Mar da Galileia não tem água salgada. Não, não é milagre. Na realidade, trata-se de um lago de água doce que, por suas dimensões e importância num local desértico, foi chamado de mar.
Mas, as estranhezas não param aí. A massa de água fica a 213 metros abaixo do nível do mar, tem 19 quilômetros de comprimento máximo e 13 quilômetros de largura máxima e seu principal afluente é o Rio Jordão, sim, justamente o rio em que São João Batista batizou Jesus. Hoje, no local chamado Yardenit (Pequeno Jordão, em hebraico) é possível viver o ritual de batismo conforme ocorria nos tempos de Jesus. Há várias formas de ‘ser rebatizado’ dentro da sua religião. Há até como alugar túnicas brancas para reproduzir com maior fidelidade a cena bíblica. Não é raro ver no local grupos organizados por nacionalidade, acompanhados por padres.
Nos tempos bíblicos, o Mar da Galileia era cercado por cidades e povoados, que eram centros de comércio e que também tinham sinagogas e templos onde Jesus realizava suas pregações. Foi sobre essas águas que Jesus caminhou, foi ali que realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Em Cafarnaum, onde pregou, ainda existem as ruínas da casa de São Pedro, o apóstolo que era pescador e se tornou a pedra fundamental da igreja. Tal e qual nos tempos bíblicos, as cidades em torno do lago, como Tiberíades, pulsam com atividade comercial e com a energia típica dos balneários, portanto, acabam sendo escolhidas pelos turistas como local de hospedagem para explorar a região.
Depois de visitar Nazaré, que com seus 80 mil habitantes é a cidade israelense com maior população árabe, e onde ocorreu a Anunciação, os católicos seguem para Belém, a cidade onde Jesus nasceu. No caminho, entretanto, é preciso considerar que nos últimos 2.000 e poucos anos muita coisa mudou politicamente na região. Hoje a cidade de Belém pertence à Cisjordânia, território ocupado pelos palestinos. Por isso, é preciso passar por um posto de controle do exército israelense, quase como uma fronteira. Esse momento meio tenso compensa a emoção de estar no solo mais sagrado da cristandade.
O local exato é marcado por uma estrela dourada e é protegido pela Basílica da Natividade. Os padres que a administram exigem total silêncio e concentração das pessoas que visitam o local. Ao contrário de muitas outras igrejas em que o burburinho dos turistas se sobrepõe às preces, ali é lugar de compenetração e de fortes emoções. Do lado de fora, entretanto, a movimentação da Praça da Manjedoura, cheia de lojinhas de souvenirs e restaurantes traz de volta os visitantes para o mundo material dos dias atuais.
Jerusalém e as várias formas de celebrar
Cidade sagrada para judeus, católicos e muçulmanos, Jerusalém é ecumênica por natureza e, por isso, concentra boa parte do turismo religioso da Terra Santa.
Para os judeus, o ponto mais importante é o Muro das Lamentações, que é a muralha ocidental remanescente do templo de Salomão, destruído pelos romanos. Para os seguidores do Islã, a cidade abriga a Mesquita de Omar, o terceiro local mais importante, segundo o Corão. Para os cristãos, a cidade é o local de peregrinações à igreja do Santo Sepulcro, construída sobre o ponto onde Jesus foi crucificado e a Via Dolorosa, caminho que Jesus percorreu carregando a cruz.
O êxtase religioso provocado por estar no lugar em que cenas bíblicas ocorreram pode ter as formas mais discretas de emoção até o que é chamado pelos psiquiatras de síndrome de Jerusalém, que consiste em um conjunto de fenômenos mentais desencadeados por ideias obsessivas de temática religiosa. A condição pode incluir delírios – gente que sempre foi normal começa a dizer que é um personagem bíblico – e costuma atingir judeus e cristãos e pode acontecer com pessoas de todas as idades e origem socioculturais. É uma espécie de insanidade temporária que costuma desaparecer dias ou semanas depois que a pessoa deixa a cidade.
Embora as referências ao Natal católico não sejam a regra, é sempre possível ver algum Papai Noel pela cosmopolita Jerusalém.
Fonte de pesquisa: internet.
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