A campanha política de 2020, em Caxias, subiu seu tom com o debate que o Sistema Sinal Verde de Comunicação proporcionou a toda população, nesta sexta-feira (23) quando expôs ao vivo, a partir das 12 horas, pelo período de duas horas e 28 minutos, as ideias, as propostas e o programa de governo de cada um dos oito candidatos que pleiteiam assumir o cargo de prefeito de Caxias em 1º de janeiro de 2021.
Interessante observar que três candidatos, exatamente os que nunca participaram de embates políticos, AJ Alves (DC), Tino Castro (PTB) e Luciano Aldrin (Rede), foram os que estiveram mais preocupados demonstrar o seu modo de pensar a cidade para os expectadores, sendo inventivos em revelar alternativas para a erradicação dos problemas atuais.
Os três deixaram claro que chegou o momento dos caxienses abrirem os olhos para ver que no município também existem pessoas também preparadas, embora fora do modelo tradicional através do qual vem se delineando ao longo dos anos a política local.
As intervenções de Júnior Martins (PSC), Adelmo Soares (PCdoB) e César Sabá (MDB), sempre que possível, miraram a gestão do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), tecendo severas críticas e procurando desmoralizar a administração atual em todos o sentidos, inclusive taxando-a de ser nepotista, por abrigar alguns parentes em cargos de confiança.
Martins e Soares, ambos com experiência parlamentar, apresentaram-se como dotados de mais experiência para assumir o poder, enquanto Arnaldo Rodrigues (PSOL), na mesma linha de insatisfação demonstrada pelos dois primeiros, não conseguiu também esconder o seu descontentamento com o comando da pasta de educação do município, trazendo à tona o velho clima de rivalidade que impera dentro da categoria dos professores.
Sem devolver a animosidade dos adversários, o prefeito Fábio Gentil limitou-se a destacar o trabalho que vem realizando para resgatar a autoestima do município, citando as obras que já estão feitas, como o Mirante da Balaiada, hoje reconhecido em todo o país, a praça da Chapada, e o canteiro de obras que está em andamento e que pretende continuar, se for reeleito, assim como a festa do Natal Iluminado, implantada três anos atrás, que opositores lutam agora para barrar na justiça.
Mas houve momento em que suas palavras atingiram diretamente tanto Júnior Martins como Adelmo Soares, ao implicá-los por participação, sem reclamar, dos descasos ocorridos em gestões passadas, quando Caxias saiu desmoralizada nacionalmente como a cidade da maternidade da morte, ou assistiu o fechamento do Hospital Geral do Município.
O esperado clímax de enfrentamento entre as duas maiores facções que disputam a eleição de prefeito veio quando Adelmo denunciava Gentil de mentir para a população, ao dizer que o serviço público de saúde está estruturado, funcionando e atendendo bem a comunidade.
Soares chegou inclusive a desdenhar da aplicação dos recursos que o município recebeu para enfrentar a pandemia, segundo ele, da ordem de 40 milhões de reais, e recebeu em troca a resposta de estar se comportando com raiva, que nada fez enquanto vereador e deputado estadual por Caxias, e de ser um político volúvel, que vem mudando constantemente de posicionamento desde a gestão da ex-prefeita Márcia Marinho.
Mediado pelo jornalista Adalberto Melo, de São Luís, o debate talvez tenha irritado os expectadores pelas frequentes interrupções que eram feitas quando os debatedores extrapolavam o tempo de respostas, réplicas e tréplicas. Ficou no ar a impressão de que trinta segundos, um minuto, para perguntas, réplicas e tréplicas não foi bem dimensionado pela organização, já que a limitação às vezes cortava o raciocínio dos debatedores. Restou também a sensação de que não houve um maior aprofundamento das discussões, sobretudo pela grande quantidade de debatedores ao mesmo tempo.
Ainda não se sabe se o encontro serviu para tirar as dúvidas do eleitorado indefinido. Mas o debate valeu, pelo ineditismo, porque pela primeira vez o eleitor de Caxias pode conhecer o pensamento dos que intentam governar o município a partir de 2021. O momento, decerto, apimentará o cenário político até 15 de novembro, dia das próximas eleições.
Andamento da campanha
A blogosfera local implica com modo de alguns candidatos a vereador conduzirem suas campanhas, procurando despertar a atenção e trazer o eleitorado para as ruas, se utilizando de artifícios mais visíveis do que o pessoal que está nas ruas, nas praças, balançando bandeirolas chamativas.ç
Mário Assunção (Republicanos) – 10.666, Cyntia Lucena (PP) – 11.444, e Teódulo Aragão (PP) – 11.111, por exemplo, são apontados como esnobes apenas por fazer uso de quadriciclos motorizados nas motocadas/caminhadas que produzem pelas ruas caxienses.
Além do fato de que o custo da maioria dos tais veículos seja parelho ao de uma moto de 160 cc, e de é possível alugá-los, de que outra forma o candidato poderia se destacar numa motocada, se não conduzindo um veículo diferente e que não é visto circulando nas ruas regularmente?!
