O ano de 2021, pelo menos da ótica da política, iniciou alvissareiro para os caxienses. Quando pensou-se em uma confrontação de forças, luta renhida pelo comando da Câmara Municipal Caxias, situação que dominou nos últimos meses o imaginário dos especialistas locais, na sessão de posse dos eleitos no último pleito,  e também a eleição da nova Mesa Diretora da casa, no final da noite do dia 31 dezembro, o imbróglio foi resolvido tacitamente no plenário Edson Vidigal, diante da apresentação de uma única chapa, que só não foi aprovada por unanimidade porque dois edis da oposição se abstiveram de votar.

A maioria governista de 16 vereadores sacramentou o nome do vereador Teódulo Aragão (PP) para a direção da casa pelos próximos dois anos, consolidando o início de uma nova fase na política caxiense, que surgiu em decorrência da grande renovação dos quadros da vereança (cerca de 60%) na eleição passada.

Houve dúvida se o prefeito reeleito Fábio Gentil (Republicanos) interferiria na escolha da direção da CMC, e pode ser até que o seu desejo fosse a recondução do vereador Catulé (Republicanos), que nos últimos quatro anos dirigiu o legislativo sem causar-lhe o menor constrangimento.

Contudo, a despeito do novo presidente ser um de seus familiares, o que prevaleceu mesmo foi a certeza de que os novos vereadores e vereadoras que adentram ao legislativo estavam imbuídos de fazer efetivamente uma mudança na casa, renovando-a sem levar em conta o critério da experiência, e apenas guardando o critério da vontade da maioria, como reza o processo democrático em curso no município.

Ao tomarem posse, o prefeito Fábio Gentil e o vice Paulinho (PL) imediatamente fizeram questão de ratificar a escolha em seus pronunciamentos, alinhando suas ideias com o novo momento político desencadeado em Caxias. Vai aparecer quem diga que tudo não passou de uma grande trama gestada na prefeitura para isolar os vereadores mais experientes. Entretanto, a verdade soberana é que a posição dos vereadores neófitos prevaleceu, e assim FG, ou PMJ, não teriam mesmo como ir contra a corrente, ainda mais sabendo que a condução da coisa acontecia tranquilamente dentro da sua base aliada.

Nos discursos que fizeram na sessão da CMC, o prefeito, o vice-prefeito e o vereador Teódulo Aragão revelaram que estão em sintonia e dispostos a tudo fazer para dar sequência ao trabalho iniciado na primeira gestão de FG. O prefeito sinalizou que seus esforços pela expansão do turismo local serão redimensionados, uma vez que segue acreditando que este é o meio mais rápido de gerar mais trabalho e renda para a população.

Por outro lado, ficou claro também que a questão da saúde pública continua a dominar as expectativas dentro dos poderes constituídos do município. Fábio Gentil, também uma das vítimas da Covid-19 na cidade, disse que é imperativo agora trazer o mais rapidamente possível a vacina contra a doença para os caxienses, mas sinalizou com acerto em outra ação fundamental: a construção do maior hospital da criança do interior maranhense, dentro dos próximos quatro anos.

2020 ficou para trás como o período que todos querem esquecer, porque provocou mudanças que desestabilizaram de todas as maneiras a vida das pessoas, inclusive no modo mais peculiar do ser humano, que é se relacionar. Então, respeitando os protocolos sanitários, enquanto a vacina não chega, vamos todos continuar nos resguardando, esperançosos de que 2021 será um novo tempo, muito melhor. Afinal de contas, no Legislativo Municipal a vida já prossegue em clima de renovação e novas ideias certamente irão oxigenar melhor o anseio que os caxienses têm para  melhorar sua cidade.