Na semana passada, um acidente entre duas motocicletas com uma vítima fatal, nas imediações do Pau D’água, despertou a comunidade caxiense para um comportamento perigoso que cresce no conturbado trânsito da Princesa do Sertão Maranhense – a circulação de motoboys, motociclistas entregadores de serviços, a toda hora do dia, sempre em altíssima velocidade pelas ruas e avenidas da cidade.
Claro que o uso de velocidade excessiva em motocicletas, veículos em maior número no trânsito caxiense, não é prerrogativa exclusiva dos motoboys. O problema se estende praticamente a todos que fazem uso desse transporte que sugere independência e liberdade de movimento na vida moderna. Só que, em Caxias, vê-se que os condutores desses veículos, em sua grande maioria, trafegam sem respeito às mais elementares leis do Código Nacional do Trânsito e colocando vidas em risco.
O ritmo sempre acelerado desses condutores pela cidade não pode ser visto apenas pela motivação da competitividade dentro do serviço, que se agravou obviamente com a quarentena da pandemia do novo coronavírus. É preciso levar em conta também que o poder público tem sido omisso em fiscalizar como convém as ruas da cidade. Não basta somente incluir a sinalização vertical e horizontal que, por sinal, está primorosa por toda a cidade.
A questão maior que se sobrepõe ao contexto é a certeza de que a gestão municipal já deveria ter instalado câmeras de vigilância e determinado o limite de velocidade nas ruas e avenidas caxienses. Em Timon ou em Teresina, cidades próximas daqui, o condutor circula no trânsito sabendo seus limites.
Não se trata de preparar armadilha para ninguém, aos eleitores principalmente, mas de oferecer um tratamento democrático para todos. De sorte que quem desobedece a lei obrigatoriamente tem de ser penalizado. Atingir o bolso do infrator, infelizmente, é o melhor método de educação que prevalece no trânsito brasileiro.
Em legislaturas passadas, o vereador Catulé (Republicanos), atual presidente da Câmara Municipal, preocupado com a exposição de condutores e transeuntes a acidentes no trânsito, fez protestos veementes contra os empresários que transportam botijões de gás sem proteção nas vendas desse produto a domicílio.
Com quatro a seis botijões de gás atrelados a uma moto em velocidade, é fácil nos apercebermos do grande perigo desse tipo de conjunto circulando. Sendo uma composição pesada, é quase impossível pará-la com os freios de uma motocicleta de 125 a 160 cilindradas, as mais utilizadas no regime de delivery. O risco de explosão dos botijões também é outra preocupação latente.
Recentemente, outro viés do problema veio à tona através de denúncia do vereador Repórter Puliça (PL), que na CMC tem se manifestado em favor de comunitários que reclamam contra a velocidade e os perigosos modos de dirigir dos motoqueiros, inclusive incomodando a ordem pública com o som desregulado e ruidoso das descargas das motocicletas.
O caxiense não quer, evidentemente, cercear o uso de motocicletas ou de qualquer outro tipo de veículo no município. Mas, em vez da profusão de quebra-molas, que deixaram nosso trânsito lento e estressante, é muito melhor fazer uso de guardas trabalhando nos horários mais conturbados, e controlar os condutores que a todo o momento não respeitam os semáforos e os estacionamentos.
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