pelo prefeito Fábio Gentil (PRB) no sentido de conseguir o apoio da família Coutinho ao seu projeto de reeleição em 2020. O desfecho dessas negociações, que têm como avalista o governador Flávio Dino, estava previsto para essa sexta-feira (20), porque a peça final para consolidação do pacto estaria dependendo apenas da apresentação do nome do vice na chapa a ser encabeçada pelo prefeito Fábio Gentil.

O governador Flávio Dino (c) quer o prefeito Fábio Gentil (e) e a deputada Cleide Coutinho como aliados.

O comentário geral é o de que a vaga será de um nome feminino, possivelmente a ex-vereadora Cláudia Coutinho, esposa do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho, para quebrar o bloco de resistência de parte do grupo à operação que está sendo coordenada pelo Palácio dos Leões.

Atendendo convite do governador, o prefeito Fábio Gentil seguiu de avião para São Luís, na madrugada dessa quinta-feira. Ferdinando Coutinho, acompanhado de Ironaldo Alencar já circulava na capital desde a última quarta-feira, 18. Portanto, esse encontro na ilha será decisivo para os interesses de Caxias e do Maranhão. Em nosso município, porque o estado de guerra política iniciado nas eleições de 2016 finalmente terminará, consolidando uma espécie de união de todos os grupos pelo desenvolvimento da região. Do ponto de vista do Estado, porque o governador Flávio Dino dará mais um grande passo no sentido de ter todas as regiões maranhenses coesas ao seu futuro projeto de concorrer à presidência do país em 2022.

Cenário de mudanças

Com um novo quadro de aliança prestes a se consolidar em Caxias, outros atores que sonhavam com a vaga de vice-prefeito na chapa oficial, de repente, viram essa possibilidade se afastar no horizonte da tormenta que passa sobre a paisagem política de Caxias. Nomes de peso do quadro de apoio ao governo, como os secretários Aureamélia Soares e Fause Simão, o secretário de Estado de Turismo, Catulé Júnior, e até mesmo o vice-prefeito Paulo Marinho Júnior, foram deixados de lado, depois que passou a ser imperativo entregar a vaga para a família Coutinho.

O novo arranjo envolve apoio total à recondução da deputada Cleide Coutinho a mais um mandato na Assembléia Legislativa no ano que vem. E, em relação à situação do vice-prefeito, a meta é elegê-lo deputado federal em 2022. Com a ação, a expectativa é cingir todos os grupos políticos dentro de um mesmo balaio, de sorte a varrer os grupos antagônicos que se digladiam e por fim às escaramuças nas quais uma ou outra facção se debata na tentativa de destruir o trabalho do adversário, ainda que isso só traga prejuízos para o município e seus cidadãos.

Olhando-se a equação política da perspectiva do prefeito, temos um teorema criado por mestre e, claro, no sentido de sugerir que ele já é, de fato, a grande liderança de Caxias, aquele que, em razão de seus méritos, tem a capacidade de escolher quem é realmente o melhor para servi-lo na sua escalada ao poder. Dessa forma, ao sabor das circunstâncias, vai descumprindo compromissos e fazendo outros novos, tudo no afã de garantir a sobrevivência do estratagema previamente traçado desde que assumiu a prefeitura, que é ser o novo caudilho caxiense.

Mas, sinceramente, pelo conhecimento que temos dos atores que vivenciam a política de Caxias, ainda é difícil acreditar que as negociações estejam caminhando para tal destino. Pode até ser que ocorra algum acordo, mas não com a dimensão propalada por quem torce para tudo dar certo. É visível que a proposta praticamente alija o grupo Marinho, a família Catulé, o deputado Adelmo Soares, assim como a parte mais politizada do grupo Coutinho, de prosperarem no terreiro político caxiense. E por aqui, até por tradição histórica, ninguém se contenta a se acomodar como coadjuvante. E, dessa forma, se nada de concreto existir, tudo ficar apenas na promessa, a turma vai somente fingir enquanto aguarda com paciência outro momento mais propício para se pronunciar.

