A entrega do novo cartão postal de São Luís, o Elevado da Cidade, nesta semana, pelo prefeito Eduardo Braide, demonstra o que a cidadania deve esperar de uma política pública voltada para os interesses maiores de uma comunidade. Neste sentido, embora sejam notados ainda muitos problemas na infraestrutura da capital maranhense, é flagrante que a atual gestão vem se esforçando para resolver as demandas pendentes. Como resultado de tais ações, observa-se muitas obras em andamento em solo ludovicense. Mas o elevado do Tirirical, no ponto da confluência de acesso para as avenidas dos Franceses e Guajajara, mais a Br-135, à altura do Aeroporto Hugo Cunha Machado, é um mimo da gestão do atual prefeito, realizado com o interesse de solucionar o problema de mobilidade urbana na área e, ao mesmo tempo, presentear a população com uma obra vistosa, tanto dos pontos de vista funcional como arquitetônico, a exemplo das colunas de sustentação que garantem a obra.
O assunto veio à baila porque o tema imediatamente remeteu-nos à problemática da mobilidade urbana em Caxias que, a rigor, está defasada em pelo menos 20 anos. Na gestão do ex-prefeito Humberto Coutinho, apenas a avenida que dá acesso ao bairro Vila Paraíso foi concretizada. Nos últimos oito anos, somente a avenida Alexandre Costa recebeu reforma condizente à sua importância para Caxias. No mais, uma ou outra rua recebeu melhorias ou teve os buracos tapados, haja vista os solavancos que os condutores na cidade enfrentam por onde passam, e muito perigosos, por sinal, para os motociclistas, que são destacada maioria no trânsito caxiense, com registro de mais de 38 mil veículos desse gênero.
O leitor, a leitora, pode até pensar que a temática em questão provenha de birra desta relatoria. Mas não é. Tais coisas continuam acontecendo na terra de Gonçalves Dias porque as últimas gestões priorizaram o populismo político ao invés de investimentos necessários a uma comunidade que hoje abriga cerca de 160 mil almas. O governo que se finda em 31 de janeiro, por 'neste mês de dezembro', ainda irá produzir algumas ações de conteúdo midiático, como a inauguração de um portal de entrada da cidade na avenida Alexandre Costa, que talvez não seja a principal via de acesso a quem provenha pela BR-316, tanto no sentido de Teresina como de São Luís, mas está escolhida porque é a única no momento que está apresentável aos olhos da população. Passaram-se oito anos até à apresentação do portal caxiense. Em São Luís, Braide construiu o monumental elevado em apenas sete meses.
Podemos evidenciar que algumas novas escolas públicas, creches, podem ainda ser entregues à comunidade. O fato é salutar, mas a materialização das mesmas decorre da existência de verba específica que não pode ser devolvida nem ser aplicada de outra forma. Então, nunca estiveram no contexto da planificação de um governo que demonstrou ojeriza às demandas de merenda escolar adequada e transporte escolar eficiente para o alunado, sobretudo nos povoados da zona rural. Não podemos estender, obviamente, a culpa aos técnicos da área, que se esforçaram para melhorar a infraestrutura existente. O peso recai sobre o centralismo financeiro que dominou toda a gestão durante o período em curso. Não é à toa que prestadores de serviço comem o pão que o diabo amassou para receberem pelo trabalho produzido em benefício dos caxienses.
Mas, voltando à mobilidade urbana, lamentavelmente Caxias chegará ao final de 2024 de forma melancólica. E destacar que ainda precisa renovar as pontes sobre o rio Itapecuru, hoje em condições precárias, e erguer outras que já são necessárias em outros pontos do citado rio, para aliviar a pressão do trânsito de veículos que é enorme dentro e nas cercanias do centro histórico da Princesa do Sertão. Para os lados do Conjunto Eugênio Coutinho, é imprescindível que se reforme o acesso da estrada para a cidade de Aldeias Altas, construído quando da gestão do governador José Reinaldo Tavares, portanto, há bom tempo.
De resto, esperar que o futuro governo resolva todas essas questões, sem esquecer de priorizar também o setor da saúde pública, alvo de muitas reclamações. E vamos esperar que o arquiteto e urbanista supere o engenheiro civil nas soluções para uma boa vida aos caxienses.
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