Acabou o primeiro turno das eleições de 2022. Caxias saiu vitoriosa do pleito do dia 02 de outubro porque ganhou três novas representantes: Amanda Gentil (PP), para a Câmara dos Deputados; e Cláudia Coutinho (PDT) e Daniella (PSB-reeleita), para a Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA). O momento também é histórico, porque pela primeira vez três mulheres representam a cidade na esfera legislativa.
O prefeito Fábio Gentil(PRB), para quem ainda tinha dúvida, é o grande vencedor da eleição no município. Ele foi decisivo na eleição das suas duas pupilas(Amanda e Daniella), e com a sua liderança estão eleitos também o senador Flávio Dino (PSB) e o governador Carlos Brandão (PSB), que disputava reeleição.
FG demonstrou, mais uma vez, a despeito das perdas que a família sofreu com a covid, que está se tornando um grande chefe político, tanto no leste maranhense quanto no plano estadual. Contudo, não foi fácil levar à diante a tarefa, e o caminho a seguir também não será fácil, já que a família Coutinho, através de Cláudia Coutinho (Geral -37.435 votos/Caxias – 9.543 votos) retornou à ribalta bem mais rápido do que muita gente supunha.
Com sua aliança fragmentada da presença de Paulo Marinho Júnior (PL), que esteve a seu lado nos dois últimos pleitos, ninguém acreditava que ele fosse capaz de levar a filha à Câmara dos Deputados. Até mesmo porque Marinho Júnior decidira também concorrer para o mesmo cargo, acreditando que seria capaz de atingir os mais de 30 mil votos que conseguiu só em Caxias no pleito de 2018.
Ocorre que, naquela época, PMJr. se ombreou à campanha de deputado estadual do saudoso Zé Gentil, e saiu muito beneficiado da aliança com o veterano político caxiense, que conseguiu mais de 33 mil votos somente em Caxias. Somando os votos da cidade com os obtidos em outros municípios, Paulinho atingiu cerca de 55 mil votos, os quais, na época, não lhe deram um mandato, mas uma primeira suplência que lhe permitiu assumir como deputado federal durante quatro meses deste ano.
Confrontado no município por Amanda Gentil, adversários de fora e até pelo vereador Daniel Barros (PDT), que obteve 9.381 votos (8.481 em Caxias), Paulinho (PL) sentiu o golpe e viu seus votos na casa de 20 mil sufrágios diminuírem para 15.392 (teve 22.033, no geral), fato que certamente o levará a pensar melhor em considerar futuras alianças, já que caminhar politicamente sozinho nesses tempos confusos e destrambelhados por ideologias é coisa muito difícil.
Ademais, a própria Amanda Gentil (108.699 votos), mesmo com o aparato da máquina política do pai, sofreu na pele perda substancial de votos, considerando-se que obteve apenas 25.703 votos em Caxias, contra os 33 mil que Zé Gentil, seu avô, conseguira na última eleição.
Enquanto Imperatriz alardeia para o Maranhão inteiro a conquista de três vagas na assembleia estadual, Caxias, nesse quesito, não fez o seu dever de casa e ganhou apenas duas, através da reeleição da deputada Daniella, que ano passado se tornou caxiense com o título de cidadania que lhe foi concedido pela Câmara Municipal, e de Cláudia Coutinho, esta uma caxiense mais presente na política de Matões.
Outros dois candidatos da terra, Catulé Júnior (PP) e o deputado estadual Adelmo Soares (PSB), não lograram êxito na eleição mesmo atingindo a marca de mais de 34 mil votos. Catulé Jr. obteve 34.487 votos (11.778 votos só em Caxias), e Adelmo alcançou 34.365 votos, sendo 8.978 votos somente no município.
