Caxias-MA 01/04/2025 23:03

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Natal feliz e esperança em 2025


Com a chegada do dia de Natal, na próxima quarta-feira, 25, o caxiense começa a dar adeus ao ano de 2024, um tempo difícil vivenciado por todos, porque nunca se teve notícia de uma época tão quente e sem chuvas como a que estamos vivendo. Mas, enfim, chegamos ao final do ano, e a essa altura da vida só temos é que trabalhar para coisas seguirem dentro do programado, e orar, orar muito, para Deus nos reservar dias melhores no próximo ano.

Nesse final de ano, também terminam os oito anos de gestão do prefeito Fábio Gentil (PP), uma administração que, pelo menos, foi aprovada pela metade do eleitorado que votou nas últimas eleições, embora tenha sido vista com ressalvas pela outra metade dos votantes. E por quê? – indagaria o expectador menos informado -, porque o alcaide resolveu deixar a estrutura física da cidade de lado, preferindo embarcar numa rota de trabalho marcada pelo populismo festivo, na qual a implementação de serviços voltados ao bem-estar da cidadania cedeu lugar à política de resultados.

O governo de FG, no entanto, não iniciou da forma como o vemos agora. Em seu primeiro mandato, parecia que outra pessoa estava dirigindo Caxias, com o ideal de ser o melhor prefeito da história da cidade. Reabriu o Hospital Geral do Município que estava fechado, recuperou o prestígio da Maternidade Carmosina Coutinho, imersa em um colapso que concorreu para a morte prematura de muitos bebês, inaugurou a nova praça da Chapada, denominada Dom Luís Marelim, acrescentando o local ao portifólio do turístico da cidade; construiu o Mirante da Balaiada. Mas, chega em seguida a pandemia do Covid 19, de triste memória, e a partir daí, mesmo com a retumbante vitória para um segundo mandato, em 2020, os ânimos de investimento começaram a dar para trás no município, muito embora a cidade não tenha sofrido abalos de receitas que justificassem isso.

É bem verdade que o funcionalismo público municipal, em nenhum mês das duas gestões gentilianas, sofreu qualquer impedimento. O rito herdado da gestão do ex-prefeito Humberto Coutinho, de pagar em dia e antecipadamente, foi mantido em seu curso. Entretanto, a partir de 2021, o seu agregado politico começou a se deteriorar, após seguidas quebras de compromissos assumidos. E, por conta disso, antigos aliados tiveram que deixar a composição, que seguiu seu curso agora com o objetivo de entronizar permanentemente a família gentil no poder. Veio a eleição deste ano, e Gentil Neto, candidato eleito à sucessão de FG, ganhou o pleito por somente 560 votos sobre o segundo colocado, um resultado inédito e inesperado na vida política caxiense.

Esse resultado, contudo, serviu para que luzes fossem percebidas sobre a realidade da política atual que prevalece em Caxias. Sem outra forma de investimento econômico que não os recursos públicos, é na força do funcionalismo municipal que está embasada a política de votos da cidade. Daí as pessoas só ouvirem falar que a prefeitura sempre está disposta a promover concursos públicos que nunca se realizam. E, assim, tudo segue com antes no quartel de Abrantes, como dizem os literatos da nossa língua. 

Face à situação anômala, e com o intuito de demonstrar que houveram ilicitudes a favor do grupo no poder no último pleito, os opositores ainda se agarram à possibilidade de que a justiça eleitoral possa reverter o resultado da eleição. Mas a tarefa, no entanto, não se mostra fácil, sequer exequível, porque o que se ouve à boca pequena é que as autoridades judiciais talvez não estejam tão convictas de que ocorreram fraudes em Caxias. Para os mais experimentados, é bastante o exemplo do que pode estar acontecendo com o resultado do município de Nova Olinda do Maranhão, onde o prefeito eleito, o vice e outras pessoas, chegaram a ser denunciados e presos, após ampla exposição de casos de compra de votos expostos nas redes sociais e mesmo nas mais renomadas emissoras de televisão do país. Mas, mesmo assim, os eleitos foram diplomados e deverão estar empossados em janeiro do próximo ano.

Por aqui, sem qualquer novidade, todos os eleitos foram diplomados no último dia 17 de dezembro, e os nomes convocados para o primeiro e o segundo escalão da nova gestão já são conhecidos. Sábado último, 21, numa demonstração de que as coisas irão funcionar de modo diferente na futura gestão, o prefeito eleito preferiu doar cestas básicas ao povo, a usar dinheiro público para festejar sua próxima posse no cargo. Tal decisão, sem dúvida, não deixa de ser um alento para a população mais desassistida, que sonha com dias melhores já a partir de janeiro vindouro.

Portanto, torçamos para que a nova gestão mude tudo no próximo ano; que não faltem mais remédios nas unidades públicas de saúde; a merenda escolar nas escolas municipais, que são cheias de crianças de famílias carentes; e que venham também os investimentos na infraestrutura da cidade, no turismo, bem como a recuperação de prédios de um patrimônio histórico que tanto orgulha os caxienses.

No mais, deixar para o passado queixas e ressentimentos que não são agradáveis a ninguém, mas apenas aos pregoeiros do caos. Afinal, Caxias merece o melhor e vale o empenho de todos ao seu sonhado desenvolvimento. E que as vozes da situação e da oposição ressoem em nossa Câmara Municipal, e também na Assembleia Legislativa do Maranhão, pois é preciso haver antagonismo para o progresso, enfim, caminhar.

Encerrando as crônicas do ano, e prometendo voltar em janeiro, pois é justo desfrutar de pequenas férias, nosso desejo é que nossos leitores desfrutem de um Natal feliz e gozem de boas festas, na expectativa de ótimo 2025. Forte abraço a todos!


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