Nestes primeiros dias de gestão, a comunidade caxiense começou a fazer uma ideia de como será o trabalho do novo primeiro mandatário da Pantheon, o prefeito Gentil Neto (PP). Mesclando boa exposição midiática para se fazer mais conhecido da população, o jovem alcaide demonstra que quer, sem rodeios, mostrar o seu estilo de governar, primando por atacar, de saída, problemas estruturais da cidade.

Nesse entendimento, já pôs em ação uma mais do que oportuna operação cidade limpa, através da qual máquinas e homens das secretárias de limpeza e infraestrutura cuidaram de atender demandas nos mais diversos pontos da Princesa do Sertão, limpando praças, podando árvores e tapando buracos nas vias asfaltadas, um serviço bem visível e da satisfação dos nossos munícipes, é claro. O trabalho iniciou pelo bairro Vila Paraíso.

Contudo, chegou a última sexta-feira 10, e não se sabe por que cargas d’água a coleta de lixo não funcionou, pelo menos em alguns bairros, deixando quilos e mais quilos de lixo às portas das residências, à espera dos carros que recolhem esses dejetos normalmente. O último sábado amanheceu, então, com os contribuintes tendo mais uma dor de cabeça para sanar, acossados por bichos e aves que reviram o que é descartado, buscando alimentação mais fácil para sobreviverem a mais um dia de vida.

Assim, mal começou o seu mandato e o novo prefeito já encontra obstáculos que não deveriam estar à sua frente em razão da boa equipe de assessores que escolheu. Pelo visto, alguém (ou alguns) decidiu logo mostrar a cara, como a sinalizar que o ato de governar não pode ser unilateral, mas seguir um modelo pré-determinado, como as coisas sempre vem acontecendo por Caxias nos últimos tempos.

Quer dizer: o mandatário, pode ter até suas responsabilidades de fato e de direito, mas deve agir em sintonia, ao que parece, com quem o ajudou a chegar ao cargo, situação que é péssima para uma população que anseia por melhorias e bem-estar, entendendo-se que uma gestão pública tem que prezar pelos interesses maiores de todos os segmentos comunitários. Mas o fato é que, e não se tem ainda maiores explicações, o serviço de limpeza parou, quebrando uma rotina de trabalho que só falhou, de tempos em tempos, quando por algum motivo os garis deixaram de receber, assim como o pessoal do transporte de lixo.

Em outra investida contra outra ação governamental, supervisores foram às repartições com listas de pessoal que seria dispensado neste mês de janeiro. Foi um “Deus nos acuda”, que mesclou, ao mesmo tempo, indignação, traição, vergonha e cólera no seio da classe de barnabés que trabalham sob contrato na prefeitura. Ao tomar conhecimento do caso, o prefeito agiu rápido e sustou a operação, o que trouxe certa tranquilidade, mas não retirou de todo aquele sentimento de abandono e de desprezo aos que se achavam queridinhos na gestão. Afinal, do nicho saíram os bons votos decisivos na última campanha eleitoral.

Nesse domingo, como já é tradição incontestável, houve a procissão do Mastro de São Sebastião, na qual romeiros trouxeram sobre os ombros mais uma árvore lá das matas da Área de Proteção Ambiental do Inhamum para homenagear o santo na praça que guarda o seu nome no centro da cidade. O espetáculo, que é um misto de religiosidade com coisa profana, dado que muitos se aproveitam para esticar as bebedeiras de fim de semana, transcorreu sem muitos contratempos, sob o olhar atento de policiais e organizadores da prefeitura. Agora, desta semana em diante até o dia 20, o largo de São Sebastião será agraciado com noites de oração, por meio de missas e outras manifestações da fé católica na igrejinha dedicada a São Sebastião.

No mais, louvar o trabalho policial que vem monitorando a venda de sementes clandestinas, muitas falsificadas, na região de Caxias. Em duas operações, o delegado Jair Paiva e seus comandados apreenderam sementes de milho que chegavam a Caxias para serem comercializadas a preços mais baixos do que os de mercado. Pelo visto, até o agronegócio agora está sendo alvo de engenhosos bandidos. 

E, para terminar, lembrar o prefeito Gentil Neto que estão surgindo reclamações a respeito da qualidade do material que está sendo utilizado na operação tapa-buracos. As pessoas observam que o trabalho não é de boa qualidade, uma vez que parece ser levado a efeito com uma mistura de borra de asfalto com brita que não adere bem ao piso asfáltico das ruas.