No movediço terreno da política, o ano de 2022 não poderia ter começado melhor para os fuxiqueiros de plantão, sempre atentos a reverberarem para o pior cenário possível a vida dos agentes públicos da cidade. Numa época em que a classe política brasileira vem sendo defenestrada por conta de escândalos e mais escândalos que se acentuaram mais a partir da operação lava-jato, a impressão que se tem, já que não há oposição no momento em Caxias, é que fatos que deveriam ficar bem escondidos do público, dada à privacidade dos mesmos, estão caindo na boca da opinião pública com a maior facilidade, como se seus protagonistas estivessem a perscrutar o alcance de suas travessuras para aferir se a sociedade apoia ou não o que estão fazendo, sob a perspectiva de que ninguém simplesmente é melhor do que ninguém.
Se o intento dos protagonistas vai por aí, acho que não deixa de ser um rematado engano, sobretudo nesses primeiros dias de ano eleitoral, ainda mais quando outro fato, que parece ter sido um erro do SAAE, entregou nesse início de janeiro uma conta salgada de água para os consumidores, muitas das quais com aumento de até 250% em relação à última conta paga no mês de dezembro passado.
Sinceramente não creio que o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) tenha enviado para Câmara de Vereadores um projeto de lei com essa finalidade, e muito menos que nossos edis tenham aprovado a tal proposição com conhecimento desse eventual atentado contra a população que vem sofrendo os efeitos nefastos de uma pandemia que até parecia que estava mais controlada, mas que nos últimos dias parece recobrar as forças no município, como de resto, em todo o país, através da nova variante ômicron, pressionando o atendimento nos hospitais.
Não sei se por interferência da pandemia, que tem enlutado famílias, prejudicado o comércio e também é causa de desemprego, mas é flagrante que muitas pessoas estão mudando seus comportamentos e fazendo coisas que em tempos normais jamais fariam, não importassem os motivos. Impressiona, por exemplo, que os políticos locais tenham deixado de lado a premissa de dar mais representatividade e força à cidade elegendo o maior número possível de quadros para o Congresso Nacional e a Assembleia do Maranhão.
E, pior, que o grupo majoritário no poder, sem enfrentar oposição, move-se ao sabor de brigas e refregas intestinas que irão prejudicá-lo até mais do que um coeso grupo de oposição faria, uma vez que se sente que o povo está ficando cansado da mesma lengalenga todos os dias.
Para piorar a situação, dando mais visibilidade aos problemas que são divulgados à soberba nas redes sociais e outros meios de comunicação, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias (SINTRAP), a despeito dos servidores da educação já terem recebido até o 16º salário, não cessa suas atividades de protesto diante da prefeitura municipal, cobrando o pagamento de sobras do FUNDEB às contas salariais de seus associados. Mesmo fazendo jus a abonos que os demais servidores jamais receberam, o protesto fortalece a imagem de que algo ocorre errado dentro da prefeitura.
Se a gestão municipal não chamar seus quadros a uma mesa de reuniões para aparar todas as arestas que são dadas ao conhecimento da opinião pública, há risco de vir a ocorrer uma catástrofe política histórica como jamais se viu em Caxias nas próximas eleições. Há que ser dado o devido valor aos fuxicos e calúnias que vão tomando conta do imaginário popular, sem gastar nada ou alugar canal de comunicação. Afinal de contas, as fake news são a cultura da moda, no momento, e já mostraram bom serviço a candidaturas por muitos consideradas pouco receptivas às vitórias que vieram construir.
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