Os quadriciclos, para quem não sabe, são veículos muito utilizados nas fazendas rurais e a esses locais estavam restritos até recentemente pelo Conselho Nacional de Trânsito. A partir de agora liberados, começam a ganhar adeptos, coisa de quem gosta de algo diferente e de chamar também a atenção dos outros, como estão fazendo as candidaturas acima citadas.
Outra divulgação incensada como escândalo é uma selfie onde o candidato a vereador Daniel Barros (PDT) – 12.345, do bloco do 65, aparece ao lado do petista Chico Sousa – 13.655, e do vereador e candidato à reeleição Darlan Almeida (PL) – 22.777, aliado à turma do 10.
O gesto foi explorado como uma pulada de cerca dos envolvidos e tratado com severidade pelos que patrulham a movimentação de partidários na campanha. O vereador Darlan, aliado de primeira hora do prefeito Fábio Gentil, se sentindo pressionado, foi correndo à casa do alcaide para desfazer o mal entendido, enquanto Daniel Barros continua sorrindo por pregar a brincadeira.
O fato pode até ser encarado como uma brincadeira, mas está aberta e em franco crescimento as candidaturas que, se sentindo sem apoio, estão deixando um lado e se passando para outro.
O comportamento é popularmente conhecido como o voto do camarão sem cabeça, isto é, não podendo sair do seu bloco político, o candidato a vereador passa a pedir votos apenas para si, liberando seu eleitor para escolher quem ele quiser na eleição de prefeito.
Enquanto isso, pouco interessado em andar de quadriciclo ou em tirar selfie ao lado de adversários, o vereador Catulé (Republicanos) – 10.888, reeditou na terça-feira, 20, no povoado Nazaré do Bruno, localidade tida como a capital do 2º Distrito de Caxias, uma manifestação exponencialmente maior do que a que mobilizara uma semana atrás no vizinho povoado Engenho D’Água.
A manifestação do atual presidente da Câmara de Vereadores de Caxias já é considerado o maior movimento político realizado no tradicional povoado.
Catulé foi bem recebido pela população porque é quem tem viabilizado mais melhorias para a localidade, como a recuperação e ampliação do posto de saúde, a instalação de um posto de atendimento da SAAE, a recuperação de ruas e estradas vicinais, dentre outras, e, mais recentemente, ter concorrido diretamente para a realização e inauguração da moderna praça Zuca Leite, onde os nazarenos passaram a dispor de uma confortável área de lazer, com internet grátis e academia de ginástica ao ar livre.
Trabalho dos Vereadores
Nas redes sociais, uma postagem insólita pretendeu desmoralizar a atual bancada de vereadores da Câmara Municipal de Caxias, destacando que é pífio o trabalho da casa e que só pouquíssimos edis atuaram timidamente para demandar os problemas da população, o que não é verdade.
Para dar uma ideia do trabalho dos atuais vereadores na CMC, sem contar o ano de 2020, muito prejudicado até agora pela ação da pandemia do novo coronavírus, baseado em informação da Secretaria Geral da CMC, nos últimos três anos o Poder Legislativo Caxiense votou e aprovou 1.577 proposições, dentre as quais 1.292 requerimentos, 206 projetos de lei, 52 indicações, 13 decretos legislativos, cinco projetos de lei complementar, duas resoluções e sete moções.
Foi mal!!!
Pegou mal o gesto da coligação Caxias de Todos Nós, que tem como candidato a prefeito de Caxias o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), ingressando com ação de investigação judicial e eleitoral, com pedido de tutela de urgência até o dia 15 de novembro, contra o prefeito Fábio Gentil, Paulo Marinho Júnior e uma empresa de engenharia, por conta dos preparativos que estão sendo feitos para a realização de mais um Natal Iluminado, cujas estruturas já podem ser vistas nas ruas da Princesa do Sertão.
A coligação talvez tenha se esquecido que o Natal Iluminado, sem dúvida o mais importante evento natalino do leste maranhense, foi criado pelo prefeito Fábio Gentil desde o seu primeiro ano de gestão. A ação, portanto, desde então passou a fazer parte do calendário especial de eventos do município, com o objetivo de fomentar a cultura e o turismo, proporcionando lucros para a economia caxiense.
Mesmo com as restrições de circulação de pessoas por causa da pandemia do vírus Covid-19, as restrições da economia, preservar o espírito natalino, estabelecer um clima de esperança, através da ornamentação de Caxias, é uma medida saudável nesses tempos difíceis.
Assim, ao enxergar a iniciativa apenas pelo lado da disputa eleitoral, o grupo sinaliza que vê as coisas por um viés estranho, mal sintonizado com a vida das pessoas, e que o interesse é manter o eleitor atemorizado diante dos casos, alguns sem cura, que a pandemia proporciona todos os dias, para poder explorar maquiavelicamente.
Retorno do PAM
Para elevar a pressão de seus opositores, preocupados por Caxias ter se transformado num canteiro de obras, o prefeito Fábio Gentil liberou desde segunda-feira, 19, o funcionamento da Policlínica de Atendimento Médico (PAM), no bairro Seriema, unidade que oferece atendimento médico de graça em várias especialidades da medicina.
O prédio do PAM passou por uma readequação da sua estrutura, ampliando salas de atendimento e novos banheiros para mais conforto no serviço oferecido aos caxienses.
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