É grande a expectativa para a sequência de entrevistas e o debate que o Sistema Sinal Verde promete realizar nos próximos dias, se possível, com todos os oito candidatos ao cargo de Prefeito de Caxias, que concorrerão às eleições municipais do próximo dia 15 de novembro. A iniciativa desperta muita curiosidade porque é algo inédito na vida política do município, em razão de reunir tantos pleiteantes ao mesmo tempo, como nunca se viu ou teve notícia, aqui, na Princesa do Sertão Maranhense.
Na última quarta-feira, 23, a organização do evento sinalizou que já se reunira com a assessoria da grande maioria dos candidatos, mas lamentou a ausência da representação do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), que não compareceu para tomar conhecimento das regras e nem apresentou qualquer desculpa a respeito.
Apontado nas últimas pesquisas eleitorais com ampla vantagem sobre todos as candidaturas que lhe fazem oposição, o prefeito Cabeludo talvez tenha razão em se mostrar vacilante sobre se deve ou não ir às dependências da Sinal Verde.
Talvez nem seja o fato de ter que dialogar diretamente contra candidaturas que lhe fazem ferrenha oposição, visando asfixia-lo para explicar porque não sanou ainda muitos problemas que ganharam relevância no município, e que não puderam ser resolvidos por causa da pandemia do novo coronavírus presente em Caxias nos últimos seis meses.
A causa dessa eventual indiferença, que não tem nada ligado a prepotência ou arrogância, deve ser mesmo o local em que ocorrerá o evento, assim como sua organização e todos os profissionais envolvidos.
Ora, o Sistema Sinal Verde, mesmo que seus profissionais preguem que são imparciais e que as regras do jogo serão iguais para todos, hoje é peça da engrenagem do Sistema Difusora de Comunicação, sediado em São Luís, cujo dono é, nada mais, nada menos, do que o senador Weverton Rocha (PDT). Rocha é o mesmo político que veio a Caxias recentemente para participar e apoiar o lançamento da candidatura a prefeito do deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), seguramente, o maior opositor de Gentil na presente campanha.
Vendo as coisas desse ponto de vista, é compreensível que Fábio Gentil esteja cabreiro com o convite, com uma pulga atrás da orelha, pois é claro que entende que se for à Sinal Verde estará se metendo em um grande vespeiro, o qual, longe de servir como lugar ideal para mostrar suas propostas e dirimir dúvidas, pode vir a ser mesmo uma grande armadilha às suas pretensões de continuar dirigindo Caxias por mais quatro anos.
Decerto que sua assessoria já deve ter lhe alertado sobre como anda a pauta da Sinal Verde em seus noticiários diários, claramente em desfavor das ações que a gestão municipal realiza no município.
Há programas destinados a explorar minuciosamente tudo o que acontece de ruim na região, seja na cidade ou na zona rural, sem levar em conta as melhorias realizadas, a organização dos protocolos de ação contra a pandemia ou qualquer tipo de dificuldade que a administração do município esteja encontrando, fatos comuns que estão ocorrendo praticamente em todos municípios do país em crise.
Noutros, parece que está sendo utilizada a tática do bate e assopra, nos quais comunitários passando por dificuldades são estimulados a produzir diariamente pesadas reclamações contra Fábio Gentil, sempre em número maior aos que elogiam o seu trabalho. Ambulâncias que não atendem a comunidade a contento, um funcionário de hospital que não deu a merecida atenção, a distribuição de kits da merenda escolar, pedras de calçamento que não foram melhor armazenadas numa determinada rua, são lançados na conta do alcaide.
Embora a prefeitura venha pagando antecipadamente, todos os meses, o salário do funcionalismo, pequenas despesas de custeio que ainda não foram cobertas ganham espaço desproporcional nas interpretações dos apresentadores. Essas informações influenciam a comunidade a pensar que a gestão praticamente não fez nada nos últimos três anos, e que, agora, com a pandemia, tudo vai de mal a pior.
