Caxias-MA 22/08/2025 11:57

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Semana da boataria


Quem é do meio de comunicação e frequentou os bancos das universidades sabe que a palavra boato significa ausência de informação. O termo geralmente é usado para referir-se a uma notícia sem fonte conhecida e, na maioria das vezes, destituída de fundamento, lançada aos quatro pontos cardeais com a intenção de propagar o interesse de uma pessoa ou determinado grupo associado em torno de uma ideia ou pretensão.

A uma semana do Natal, quando as noites da cidade estão mais coloridas de luzes e adereços típicos da época, os caxienses ainda seguem desinformados sobre a cabeça de qual vereador irá pousar a coroa de louros da presidência da Câmara Municipal, cargo dos mais importantes para vida do município. Se no período da semana santa fala-se em semana caçadeira aos dias que antecedem a Paixão de Cristo, o momento que vivenciamos pode ser entendido como semana da boataria.

Eleito com esmagadora maioria de votos, e portanto chancelado para destrinchar o problema, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), já recuperado da covid-19 e de volta ao batente no seu gabinete, no palácio da praça do Panteon, segue reticente em adiantar alguma coisa em relação à delicada questão.

O mutismo do prefeito, guardando sua indicação para mais próximo do dia em que será reempossado ao cargo, deixa no ar uma sensação meio   desagradável, porque ele está diante de uma decisão que afeta somente o seu próprio grupo político, considerando-se que a  oposição, enfraquecida, está sem condições de reunir forças para pleitear a cobiçada posição do legislativo caxiense.

Mesmo com as posições definidas de dois candidatos que se lançaram ao cargo, o vereador Catulé (Republicanos), atual presidente da CMC, e o recém-eleito vereador Teódulo Aragão (PP), o prefeito, que é muito próximo dos dois, anda não externou sua preferência. Talvez tema estragar o brilho das festividades do Natal no seio dos seus correligionários, ou concorrer para plantar uma semente de desagregação que possa atrapalhar sua caminhada futura a postos mais elevados em sua carreira política.

Aproveitando-se disso, boateiros de plantão olham para o horizonte e formulam as mais diversificadas teses para o que transcorre em clima de berlinda no poder caxiense. Enquanto o presidente Catulé guarda sigilo absoluto sobre o assunto, trabalhando normalmente no seu gabinete, grupos de whatsap, por exemplo, espalham que Teódulo Aragão já fechou negociação e terá a maioria dos votos quando ocorrer a votação na Câmara, no dia 1º de janeiro, no meio da sessão especial que empossará o prefeito, o vice-prefeito e os 16 vereadores e as três vereadoras eleitos no último pleito.

Rumores assinalam também que o próximo governo do prefeito Fábio será reestruturado, e que a pasta da Educação, em sua totalidade, ficará nas mãos da família Marinho. Outra novidade vem com a indicação da filha mais velha de FG, Amanda, para disputar o mandato de deputado federal nas próximas eleições, no bojo de uma armação para alijar o vice-prefeito Paulinho a qualquer pretensão maior dentro do grupo.

Assistindo a tantas especulações, o prefeito Fábio Gentil talvez tenha razão em sofrear suas decisões. Em sua volta rondam pessoas atormentadas por paixões que beiram à histeria dos torcedores de times de futebol. E com uma turma assim, fora de controle, somar, que é mais importante para ele, pode ser substituído pelo verbo dividir, um resultado péssimo para quem faz política com lógica e lucidez.


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