Salvo por um fato inusitado e extraordinário o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), não conseguirá se reeleger no próximo dia 15 de novembro. A última pesquisa eleitoral realizada pela empresa JPesquisa, de São Luís, ligada ao tradicional e conceituado matutino Jornal Pequeno, confirmou o resultado já colhido em quatro levantamentos realizados por empresas especializadas de São Luís e de Teresina, como que cristalizando a vontade do eleitor caxiense neste ano de 2020.
Em que se confirmando essas previsões, cai por terra a argumentação de analistas asseverando que o ex-prefeito Humberto Coutinho, já falecido, com seu carisma, seria o único político local que teve a capacidade de reeleger-se, jogando por terra o mito de Caxias ser uma terra com a tradição de não dar dois mandatos seguidos a seus dirigentes. Um exagero, evidentemente, considerando-se que o instituto da reeleição só passou a vigorar no país a partir das eleições de 2004.
À essa altura da campanha, restando nove dias para a eleição, com oito postulantes na disputa majoritária, o cenário mostra que há polarização entre dois candidatos, que são exatamente o prefeito Fábio Gentil e o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), embora exista uma diferença quase abissal entre os dois, cerca de 44 pontos percentuais a favor de Fábio Cabeludo, conforme demonstrado acima no gráfico que a coluna republica.
Enquanto a mídia alinhada ao governo municipal propaga aos quatro ventos as realizações de Cabeludo, enfatizando que a cidade foi transformada em um canteiro de obras, ressaltando inclusive que muitos trabalhos que já estão prontos e foram entregues não haviam sequer sido promessas de campanha do prefeito, os veículos alinhados a Adelmo Gordin continuam a defenestrar a administração do município, mesmo que as denúncias não venham causando o efeito desejado, a julgar pelo resultado da última pesquisa.
Parece que não colou nem surtiu qualquer efeito a divulgação de dois vídeos nos quais Cabeludo é apresentado como se estivesse promovendo um conluio desonesto dentro da sua gestão, dado que as imagens apenas revelam pessoas sentadas com o prefeito em duas reuniões distintas.
Também tentar desconstruir o mantra de que Caxias é hoje um canteiro de obras não está sendo bem digerido por grande parte da população. Afinal de contas, o prefeito Cabeludo nunca disse que seria capaz de concluir todas as obras iniciadas na sua gestão, até mesmo porque a pandemia do novo coronavírus presente em Caxias, um gravíssimo surto sanitário ainda em propagação por todo o país, praticamente paralisou o andamento de muitas obras municipais que já estavam em execução.
A despeito da vantagem na disputa, o núcleo que coordena a campanha de reeleição do prefeito demonstra que não irá baixar a guarda até o dia da eleição, preocupado em se precaver e blindar seu candidato de qualquer artimanha tramada pela oposição.
A atenção do momento converge para anunciadas duas novas pesquisas que serão realizadas com uma amostragem maior do eleitorado, cerca de mil pessoas, para divulgação a partir do dia 10, há poucos dias, portanto, do pleito.
Vitoriosa nas cinco pesquisas já realizadas no município, a turma da coligação “Caxias não pode parar” (Fábio Gentil/Paulo Marinho Jr.) está alerta para o fato de que a oposição teria contratado uma empresa de São Luís que promove festas, sem experiência no ramo, para realizar o trabalho. O receio é que o resultado do levantamento se apresente como fake news para confundir a cabeça do eleitor caxiense, talvez a única estratégia que reste para tentar diminuir a vantagem do primeiro sobre o segundo colocado.
Estrategicamente, entre os oposicionistas há entusiasmo em lembrar que no ano de 2004 a prefeita Márcia Marinho não foi reeleita, apesar das pesquisas apontarem que tinha 70 por cento de aprovação. O fato é destacado com intensidade, mas omite a informação de que esse índice era de maio daquele ano, quando a prefeita ainda contava com o apoio do governador José Reinaldo Tavares, antes dele romper com a família Sarney à qual os Marinho eram ligados e, por consequência, serem prejudicados com corte de investimentos e pelo apoio que o governante estadual passou a dispensar à família Coutinho.
Observar que Léo Coutinho também não foi reeleito em 2016 quando tinha a seu favor a máquina administrativa da prefeitura, exatamente perdendo a eleição para Fábio Gentil, é outro argumento decantado pelos apoiadores de Adelmo Soares. Mas, nesse caso, pelo menos dois fatores contribuíram para a derrota de LC. O primeiro, ter deixado a Maternidade Carmosina Coutinho ficar conhecida em todo o país como a maternidade da morte de centenas de bebês. O segundo, desativar o Hospital Geral do Município.
Entrementes, para que não reste dúvida da idoneidade quanto à última pesquisa eleitoral realizada em Caxias, em levantamento que ouviu 400 eleitores, entre os dias 28 e 30 de outubro passados, republicamos abaixo matéria divulgada pelo Jornal Pequeno:
“A disputa eleitoral em Caxias é liderada pelo prefeito e candidato à reeleição Fábio Gentil. É o que mostra a pesquisa do Instituto JPesquisa. Gentil tem 63% das intenções de votos. O levantamento ouviu 400 eleitores nos dias 28 a 30 de outubro. O registro na Justiça Eleitoral tem o número MA 01282/2020. A margem de erro é de quatro percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 90%.
Nos dois cenários pesquisados, Fábio Gentil lidera nas intenções de votos. Na estimulada, o candidato a reeleição tem 63% da opinião dos eleitores. Adelmo Soares aparece com 19%. Ele é seguido por Júnior Martins com 4%, Cesar Sabá com 2%, Constantino Castro e Professor Arnaldo Rodrigues tem 1% cada um. Não pontuaram AJ Alves e Luciano Aldrin. Nenhum deles 6% e Não Sabe/ Não Respondeu 4%
Na espontânea, Fábio Gentil aparece com 59% das intenções de votos. Em seguida vem Adelmo Soares (16%), Júnior Martins (3%), César Sabá (2%) e Constantino Castro e Professor Arnaldo (1% cada). Ninguém 6%, e Não Sabe/Não Respondeu 12%.
Lidera a rejeição o candidato Adelmo Soares. Ele tem 42%. Em seguida aparece Fábio Gentil com 10%, Júnior Martins com 4%, Cesar Sabá com 3%. Constantino Castro e Professor Arnaldo Rodrigues aparecem com 1%. Não pontuaram Luciano Aldrin e AJ Alves. Nenhum dos candidatos somou 17% e não sabe ou não respondeu, 22%.
O prefeito Fábio Gentil teve sua administração avaliada no levantamento do JPesquisa. A gestão tem 73% de aprovação. Outros 21% disseram que desaprovam a administração. Não sabe ou não respondeu somaram 6%”.
A despeito dos fatos expostos, o leitor/eleitor deve ficar atento e acompanhar com atenção os movimentos políticos que por certo haverão de acontecer nos próximos dias. Afinal, estamos vivendo em uma época em que a mentira é uma moeda de grande valor. Ah! Virou moda também desmerecer a democracia, desmoralizar adversário, não aceitar o resultado das urnas, como está acontecendo agora nos Estados Unidos, a nação que por mais de duzentos anos vinha se oferecendo como modelo para os demais países do mundo.
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