Não interessa evidenciar também que a cidade cresceu exponencialmente nos últimos anos, e que os problemas aumentaram por causa disso; que o Hospital Geral voltou a funcionar e que a Maternidade Carmosina Coutinho deixou de ser conhecida como a maternidade da morte. Os investimentos que deixaram de ser feitos por outras administrações passadas, como o problema do aterro sanitário, por exemplo, também são ignorados. De modo sutil, são programas que minam pouco a pouco a imagem do alcaide na cidade e em todo estado. E, aí, quando ele for a entrevistas ou a debates, imagine o que pode lhe acontecer!
O leitor, por certo, já chegou à conclusão que a palavra imparcialidade é a mais pura balela nesse contexto, haja vista que ninguém em sã consciência teria coragem de ir a uma casa onde seus ocupantes, todos, são seus adversários declarados.
Contudo, os eventos estão programados para começarem a ocorrer dentro de poucos dias, no mais tardar, a partir da terça-feira da próxima semana. Até lá, talvez o prefeito aceite participar desse díalogo, ou diálogos, que lhe estão propondo.
Com sua larga experiência e muitos anos de vereança no parlamento municipal, ele, que é bom de discurso e conhece as matreirices da política, talvez julgue acertado participar também de uma realização que tem tudo para produzir o maior encontro democrático de Caxias da atualidade. Há risco..., mas não ficaria bem que uma cadeira vazia viesse a ocupar o seu lugar na programação.
CAXIAS CONQUISTA RECORDE NA PRODUTIVIDADE DE MELANCIA
Quando se ouve dizer que Caxias, cognominada também de terra das águas, sempre teve uma grande vocação agrícola, e que no passado chegou a produzir e beneficiar arroz, algodão e babaçu numa escala comercial que alçou o município a um patamar de riqueza invejável, difícil era para o seu habitante de hoje acreditar que a região ainda tivesse potencial para produzir alimentos, dado que nos últimos dez anos os investimentos no setor praticamente zeraram por falta de iniciativa do poder público.
Para surpresa geral, de repente, a notícia alvissareira de que o município estabeleceu novo recorde nacional ao colher 76 toneladas de melancia por hectare, entrando para o rol de maior produtividade do país, trouxe um novo alento para a economia local nesses tempos bicudos de Brasil em crise.
Sob o comando da secretária Luciana Costa Soares, engenheira agrônoma, titular da pasta municipal de Agricultura e Pesca, o feito foi alcançado no povoado Bonito, região do terceiro distrito do município, no qual uma área de 1,2 hectares rendeu mais do que o esperado.
A área passou por análise, preparação de solo e demais procedimentos direcionados ao cultivo da melancia
A secretária explica que, para se entender o que representa 76 toneladas por hectare, basta lembrar que a produtividade nacional, dentre todos os estados analisados, ficou, em média, cinco por cento maior em 2019, com a Bahia atingindo 65 ton/há, Goiás, 56,8 ton/ha, Rio Grande do Sul, 55 ton/há e São Paulo, 63,7 ton/ha.
Segundo a secretária, o município de Caxias está trabalhando para inverter a lógica do consumo local de melancia, e fazer com que os caxienses possam usufruir do produto produzido aqui mesmo. Mais importante também foi saber que nossa região tem um potencial muito grande neste segmento, que pode ser incentivado cada vez mais. A colheira deste ano, por exemplo, foi vendida, não só em Caxias, mas também em Pedreiras, Presidente Dutra e Belém (PA).
“O que nós pudemos fazer para beneficiar o agricultor, nós fizemos, uma vez que nós somos um secretaria geradora de renda. E, esse papel nós temos feito continuamente. Muita gente tem comprado melancia de Caxias, mas muito material vem de fora, da Bahia, Pernambuco, e a nossa ideia é inverter isso, porque o produto daqui sai mais barato e o dinheiro circula no próprio município”, disse Luciana Soares.
Por enquanto, os agricultores do sistema de agricultura familiar, ligados ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Caxias, são os parceiros da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca no projeto.
Há euforia entre os participantes.”É uma vitória para nós e interessantíssimo porque incentiva a nossa região”, destaca o agricultor Francisco das Chagas, mais conhecido pela alcunha de Branco. “Já estamos pensando em expandir a área. É um projeto nosso ampliar e triplicar a área para o próximo ano”, diz o agricultor Lucídio Nunes.
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