A Câmara Municipal de Caxias (CMC) debateu dois temas da maior importância para Caxias durante a semana. O primeiro é o velho problema da ausência da prestadora dos serviços de energia elétrica no município, que não consegue atender a demanda da população, principalmente nos três distritos da zona rural. Ano passado, pressionada por uma campanha liderada pelo então presidente do legislativo, vereador Catulé (Republicanos), a diretoria da empresa relutou, mas acabou cedendo e veio à sede do poder, acertando da melhor forma possível a sua presença na região.
Mas isso foi em 2020, e a toda hora os veículos da concessionária eram vistos, tanto na cidade quanto nos povoados, principalmente no 2º Distrito, ao ponto das pessoas fixarem ideia de que esse tipo de problema não seria mais reclamado, em razão da presteza assumida pela ação dos vereadores municipais.
Agora, à essa altura do mês de agosto de 2021, estão novamente os vereadores insatisfeitos com a atuação da Equatorial Energia em Caxias, porque os velhos problemas estão novamente na boca das pessoas. Visitante assíduo da zona rural,o vereador Antonione dos Santos Silva (PV), o popular Torneirinho, que preside a Comissão Permanente de Transporte, Comunicação, Energia, Segurança e Defesa do Consumidor da CMC, trouxe novamente o caso para o plenário da Casa na última quarta-feira, e o apoio que recebeu dos colegas motivou o presidente Teódulo Aragão (PP) a pensar seriamente em convocar a empresa para uma conversa séria no parlamento, nos próximos dias.
As anomalias verificadas na prestação de serviço da Equatorial Energia vão de postes perigosamente inclinados sobre residências, passam por falta de capacidade da rede de energia atender a demanda dos povoados que cresceram demograficamente, à cobrança de taxas exorbitantes aos consumidores, a sempre pronta diligência para efetuar cortes nos fins de semana, ao arrepio da lei, que já proíbe esse tipo de ação em todo o território nacional.
Por essas e outras inconveniências é que perdura no contexto da sociedade a resistência para certos setores estratégicos do país continuarem sob rígido controle do governo, já que nosso empresariado, na expectativa de aumento de lucro, vez por outra quebra as regras constitucionais estabelecidas, carreando o prejuízo para o consumidor, tanto do ponto de vista do seu conforto como também atingindo-lhe no próprio bolso, ademais nesse momento de pandemia em que vive o Brasil, onde a economia está praticamente estagnada.
Outra atividade mereceria, talvez, um tratamento mais brando por parte da comunidade. Contudo, energia elétrica é um insumo essencial que todo contribuinte tem a obrigação de pagar, gera muita receita para as empresas concessionárias, daí porque a vereança local certamente quer saber o que está acontecendo para o sistema funcionar com precariedade em Caxias, e cobrar a ação de melhorias, evidentemente.
Também foi da iniciativa de Torneirinho o outro tema relevante da semana no plenário do legislativo municipal, que sem dúvida é a situação de precariedade dos cemitérios da sede do município. Os campos santos, se ainda podem ser chamados assim dada a violação diária a que são submetidos pela marginalidade e o tráfico de drogas, são logradouros indispensáveis à vida da cidade, porque são neles que todos os dias as famílias enterram seus entes queridos e almejam que eles sejam tratados com o devido respeito na cidade em que viveram, principalmente numa cidade histórica do porte de Caxias.
Possuidora de cemitérios centenários, surpreende que a Princesa do Sertão Maranhense ainda não disponha de uma administração para cuidar especificamente desses locais. Tudo funciona de forma tão improvisada que ninguém já não se surpreende de chegar ao túmulo de um parente e lá encontra pessoa enterrada no lugar, tamanha a desorganização que se acercou da atividade. O custo dos terrenos também não é tabelado e os valores divergem em função da condição financeira das famílias.
Próximo de Caxias, em Teresina, capital do Piauí, o pequeno cemitério do bairro São Cristóvão, situado na avenida João XXIII, é um exemplo do que poderia ser adotado nos cemitérios caxienses. O visitante adentra o portão central e, logo à sua direita, dá de cara com um moderno escritório onde funcionários da prefeitura atendem com presteza os interessados. Não chega a ser surpreendente constatar que se está diante de um cemitério modelo da cidade mafrense, construído com o regime de sepulturas tradicionais, mas extremamente limpo, bem iluminado e com arruamento primoroso para os visitantes circularem ou fazerem orações a seus entes queridos.
O vereador Torneirinho admite até que os cemitérios de Caxias possam sofrer uma transformação para a verticalidade dos túmulos, uma vez que assim o espaço dos terrenos poderia ser melhor aproveitado, inclusive oferecendo-se uma proteção melhor para o meio ambiente. “Hoje a pessoa vai enterrar uma pessoa em um jazigo da família e lá encontra outra pessoa enterrada no lugar, porque falta administração nos cemitérios e isso é uma obrigação do poder público”, enfatizou, mostrando que a legislação faculta para a implantação do cemitério vertical exigências mínimas de instalação, enquanto os horizontais exigem preocupação com o solo, lençol freático, plantas, memoriais, nível natural do terreno, que são fatores essenciais para o licenciamento, sem esquecer do fato que, por se acharem superlotados na maioria das cidades, passaram a ser construídos em locais distantes do perímetro urbano.
Contudo, como bem lembrou-lhe na sessão da última quarta-feira o vereador Catulé, ele terá um grande problema pela frente, porque no passado ele tentou provocar o caso e a situação chegou a provocar uma grande polêmica na cidade. Para o experiente vereador, Torneirinho primeiro deve fazer uma visita a esses locais, ir à procura dos coveiros chefes, que são as pessoas que sabem como funcionam os cemitérios da cidade, e depois retornar com o resultado dessas visitas para a Câmara dimensionar o problema.
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