Com ligações profundas dentro do sarneysismo que perdeu força política, o prefeito decidiu fazer uma aproximação maior com o governador Flávio Dino, uma vez que é indiscutível agora manter uma relação de boa amizade para que o município seja contemplado com benefícios em volume muito maior do que está acordado no relacionamento interinstitucional com o Estado. Afinal de contas, Caxias necessita urgentemente revitalizar sua malha viária, tanto na cidade como no campo, só para lembrar uma demanda mais urgente. Não pode se dar ao luxo sequer de fazer cara amarrada, neste momento em que a economia do país está emperrada e as fontes de recursos tendem a verter em baixíssima vazão.

Ademais, é flagrante o recuo dos investimentos do governo estadual em Caxias, uma região que Flávio Dino considera como berço da sua carreira política, mas que passou a ser vista com certa reserva depois que seus aliados de primeira hora foram vencidos no município. Para não passar a descoberto, de olho no IDH aqui no leste, FD providenciou algumas ações na área da educação, instalando escolas na zona rural do município. Mas o governador ainda olha para Fábio Gentil de soslaio, tem necessidade de o conhecer melhor, daí o interesse de traze-lo para a proximidade do Palácio dos Leões, solidificar a amizade e faze-lo também partícipe da engrenagem que hoje move a política estadual.

Assim, olhando por esse viés, faz sentido o atual comportamento político do prefeito. O problema será administrar a situação dos que desfrutavam de conforto e de posição, após a grande vitória, e que agora se sentirão como que conduzidos para fora da barca do poder e colocados a reboque num escaler, ao desabrigo das ondas do mar de incertezas que passou a dirigir suas vidas na política.

Impossível acreditar que esteja havendo um consenso fechado do seu grupo de apoio diante da situação. Por outro lado, qual é a avaliação que o seu eleitorado faz da novidade?!!!  Durante o período eleitoral que sacramentou FG, a batalha foi muito renhida, e dura também foi a vitória sobre a família Coutinho. Então, será que a turma terá estômago para conviver com o fato de que, a partir de agora, o espólio da vitória será dividido também com os perdedores? Pense na confusão formada dentro da cabeça do eleitor que votou no 10!!!

Câmara aprova créditos para os programas "Minha Casa é 10", "Bolsa Família Municipal" e "Mais Renda Mulher"

Enquanto todo tipo de carência vem sendo denunciada cotidianamente nos meios de comunicação da cidade, por meio de reclamações que não partem dos profissionais do ramo, mas dos mais variados segmentos populacionais de Caxias, a mídia institucional da prefeitura segue firme projetando uma excelente imagem do prefeito Fábio Gentil e da sua gestão, mostrando que as pessoas agora vivem melhor e contam com bons serviços públicos. O trabalho utiliza todo tipo de plataforma para chegar ao cidadão, inclusive as redes sociais.

Talvez seja esse mesmo o melhor antídoto para superar o crescente número de reclamações populares contra a atual administração. Nas esquinas da cidade, ouve-se de tudo, desde calotes por falta de pagamento de dívidas no comércio a assessores acusados de prevaricação e assédio moral. São especulações que vêm a público (algumas misto de boatos escabrosos e pouco republicanos) e que tendem a se propagar todas as vezes que alguns agentes que negociam com a máquina pública têm seus interesses contrariados.

Contudo, venham de onde vierem, é imperativo que a administração responda imediatamente a essas provocações, se possível exigindo reparação judicial. Fonte bem informada trouxe-nos o entendimento de que, por causa dessas investidas, o prefeito, todos os dias, exige sobre sua mesa uma planilha das receitas e despesas em operação no município, controlando com mão de ferro as atividades da sua gestão.

Vereador Sargento Moisés, líder do governo, pediu urgência na aprovação dos programas sociais da prefeitura.

Mesmo pressionado por ações desse gênero, o governo municipal segue no caminho de oferecer melhorias à comunidade caxiense. Na sessão de segunda-feira (16), o líder do governo na Câmara, vereador Sargento Moisés (PSD), pediu urgência urgentíssima para colocar em votação propostas do Poder Executivo para a abertura de crédito adicional e especial à criação dos programas "Minha Casa é 10" e "Bolsa Família Municipal".

