A campanha política de 2002, oficialmente, finalmente está nas ruas. Desde o dia 17 as mobilizações de candidatos ocorrem nos mais diversos locais da cidade. Com a baixa dos casos da pandemia do covid-19 e a população vacinada, o caxiense voltou a assistir o trabalho de formiguinha das pessoas contratadas para percorrer a cidade portando flâmulas e faixas de quem lhes está pagando o salário. Um alento, com certeza, para a economia dos lares menos aquilatados pela sorte, sobretudo em época de inflação alta, por conta agora dos preços dos alimentos, e falta de emprego.
Comida na mesa está sendo um dilema diário para muitos brasileiros. No entanto, graças ao governo estadual e à prefeitura de Caxias, o restaurante popular da cidade, localizado na praça do Panteon, tem sido a válvula de escape para muita gente que apenas paga um real pela quentinha do almoço e do jantar. A vida está muito difícil, porque perduram os problemas de atendimento na área da saúde aos que vivem com muito pouco, a fumaça tóxica que continua a emanar do lixão do bairro Teso Duro, mas pelo menos observa-se que existe um certo conforto em saber que os infortunados estão tendo onde comer diariamente.
A campanha sob a liderança do prefeito Fábio Gentil (PRB), em favor do ex-governador Flávio Dino (PSB), que concorre a uma vaga no senado, da reeleição do governador Carlos Brandão (PSB), da reeleição da deputada estadual Daniella (PSB), e da sua filha Amanda Gentil, que concorre à Câmara dos Deputados, parece que começou no mesmo ritmo do que ocorreu quando o alcaide se reelegeu na última eleição municipal.
Com a força de 18 dos 19 vereadores da Câmara Municipal, cada um deles vestindo a camisa pelas candidaturas de senador e governador do Estado ao lado do comandante, e 14 fechando apoio com exclusividade às duas candidatas de FG, é grande mesmo a possibilidade de uma vitória significativa do grupo no município, considerando-se que no contexto do colégio eleitoral de cerca de 100 mil eleitores, no pleito passado, só o prefeito obteve mais de 62 mil votos.
Isso foi suficiente para levá-lo a uma vitória com mais de 70% dos votos válidos. Entretanto, o ex-vice-prefeito Paulo Marinho Júnior (PV), que obteve pouco mais de 55 mil votos na última eleição, apenas conseguiu uma suplência na Câmara Federal. Quer dizer: ficou de fora por causa do método de coligação partidária que persistia, em 2018, e que permitiu a eleição de candidatura com cerca de 47 mil votos, deixando de fora até quem conseguiu a marca de 74 mil votos.
O fato é que tudo agora vai depender do que está estabelecido na legislação eleitoral para as eleições de 2022. Os partidos, por exemplo, ainda podem se coligar para lançar candidatos nas eleições majoritárias para governador, senador e presidente da República. Nas eleições proporcionais, porém, onde são escolhidos, pelo voto, os deputados estaduais e federais, não há possibilidade de coligação. E, assim, os partidos que quiserem se unir antes da eleição devem formar federações. Então, será a força dos partidos em federação que definirá os eleitos.
Amanda Gentil, em Caxias, foi afastada pelo pai do PSB, denominado partidão da morte por aglutinar grande número de candidatos com fortes lastros eleitorais, onde exatamente estão seus candidatos ao senado e a governador, e está filiada ao Partido Progressista (PP), em tese uma agremiação de menor concorrência. A grande expectativa em torno da sua eleição de deputada federal é saber se ela terá força para superar a forte candidatura de reeleição de André Fufuca, presidente do PP estadual, que na última eleição foi eleito com 105 mil 583 votos.
Como nomes de maior evidência na batalha eleitoral caxiense, figuram o deputado estadual Adelmo Soares (PSB), que almeja se reeleger; o vereador Daniel Barros, que disputa vaga de deputado federal pelo PDT; o ex-secretário de Turismo Catulé Júnior, que concorre para a Assembleia Estadual; a primeira dama de Matões, Cláudia Coutinho (PDT); e a deputada Daniella, que quer se reeleger com força da família Gentil; e o deputado federal Paulo Marinho (PV), que corre também para permanecer no seu mandato.
Ter uma ideia de quem poderá sair vitorioso, no entanto, só a partir das pesquisas que já estão em andamento no município. São mais visíveis, no momento, o trabalho da turma que trabalha por Catulé Júnior, Adelmo Soares, Cláudia Coutinho e, óbvio, que apoia as candidaturas do prefeito Fábio Gentil. É admirável assistir como os vereadores governistas estão vestindo a camisa do chefe. Colocam seus correligionários e assessores nas ruas como se eles próprios estivessem lutando por suas vitórias na eleição. É hora, enfim, de avaliar como está o humor dos cerca de 108 mil eleitores caxienses aptos a votar em outubro de 2022.
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