Caxias-MA 20/08/2025 05:02

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Espírito natalino e cultura contagiam a cidade


A 15 dias do Natal, e Caxias vivencia o estado de espírito sempre marcante dessa época do ano no município. Felizmente, ainda não deu para os humanos daqui ignorarem a importância do nascimento de Jesus Cristo, em verdade, o grande balizador da vida civilizada como entendemos no mundo ocidental, e sempre a lembrar-nos, em seus evangelhos do novo testamento da Bíblia, que o homem também pode sobreviver e evoluir sem ser obrigado a lançar mão de violência, comportamento típico da espécie moldado quando ela ainda engatinhava em épocas primitivas para sobreviver. 

Portanto, queiram os entendidos ou não, a filosofia de Cristo é o ponto da suprema mudança do comportamento humano na terra, o diferencial a ser acrescentado à racionalidade que permitiu à raça edificar cidades, fazer remédios, desenvolver a agricultura como meio de subsistência, além de criar artefatos e tecnologias em contínuo processo de adaptação às necessidades de todos. Alguns questionáveis, como a bomba atômica, evidentemente, que tem o poder destrutivo de até acabar com tudo, já que tem gente flertando com a sua utilidade por razões de caráter geopolítico. Mas, vamos esperar que tais arroubos sejam vencidos ou sempre postergados pelos ensinamentos de Jesus Cristo, aquele que foi o único que ousou a dizer-nos que não era deste mundo e esteve por aqui para difundir a maior riqueza do criador de tudo que existe, visível ou ocultamente, o amor...

Com o comércio abarrotado de mercadorias e de consumidores ávidos por fazerem compras, estimulados pela injeção das folhas de pagamento de final do ano, cuja jóia maior é o 13º salário pago pelas gestões dos governos federal, estadual e municipal, infelizmente ainda as mais importantes fontes de distribuição de renda em nossas plagas, o caxiense ostenta a face dividida entre a ansiedade e a satisfação pelas ruas históricas da cidade. Mas vê-se também a alegria dos convivas em confraternizações de fim de ano, onde esportistas, comerciários, funcionários públicos e até feirantes interrompem suas atividades para trocar abraços e presentes. A contribuição do governo municipal, reeditando encontros musicais populares, como o de sanfoneiros, e mais uma exitosa festa do Natal Iluminado, também concorrem para as alegrias desses dias.

O ano de 2024 também está chegando ao fim marcado por realizações culturais. Em São Luís, por exemplo, neste último semestre, o decantado poeta caxiense Salgado Maranhão foi agraciado com o título perpétuo de membro da Academia Maranhense de Letras, condição que já havia lhe sido distinguida pela Academia Caxiense de Letras. E, por aqui, a satisfação de termos assistido à passagem dos 96 anos do acadêmico da ACL Rodrigo Otávio Bayma Pereira, membro também do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHC), agradecendo pela lucidez contagiante que ainda domina a mente do ilustre confrade, a lembrar-nos de coisas importantes do passado e atenção chamada a levarmos em conta as tradições da querida Princesa do Sertão Maranhense, em seus mais de 200 anos de existência como tal.

Na última sexta-feira, 14, no auditório e pátio externo interior do Hotel Alecrim, capitaneado por sua presidente, a professora Antônia Miramar, o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias comemorou os seus 21 anos de fundação e os 198 anos de aniversário do grande médico, matemático e historiador caxiense Dr. César Augusto Marques, em quem o saudoso professor, escritor e desembargador Dr. Arthur Almada Lima Filho, bem como outros caxienses do seu tempo e contemporâneos foram buscar inspiração para instalar o IHGC em solo gonçalvino.

Como de praxe, mais um evento cultural concorrido e prestigiado pela sociedade, com direito a discursos de confrades e confreiras que valorizaram a agenda da noite festiva, colocando em destaque o aniversário da entidade, o ingresso solene de mais um sócio efetivo, na pessoa do professor universitário Elizeu Arruda de Sousa, que tomou assento na cadeira nº 9, cuja patrona foi a saudosa professora Maria das Mercês da Silva Lima, também conhecida na cidade como “Tia Miroca”, senhora de muitos predicados, como mestra nas escolas caxienses, na religiosidade católica e ao apuro que deu ao legar-nos os seus famosos cadernos que encerravam todos os momentos mais caros da sua vida, a partir de poesias, pensamentos, composições musicais e ensinamentos para o bem-estar cotidiano da comunidade.

Com a presença destacada do vice-prefeito eleito Eugênio Coutinho Filho e do vereador Catulé (PL), o encontro também protagonizou a entrega de diplomas diversos a personalidades da sociedade local, distinguidas por honra ao mérito ou colaboração ao funcionamento da casa, a exemplo das distinções entregues à Sra. Maria Aparecida Barroso Coutinho (Facema), e ao engenheiro e músico José Delfino Silva Lima, dentre outros. E, ao final, ao tempo em que os convidados desfrutavam de coquetel especial, houve a oportunidade de autógrafos de livros lançados pelo novo sócio efetivo, professor Elizeu Arruda de Sousa, e do sócio efetivo Frederico José Ribeiro Brandão. Deste último, a sua última obra, “As Quatro Estações de JR”, na qual, o escritor promete nos levar a uma viagem pelo passado da Caxias do seu tempo, onde estão guardadas certamente memórias interessantes sobre a cidadania e o modus vivendi da nossa comunidade, em tempos idos que não podem ser esquecidos.

No mais, evidenciar que a semana está reservada para a entrega das últimas inaugurações da gestão do prefeito Fábio Gentil (PP), fatos que certamente concorrerão para mais climas de congraçamento em Caxias. Do lado de seus adversários políticos, porém, alimentados por ações recentes da polícia federal contra crimes eleitorais em municípios maranhenses, ainda persiste a convicção de que algo acontecerá para mudar o resultado da última eleição municipal.


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