Ambos integram a coligação vencedora do governador Carlos Brandão e do senador Flávio Dino, mas Catulé Jr. é o que reúne maiores condições de ser alçado a uma vaga na Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), numa eventual mexida que o governador Brandão vier a fazer para fortalecer a sua base de apoio no legislativo estadual, já que é o primeiro suplente do PP. Adelmo, na segunda suplência do PSB, tem uma situação mais difícil e deve estar decepcionado por ter trocado o PCdoB pelo PSB, na última dança das siglas partidárias, uma vez que, nesta última eleição, o PCdoB colocou três quadros na ALEMA e o mais votado teve somente 29.304 votos.
Em todo caso, se Catulezinho vier a assumir mandato, Caxias, assim como Imperatriz, poderá dizer também que recuperou o seu prestígio político no estado, tornando-se dona de um poder invejável e capaz de proporcionar a solução das muitas demandas que o município e seus munícipes reclamam há muito tempo e que estão sem termo exatamente por falta de uma representação política à altura de suas tradições.
Por outro lado, mais uma vez lamentar que agentes políticos da terra, numa demonstração de amor aos seus próprios interesses pessoais, tenham contribuído para atrapalhar o projeto de fortalecer politicamente a cidade, trazendo candidaturas de fora para roubar as esperanças dos caxienses, principalmente das almas apaixonadas que se lançaram sem medidas nessa última eleição.
Dizer também que a força política do prefeito, ninguém se engane, balizará a sucessão municipal em 2024. E aquele, ou aquela, que melhor souber se cacifar, ao lado de FG, com certeza terá grandes chances de sentar na cadeira do Paço Municipal.
De resto, como não houve definição da eleição presidencial em primeiro turno, a política seguirá turbulenta no país até o próximo dia 30, quando mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá se bater contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). No primeiro round, deu Lula, que obteve cerca de 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro.
Nesse momento as duas facções de engalfinham em batalhas pela aquisição de aliados e maior contato com o eleitor, numa espécie de vale-tudo que está trazendo para a arena até embates de cunho religioso, onde os litigantes se acusam mutuamente de anti-cristãos. Jesus Cristo, por certo, jamais aprovaria comportamentos desse jaez à luz da sua sagrada doutrina, e deixou isso bem claro quando esteve entre nós dois mil anos atrás, quando disse que cabia ao homem, primeiro, amar a Deus sobre todos as coisas, e depois, amar seus semelhantes como a si mesmo.
Entretanto, o que se assiste do embate ora político/religioso é um sem número de pregações absurdas, inclusive com ameaças de separação da federação, nas quais parte da população do sul está revoltada contra o povo do nordeste, pelo fato dos nordestinos terem votado amplamente em Lula no primeiro turno, dando-lhe os preciosos votos que o colocaram à frente de Jair Bolsonaro. Realmente, nossa jovem democracia está ameaçada mesmo, e não ver os outros expressarem a vontade é apenas a ponta de um iceberg na mente de pessoas doentes por causa de ganância e egoísmo.
Por outro lado, passada a euforia e as surpresas do primeiro turno, agora é a hora do eleitor ficar atento e observar, visando a próxima eleição do dia 30/10, quem está disposto a favorecê-lo melhor, porque a grande verdade é que há uma enorme fila de desempregados e gente até passando fome dentro de um país riquíssimo de recursos naturais. Conchavos e dinheiro de um tal orçamento secreto voltaram à ordem do dia, assim como as posturas falsas que são evidenciadas mentirosamente para iludir a mente de quem vai deixar seu voto na urna. Contra essas artimanhas é preciso ter muito cuidado, porque depois é você, leitor, quem sofrer. Ah! E saber também que nada na política tem a presença de Deus.
Para terminar, um panorama da votação do primeiro turno em Caxias.
Ao fim da apuração na cidade, Lula, do PT, teve 74,13% dos votos para a Presidência (61.772 votos), enquanto Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 20,39% dos eleitores (16.986 votos) do município.
