Caxias-MA 24/11/2024 11:57

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Mais um carnaval esquisito em Caxias


Incrível as voltas que o mundo dá. Nos tempos atuais já não se vive o carnaval em sua total acepção no Brasil, que em outras épocas era comemorado e festejado com muita folia popular, desfiles de carros alegóricos, de blocos de sujos e de escolas de samba. Durante quatro dias o reino de Momo tomava conta de todo o país, oferecendo aos brasileiros fantasiados um momento de alegria generalizada, uma válvula de escape contra os dissabores do às vezes cruel cotidiano.

Com a presença de uma indelével pandemia virótica entre nós, nos últimos dois anos, os brasileiros, e nós, caxienses, no meio, também sofremos a amargura de apenas lembrarmos das festas da época de antigamente, quando por aqui se falava em micareta, Micaxias, Cantafolia, blocos de rua e nos assaltos de salão dos clubes sociais.

Atualmente, quando muito as pessoas se reúnem nos bares, restaurantes, churrascarias, restaurantes e nos novos pubs da moda, onde o assunto predominante ou é falar de covid-19 ou da insidiosa guerra que a poderosa Rússia deflagrou contra o território da Ucrânia, lá para os lados extremos do leste europeu.

O conflito, mesmo em local tão distante, reverbera perigosamente para o resto do mundo, e pode inclusive servir de estopim a uma terceira guerra mundial, já que a grande maioria das nações condena e deve punir a ação determinada pelo novo títere da terra dos czares, Vladimir Putin.

Em seu desvario irresponsável, o novo czar, que foi chefe da sinistra KGB, organização de contraespionagem da extinta União Soviética, à frente da Rússia há  cerca de 30 anos, quer porque quer restabelecer a hegemonia do chamado bloco soviético e sua ameaça constante de dominar o planeta, se possível com o uso de armas que quem as possui não espera um dia utilizar. 

As últimas notícias são de que ele assumiu um comportamento parecido com o adotado pelo nazista Adolf Hitler, que levou o mundo à triste memória da segunda guerra mundial, entre 1939 e 1945. A política do nazista era expandir o seu Reich para o leste da Europa, estendendo seus tentáculos para a Polônia, Rússia e toda a região balcânica. Putin quer a Rússia de hoje com os mesmos limites territoriais da era soviética, sem se importar com o que as pessoas pensem ou prefiram.

Não satisfeito por invadir a Ucrânia, agora passou a fazer ameaças também a países da Escandinávia, como a Finlândia e a Suécia, no sentido de que não se afinem de forma alguma com as potências ocidentais, isto é, procurem abrigo na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), para se protegerem militarmente.

Não obstante, mais curioso nesses dias atuais é também o comportamento das pessoas normais, via de regra hoje impregnado a alguma ideologia. Por incrível que pareça, nas rodas de conversa da cidade, há quem se aventure a defender até o ato covarde de Putin, a pretexto de lhe reservar direitos pretensamente conquistados dentro de uma conjuntura de relacionamento que tem, talvez, mais de mil anos.

É desconcertante constatar que muitos se deixem aprisionar por pontos de vista que atentam contra o progresso da civilização humana, se esquecendo do que os regimes despóticos fizerem no passado, submetendo as pessoas a todo o tipo de controle e até escravizando-as,  para construir riquezas que não eram de desfrute comum à maioria da sociedade.

Até uma semana atrás a Ucrânia vivia sob o império da vontade do seu povo, que elegeu seu jovem presidente com 73% dos votos na última eleição. Mas o pleito também tirou do poder um fantoche manipulado por Putin, oferecendo uma resposta inequívoca de preferência por liberdade, da parte do povo ucraniano. E, assim, quem perdeu as eleições de lá, cuidou de facilitar as coisas para Putin, na intenção de voltar ao poder.

Enquanto isso, aqui na terra dos Guanarés a política entrou em compasso de espera, por causa de mais um esquisito carnaval sem festança oficial para não agravar a pandemia. E do ninho governista  guinchos de baixa vibração nos revelam mais desacertos do que entendimentos. 

O vice-prefeito Paulo Marinho Júnior (PV), por exemplo, visitou o almoxarifado da saúde no meio da semana e não gostou de ter constatado que lá tem muito pouco medicamento, levando as vivandeiras de plantão a pensarem que ele está a ponto de rompimento com o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), até mesmo porque, segundo consta, vem se saindo bem nas pesquisas para eleição de deputado federal.

Por último, o vereador Catulé (Republicanos) frisou em discurso, na Câmara, que tem político marginal na casa que acompanha o prefeito. E o assunto, com toda a certeza, será outro prato cheio para as vivandeiras explorarem quando do retorno das atividades parlamentares do legislativo na semana que vem.


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