O brasileiro pode até não estar percebendo, porque no momento está sendo empurrado a escolher entre dois modelos de poder diametralmente opostos nas próximas eleições de outubro, que os seus reais interesses, sejam eles pessoais, de abertura de oportunidades para a juventude que hoje se forma e depois fica desempregada; de revitalização da indústria, para que ela possa responder às necessidades do país, em vez de ficar refém aos interesses do mercado internacional; ou da escolha de um modelo de educação capaz de colocar a nação entre as mais avançadas do mundo, estão longe de ser alcançados por ambas as propostas, já que aderir à extrema esquerda ou à extrema direita só levará o Brasil ao caos, uma vez que a vitória de uma ou de outra facção pode resultar no elemento catalisador de uma guerra civil em nossa pátria.
Nos últimos dias, a imprensa livre do país, através do rádio, da TV fechada, de jornais e de revistas, tem feito o seu papel de conversar com os pré-candidatos à eleição presidencial, oferecendo ao eleitor a oportunidade de confrontar os planos de governo que cada um tem para dirigir o país, caso vença a eleição. Os dois melhores colocados nas pesquisas, Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), não têm comparecido a esses encontros, e isso está sendo muito ruim, talvez porque saibam que o têm mente para o Brasil será facilmente colocado em cheque pelos demais postulantes, sobretudo expondo as mazelas que cada um cometeu e que culminaram por levar o país à condição vexatória em que se encontra atualmente no contexto internacional.
Não. Nosso país não pode mais continuar refém de políticas populistas. É bem verdade que é preciso urgentemente levar comida à boca de quem tem fome, às vítimas de um modelo econômico imoral que suga tanto de todos, ao ponto de impedir que milhões de brasileiros tenham acesso a almoço e jantar todos os dias. Este fato, por exemplo, é um disparate sem precedentes na história contemporânea mundial, se levado em conta que nosso povo vive em terra abastada de recursos naturais, terras agricultáveis aos montes como em nenhum outro lugar no planeta, água doce em abundância, centenas de milhares de quilômetros de costas pesqueiras, fontes de energia sustentável inesgotáveis, um verdadeiro império do agronegócio e das melhores comodities de mercado.
Se acompanhar o que a imprensa que não gosta das fake news que só atendem os que querem se aproveitar da situação para se dar bem, o eleitor facilmente entenderá onde será melhor destinar o seu voto nas próximas eleições. A hora é para deixar de lado as emoções doentias estimuladas, e pensar que não é possível mais continuar trilhando o mesmo caminho que sempre termina no mesmo lugar, no qual se encontra apenas a insegurança de não poder andar nas ruas; ver as pessoas em intermináveis e humilhantes filas de programas de assistência social; peregrinando em busca de consultas e exames nos hospitais públicos; a criminalidade avançando ousadamente; a juventude caminhando para um modo de vida hedonista, ou seja, evidenciado por uma vida recheada de prazeres e sem a menor responsabilidade; os incautos sendo seduzidos e destruídos pelo tráfico de drogas; enfim, as nossas instituições desmoralizadas e as pessoas sendo estimuladas a se armarem para defenderem a própria vida.
Para dar uma ideia do que está acontecendo, a população brasileira armada atualmente tem mais armas do que todas as forças nacionais de segurança juntas, enquanto a legislação proíbe o uso de armas. Também é estimulada a formação de milícias paramilitares, a pretexto de contribuírem pela manutenção de uma ordem pública que, constitucionalmente, toda cidadania sabe que é uma prerrogativa somente do estado. E a constatação nesse campo é perigosa, porque é sabido de onde parte o interesse no sentido de vir a ser fomentada uma guerra civil, a fim de que a democracia, o direito que o povo tem de escolher, conquistada com muita luta, seja varrida do país
Entretanto, o Brasil historicamente é um país diplomático, nunca foi um lugar de arroubos a conquistas territoriais armadas, flagelar cidades e pessoas, a exemplo do que acontece no momento na distante Ucrânia, onde os russos se esmeram em destruir, não só pessoas, mas famílias inteiras, toda a infraestrutura daquela nação, fomentar êxodo em massa, mas sobretudo os laços de sangue e de amizade comuns a esses dois povos eslavos. E a apreensão se torna maior quando se sabe que os dois melhores colocados nas pesquisas nutrem amizade e admiração pelo modelo de gestão autoritária de Vladimir Putin, e já demonstraram isso.
Por outro lado, aqui, nas plagas caxienses, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) começa a mover a mesma engrenagem que o conduziu a dois mandatos ao Paço Municipal. Desta feita, empresta o prestígio obtido com a votação histórica que alcançou no último pleito eleitoral, quando humilhou fragorosamente a oposição, ao ponto dela ficar reduzida apenas a um quadro, dos 19 que possui atualmente a Câmara Municipal. E o esforço será o trabalho para eleger sua filha, Amanda Gentil, para a Câmara dos Deputados, reeleger a deputada estadual Daniella (PSB), eleger o ex-governador Flávio Dino (PSB), para o Senado, e reeleger o governador Carlos Brandão (PSB).
Até dias atrás, antes da primeira visita do governante maranhense à cidade, adiada em razão de tratamento de saúde, as forças locais de oposição vinham trabalhando bem o nome do senador Weverton Rocha (PDT) como opção para o Palácio dos Leões, assim como a reeleição do senador Roberto Rocha (PTB). Até o insider ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahésio Bonfim (PSL), que as pesquisas apontam como muito próximo de Weverton Rocha, andou por aqui à procura de votos.
Mas a visibilidade dos que se opõem ao grupo do prefeito de Caxias começou a declinar diante dos novos investimentos trazidos pelo governo estadual à cidade, especialmente nas áreas da saúde e de infraestrutura. O momento também marcou a força do retorno dos apoiadores e aliados mais próximos de FG, que tiraram do baú as vestimentas de política e deram uma demonstração fiel de que estão prontos, com malas e bagagem, a participar do próximo pleito ao lado dele. O clima, no entanto, já não está para brincadeira na região. Que o digam o deputado Adelmo Soares (PSB) e o deputado federal Gastão Vieira (PT), ambos enxotados do movimento pró Carlos Brandão e Flávio Dino, respectivamente, em Caxias e Coelho Neto.
Na próxima segunda-feira, 1º de agosto, feriado municipal pelos 199 anos de adesão à Independência do Brasil, o alcaide já tem pronto um novo lote de inaugurações na zona urbana e na zona rural, e isso será mais uma ação importante que levará a população caxiense a esquecer alguns desacertos, e voltar a apostar no time que está ganhando. O quadro de forças, porém, somente poderá ser dimensionado após o dia 16 de agosto, que é quando começa, de fato e de direito, a campanha eleitoral.
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