Antes da discussão do tema, o parlamentar elogiou a atitude do presidente da Casa, vereador Catulé (PRB), de suspender a nova audiência pública sobre a rede de saúde pela ausência mais uma vez de representantes do Estado e realizar uma sessão ordinária "para serem votados projetos importantes para Caxias". Na ocasião, Sargento Moisés registrou novamente a presença da secretária municipal de Saúde, Socorro Melo, e disse que "a Mesa Diretora a dispensou por ter muitas tarefas a cumprir no âmbito da sua gestão".

O vereador lembrou que, além das duas novas propostas, na Ordem do Dia constava a abertura de crédito para a criação do programa "Mais Renda Mulher", também de autoria do Executivo. "Gostaria de explicar que o crédito especial se dá quando, evidentemente, há uma necessidade que não foi contemplada no orçamento que votamos no ano passado", justificou.

As três propostas foram votadas e aprovadas por unanimidade e se constituirão em mais um gesto de FG para agradar a população, por meio de decisões que proporcionarão benefícios às famílias de mais baixa renda. Além do mais, o largo emprego de tais programas na comunidade é munição valiosa para aqueles que estejam a seu lado no próximo embate eleitoral.

Catulé Júnior instala Ceprama Itinerante em Caxias

 O secretário Catulé Júnior falando das ações da sua pasta de Turismo a empresários de Imperatriz.

Foi na praça do Memorial da Balaiada, no Morro do Alecrim, aqui em Caxias, que o secretário de Estado de Turismo, o caxiense Catulé Júnior, instalou, nessa sexta-feira, 20, o Projeto Ceprama Itinerante no município, uma iniciativa pioneira no interior maranhense que prevê, além do mapeamento, capacitação e cadastro de artesãos ao Sistema de Informações do Cadastro do Artesanato Brasileiro (SICAB), pela Secretaria de Estado do Turismo (SETUR), exposições de artesanato e apresentações artísticas. 

O Ceprama Itinerante promove o intercâmbio da produção de artesanato regional em feiras que vão percorrer o Maranhão a partir de 20 de setembro. Além das exposições de artesanato e apresentações artísticas em polos turísticos, o projeto prevê o mapeamento, capacitação e cadastro de artesãos no Sistema de Informações do Cadastro do Artesanato Brasileiro (SICAB) pela Secretaria de Estado do Turismo (SETUR).

As cidades que receberão a 1ª etapa da ação são Caxias, Alcântara, Barreirinhas, Rosário e Imperatriz. “Teremos palestras e capacitações e também a entrega da carteira formal de artesão e, claro, comercialização desses produtos em locais com grade fluxo de visitantes”, explica o secretário de Estado do Turismo, Catulé Junior.

Esse projeto faz parte das ações em comemoração aos 30 anos do Centro de Produção e Comercialização dos Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama) que foi instalado no prédio da antiga fábrica têxtil do Cânhamo e há algumas décadas se tornou uma vitrine dos saberes e fazeres expostos em peças artesanais produzidas por maranhenses.

“Fizemos um planejamento para possibilitar esse intercâmbio, valorização da nossa arte e geração de renda, portanto seguimos com empenho na missão de colocar o turismo e o artesanato do Maranhão no seu lugar de direito”, finalizou o gestor da Setur.

Entre as atrações confirmadas para o evento, está o aclamado espetáculo maranhense Pão com Ovo, no início da noite de sábado, 21. A comédia é sucesso de público há sete anos em São Luís e já conquistou as platéias do Maranhão e de outros estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí e Rio Grande do Norte. O espetáculo conta com as personagens Dijé (Adeílson Santos), Clarisse Milhomem (César Boaes) e, no lugar de Zé Maria, o motense José de Ribamar, interpretado por Davyd Dias.

A programação contará também com shows de atrações locais, a exemplo das bandas Casino Quebec e Forró sem Lei.

Programação:


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