Tivemos uma semana ainda atemorizada pelo flagelo da pandemia do covid-19, que agora se mostra mais perigoso em função de variantes que se espalham pelo país e desnorteiam os diagnósticos dos médicos e especialistas, uma vez que ele não está alcançando somente as pessoas com mais de 60 anos e aquelas que se enquadram em grupos de risco por serem portares de comorbidades, com ocorreu na primeira fase da infestação ano passado.
A preocupação do momento é com a capacidade de leitos de internação e, sobretudo, com as notícias de crianças, jovens e adultos abaixo de 50 anos, que passaram a fazer parte rotineiramente no panorama estatístico de infectados e de óbitos no território brasileiro.
Ampliando a onda de mazelas da pandemia, o noticiário da noite desta quinta-feira, 11, trouxe a público o dramático quadro em que se encontra a grande maioria dos estados, onde apenas duas das 27 unidades da federação estavam com a capacidade de internação no patamar de 80%. As demais, sem exceção, aproximavam-se da situação em que os hospitais ficam impedidos de receber pacientes, seja por falta de leitos, insumos básicos e até medicamentos.
Por conta da cabeça dura das autoridades do governo federal, muitas quais, sempre que podem, fazem pouco caso da doença e da dor sentida por familiares de quase 300 mil infectados que, até agora, não resistiram à doença, o país caminha para levantar o triste e desprezado bastião de se tornar o centro da pandemia do mundo, o lugar onde a crise sanitária não perde força, pelo contrário, só dá mostras que pode crescer ainda mais, inclusive com a presença de mais variações do malfadado coronavírus.
Nas últimas horas, cansados de esperar pelo compromisso do Ministério da Saúde em suprir o país a tempo com vacinas, a maioria dos governadores dos estado tenta, em consórcio ou individualmente, adquirir imunizantes para suas populações. É grande a expectativa de que negociações alcancem esse objetivo, aqui incluindo-se, o nosso Maranhão.
Ao longo dos sete últimos dias, graças a repasses do governo estadual, a Secretaria de Saúde do Município prosseguiu a primeira vacinação de pessoas idosas, agora as com mais de 75 anos, se utilizando da estrutura do ginásio de esportes central da cidade, o Ginásio de Esportes Governador João Castelo.
Por outro lado, o sistema municipal de saúde já trabalha com internações que se aproximam do ponto crítico, mas o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) comemorou a ajuda recebida do governador Flávio Dino (PCdoB), que assumiu 20 leitos de internação para covid-19 no Complexo Hospitalar Municipal Gentil Filho, o conhecido hospital geral da cidade, fato que lhe permite estabelecer pelo menos mais 10 leitos de reserva, com a mesma finalidade, em prédio anexo reservado para as futuras instalações de um centro de tratamento de câncer no município.
No bojo desse trabalho de aproximação, foram ainda renovados convênios que irão melhorar a assistência da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, no bairro Pirajá, e o trabalho da Maternidade Pública Carmosina Coutinho, no bairro Campo de Belém.
Na última segunda-feira, 8, à noite, a pandemia foi um dos temas que dominaram grande parte do expediente da sessão ordinária remota da Câmara Municipal, encontro em que os parlamentares, em sua grande maioria, dividiram suas atenções também para problemas na área de segurança, elevados com o aumento da incidência de fatos criminosos, e com saudações e homenagens às mulheres pela passagem do Dia Internacional da Mulher, naquela data.
O legislativo marcou o momento aprovando projeto de lei da estreante vereadora Ângela Machado (PTC), por unanimidade, selando a data como também o Dia da Mulher Empreendedora Caxiense, numa demonstração de respeito e valorização à crescente presença das mulheres caxienses na economia do município.
Mas foi a relação atual da Prefeitura de Caxias com o Governo do Estado, e suas implicações políticas, face o apoio claramente demonstrado pelo governador Flávio Dino contra a reeleição de Fábio Gentil, que roubou espaço em todas as manifestações.
Enquanto os dois vereadores de oposição, Daniel Barros (PDT) e Charles James (Solidariedade), procuraram usar seus espaços com propostas para aliviar as dificuldades da população, sem mostrar posicionamento político, parte dos vereadores do governo partiram para atacar o Governo do Estado, tomando por base o clima de insegurança que domina o município nos últimos dias, por conta de assaltos, homicídios, tentativas de homicídio e latrocínios, e as preocupações com a pandemia.
Dirigindo a sessão, o vereador Teódulo Aragão (PP) logo percebeu que alguns colegas da base do governo ainda estão curtindo a campanha eleitoral e vendo o governador como figura adversária. Usando da palavra com equilíbrio, ele chamou a atenção de seus pares, indistintamente, para dizer-lhes que Caxias vivencia no momento problemas bem maiores do que a política, os quais, para enfrentá-los e vencê-los, a Câmara e a Prefeitura precisam contar com a ajuda do governo estadual. “Essa ajuda, e sou testemunha de encontros em São Luís, já está vindo a bom tempo, graças à gentileza do governador em deixar fatos recentes da política no passado”, afirmou o presidente da CMC.
Por outro lado, há muito se fala, se cogita, sobre a cabeça de qual parlamentar pesará a responsabilidade de responder pela gestão municipal na Câmara. Num primeiro momento, devido à proximidade natural de muitos nomes novatos com o prefeito, pensava-se que o líder poderia sair desse grupo. Contudo, parece que irá prevalecer nessa situação a preferência por um edil mais experiente e rodado nas lides políticas.
Pelo pronunciamento que fez, o vereador da base Mário Assunção (Republicanos), em seu terceiro mandato, já se credenciou para receber o distintivo oficial. Percebendo a animosidade de colegas, partiu dele a iniciativa de lembrar que a eleição já passou e que outra só haverá no próximo ano. “Ninguém pode dizer que vota em a ou em b hoje, se no próximo ano, nós da base, estaremos todos juntos nesse mesmo grupo, ao lado do prefeito Fábio Gentil”, ressaltou, argumentando que agora não faz o menor sentido lançar farpas contra um governador que já está ajudando Caxias na área da saúde e, certamente também, nas questões relativas à segurança publica do município.
Falou ou não falou como uma liderança?!! Mas, se vai ser o escolhido. Bem, aí será outra estória...
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