A próxima campanha eleitoral em Caxias já está marcada para o próximo ano, mas aos poucos já aparecem fatos capazes de nos revelar quais serão os caminhos a ser percorridos na disputa por essa ou aquela facção política.
Enquanto o prefeito Fábio Gentil (PRB) consolida seu grupo em torno do nome do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que até agora conta com o eventual apoio do governador Flávio Dino (PSB), e já lançou sua filha, Amanda Gentil, para disputar vaga na Câmara Federal, e pode ajudar a conduzir o primo Teódulo Aragão (PP) e o amigo Catulé Júnior à Assembleia Legislativa Estadual, seus principais oponentes no município, a família Coutinho, vive um clima de indefinição muito diferente do pragmatismo que a levou por certo tempo a ser dona do poder na cidade.
Informações não confirmadas asseguram que, em razão de delicado estado de saúde, dificilmente a deputada estadual Dra. Cleide Coutinho (PDT) tentará reeleger-se para ALEMA no próximo ano. Para seu lugar, correntes dentro do próprio clã fizeram sugestões em prol do vereador Daniel Barros (PDT) e do empresário Eugênio Coutinho Filho, visto atualmente como maior potentado econômico do grupo, e por isso com mais chances de tentar a empresa da eleição em lugar de Dra. Cleide.
Olhando o cenário, observa-se que as decisões da política caxiense, no momento, podem ser vislumbradas através de dois comportamentos distintos. O primeiro foi que o grupo Coutinho não preparou um nome para suceder o líder, Dr. Humberto Coutinho, já falecido, se utilizando momentaneamente da presença de Dra. Cleide para sobreviver no bojo da aliança consolidada com o governador Flávio Dino, desde que proporcionou ao atual mandatário estadual força para chegar à Câmara Federal e depois ao Palácio dos Leões.
O segundo é o prefeito Fábio Gentil já ter apostado em um nome para garantir a continuidade da família na política, após ter identificado na filha, a jovem engenheira Amanda, dotes vocacionais nesse sentido. Não obstante, o que não é conhecido ainda é para onde irá o próprio prefeito, depois que seu mandato expirar em 2024 e o concurso de mais uma reeleição não lhe ser mais permitido.
A equação seria cristaliza, cheia de sentido, se, por exemplo, Fábio Gentil fosse o candidato a deputado federal de Caxias, e sua assunção certamente o colocaria no posto de maior liderança da cidade e da região do leste maranhense. Mas, aí, ele próprio teria que abrir mão de certos anéis que tem nos dedos.
Um desses anéis seria chancelar, por exemplo, o vice-prefeito Paulo Marinho Júnior ao cargo, dois anos antes do término de seu mandato como alcaide caxiense, e concorrer para deputado federal ou vice-governador. Outra iniciativa seria assegurar uma eleição majoritária a Paulinho Júnior, e trazer Teódulo Aragão da Presidência da Câmara para o Paço Municipal, fato que preservaria a família no poder, sob sua direção, por mais quatro ou oito anos.
Lógico que o quadro político caxiense ainda não está de todo definido, até porque, com toda certeza, outros agentes haverão ainda se manifestar a respeito de suas pretensões e candidaturas no próximo ano. O prefeito é o nome de maior consistência porque tem sabido conduzir o município nesse cruel momento de pandemia que já enlutou mais de 380 famílias em solo caxiense.
É verdade que o município vivencia demandas por maiores investimentos em infraestrutura, tanto na cidade como no campo, mas o fato é desculpável porque ele tem mantido as obrigações salariais da prefeitura em dia, inclusiva pagas com antecipação, mesmo pressionado com o elevado gasto de recursos utilizados no combate à pandemia da covid-19, que nos últimos dias, felizmente, começa a dar mostras de arrefecimento.
Arrefecimento que, diga-se de passagem, resulta da obstinação de Fábio Gentil em correr atrás de todo tipo de vacina para trazer aos caxienses. Neste fim de semana, por exemplo, a vacinação já contempla os jovens com 18 anos de idade.
Se a comunidade caxiense, com a vacinação, mantiver o protocolo sanitário, em pouco tempo a vida econômica e os investimentos tão reclamados haverão de deslanchar, porque a verdade é que Caxias, a despeito de todas as dificuldades, mantém um espírito progressista difícil de ser acompanhado por outros centros do interior maranhense.
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