A informação de que o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e o Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão, pretende reduzir o campo de ação do 2º BPMMA, sediado em Caxias, que hoje abrange seis municípios, para apenas três (além de Caxias, São João do Sóter e Aldeias Altas), foi a notícia alvissareira que circulou na Câmara de Vereadores, durante a semana, resultado de uma audiência que o vereador Teódulo Aragão, presidente do legislativo municipal, à frente de um grupo de vereadores locais, manteve semana passada, na capital, com o secretário Jefferson Portela e o coronel Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis.
A alta cúpula da segurança estadual entende que a melhor forma de ajudar efetivamente a segurança em Caxias é diminuir o raio de alcance do batalhão sediado na cidade, para assim concentrar mais pessoal e viaturas na área mais próxima do entorno da Princesa do Sertão, marcando uma estratégia que inclusive viabilizaria a instalação de mais postos policiais na zona rural caxiense, fortalecendo a presença do policiamento ostensivo no território.
Se o plano for mesmo consolidado, como disseram o secretário de segurança e comandante da PMMA aos vereadores de Caxias, será uma ação que, além de oferecer mais tranquilidade aos nossos habitantes, causará um grande estrago nas hostes de facções criminosas que atualmente estão em franco crescimento no leste do Maranhão. Entretanto, para a iniciativa vir a se concretizar, antes o governo estadual precisa criar um novo batalhão da PMMA e instalá-lo na vizinha cidade de Coelho Neto, que ficaria responsável pela cobertura policial também de Afonso Cunha e Duque Bacelar, cidades que ora continuam no raio de ação do 2º BPMMA.
Guardando as devidas proporções, uma ação dessa natureza foi testada com sucesso em New York e Chicago, duas megalópoles norte americanas, nos anos 1980 e 1990, que adotaram a política de tolerância zero para superar o que foi caracterizado, na época, uma epidemia de crimes, através da qual a polícia passou a ocupar literalmente os pontos dominados por gangues de marginais. Ou seja, uma maior presença de policiamento certamente inibirá as ações criminosas. Foi o que ocorreu aqui mesmo, no nosso Maranhão, na época do governador João Alberto de Sousa (1990-1991) cuja primeira diretriz para acabar com os crimes de pistolagem, então muito em voga, foi um duro recado para bandidos e pistoleiros darem fora dos limites do Estado, porque a polícia estava autorizada a mover perseguição implacável a todos que permanecessem em solo maranhense.
Diante da informação, a expectativa de nossa comunidade deve ser a melhor possível, até porque os crimes que vem ocorrendo em Caxias não se resumem mais a saidinhas bancárias e pequenos roubos praticados por motoqueiros. Por trás dessas ações, nomes de facções criminosas famosas já são vistos pela cidade e seu combustível de atividades é a circulação e venda de drogas. Basta observar-se que maconheiros, por exemplo, já não se escondem mais para fazer uso da droga, mas a utilizam abertamente nas praças e logradouros públicos, seja à noite ou à luz do dia, levando consternação e medo à nossa comunidade, uma vez que muitos desses elementos drogados se tornam violentos e corajosos para intentar contra bens e a segurança física das pessoas.
Ademais, os casos de arrombamentos de residências e comércios vem se tornando mais frequentes ultimamente. A qualquer hora do dia são registradas surtidas do gênero. Às vezes as pessoas estão sendo acordadas no meio da noite por bandidos armados que lhes roubam todos os pertences. Chefes de família chegam a ser desmoralizados diante dos seus por marginais que se acham no direito, não apenas de lhes roubar tudo, como escarnecer da própria situação em que se encontram, praticando uma inversão de valores sem precedentes, como se a própria vítima ameaçada estivesse causando problemas.
Vamos aguardar com ansiedade a efetivação desse trabalho para a segurança de Caxias. Afinal de contas, é necessário entender que a gravidade do problema não vai se restringir ao quadro atual, mas tende a crescer, já que as organizações criminosas, que antes só atuavam nas grandes cidades, agora resolveram estender seus tentáculos para as médias e pequenas cidades do interior.
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