Depois vieram: Ciro Gomes (PDT): 2.490 votos (2,99%); Simone Tebet (MDB): 1.654 votos (1,98%); Soraya Thronicke (UNIÃO): 149 votos (0,18%); Padre Kelmon (PTB): 108 votos (0,13%);Felipe D Avila (Novo): 99 votos (0,12%); Sofia Manzano (PCB): 20 votos (0,02%); Vera (PSTU): 19 votos (0,02%); Léo Péricles (UP): 18 votos (0,02%); Constituinte Eymael (DC): 10 votos (0,01%); Brancos - 0,94%; e Nulos - 3,23%.
O governador Carlos Brandão foi o primeiro colocado e recebeu 47,07% dos votos (35.310 votos) à sua reeleição, enquanto o senador Weverton Rocha (PDT), segundo colocado, chegou a 31,51% dos votos (23.641 votos); Lahesio Bonfim (PSC), teve 15.150 votos (20,19%); Edivaldo (PSD): 470 votos (0,63%); Enilton Rodrigues (PSOL): 203 votos (0,27%); Hertz Dias (PSTU): 105 votos (0,14%); Frankle Costa (PCB): 59 votos (0,08%); Simplicio Araújo (SD): 46 votos (0,06%); Professor Joas Moraes (DC): 37 votos (0,05%); Brancos - 3,73%; e Nulos - 9,90%.
Para o senado, Flávio Dino liderou as escolhas no município com 49.806 votos, superando Roberto Rocha Roberto Rocha (PTB): 21861 votos (29,69%); Antonia Cariongo (PSOL): 897 votos (1,22%); Pastor Ivo Nogueira (DC): 825 votos (1,12%); Saulo Arcangeli (PSTU): 242 votos (0,33%); Brancos - 6,01%; e Nulos - 9,22%.
Quanto às candidaturas da cidade, concorrendo a uma vaga para a Câmara dos Deputados, Júnior Martins (PSC) teve 3.962 votos, dos quais 3.166 em Caxias; AugustoLobato Coletivobalaiada (PT) obteve 2.937 votos; Clidenor Guimarães (AGIR), 511 votos; e Professor Arimathea (PSOL), 242 votos.
Disputando vaga à Assembleia Legislativa Estadual, Samara Mendes (Patriotas), 4.074 votos, dos quais 2.184 em Caxias; Jerônimo Cavalcante (MDB) atingiu 3.709 votos, sendo 2.528 no município; Pedro Barros (PL), 537 votos; Repórter Puliça (PROS), 545; LCarlos Coletivo Cocais (PMB), 207 votos; Professor Arnaldo Rodrigues (PSOL), 165 votos; e Marta Surama (Podemos), 155 votos.
Confira os 10 deputados federais mais votados em Caxias: Amanda Gentil (PP), 25.703 votos (31,80%); Paulo Marinho Jr (PL): 15.392 votos (19,05%); Daniel Barros (PDT), 8.481 votos (10,49%); Junior Martins (PSC), 3.166 votos (3,92%); Gil Cutrim (Republicanos), 2.075 votos (2,57%); Fábio Macedo (PODEMOS), 1.908 votos (2,36%), Flavia Alves (PCdoB), 1.572 votos (1,95%); Cleber Verde (Republicanos), 1.407 votos (1,74%); Roseana Sarney (MDB), 1.356 votos (1,68%); Rubens Pereira Jr. (PT), 1.276 votos (1,58%); Brancos - 4,30%; e Nulos - 2,65%.
Agora confira os 10 deputados estaduais mais votados na cidade: Daniella (PSB): 17.128 votos (21,23%); Catulé Junior (PP), 11.778 votos (14,60%); Claudia Coutinho (PDT), 9.543 votos (11,83%); Adelmo Soares (PSB), 8.978 votos (11,13%); Jerônimo Cavalcante (MDB), 2.528 votos (3,13%); Samara Mendes (PATRIOTAS), 2.184 votos (2,71%); Mical Damasceno (PSD), 1.071 votos (1,33%); Inácio Melo (PSDB), 988 votos (1,22%); Florêncio Neto (PSB), 954 votos (1,18%); Jardel Medeiros (AGIR), 943 votos (1,17%); Brancos - 4,57%; e Nulos - 2,54%.
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