As eleições do próximo ano serão conturbadas em Caxias. Não porque existam divergências irreconciliáveis no seio dos grupos políticos locais em disputa, mas pelas preferências dos que ditam de São Luís, ou do Congresso Nacional, as estratégias para as eleições de 2026.
Na segunda-feira (23) que passou, a grande maioria da vereança local, com pelo menos 15 assinaturas da bancada composta por 19 vereadores, manifestou reconhecimento e apoio à pré-candidatura do ministro dos Esportes André Fufuca (PP) ao Senado da República. A manifestação dentro dos domínios do vereador Ricardo Rodrigues, que preside a casa sob a bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT), conta com a influência clara e nada dissimulada do ex-prefeito Fábio Gentil (PP), que ocupa hoje o cargo de Secretário de Estado da Agricultura na gestão do governador Carlos Brandão (PSB).
Ora, Fufuca tem no momento cargo de destaque dentro do governo do presidente Lula, e, por conseguinte, é aliado do chefe da nação. Assim, só existirá, salvo acidentes de percurso, uma vaga a ser disputada para o Senado Federal no Maranhão, concorrendo à mesma a senadora Eliziane Gama, o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-senador Roberto Rocha, ou o próprio governador Carlos Brandão, se desejar prosseguir em relevo na política nacional e estadual, após a cessão de espaço político do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao assumir vaga vitalícia no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pelo plano dinista, o homem da vez para o comando da máquina estadual teria que ser o vice-governador Felipe Camarão (PT), que faz o dever de casa e percorre no momento o Maranhão inteiro em busca de aliados, em Caxias, inclusive, onde esteve neste final de semana, participando da eleição municipal do diretório do seu partido, que colocou por aclamação o companheiro poeta e membro da Academia Caxiense de Letras, Ricardo Meneses, este preferencialmente chancelado pelo presidente da Câmara Municipal de Caxias.
Como se vê, numa espécie de disputa velada e muda, o Partido Progressistas (PP) e o Partido dos Trabalhadores (PT) duelam em Caxias, e arregimentam forças para as escaramuças que se seguirão daqui por diante, porque o espaço pretendido esbarra no confronto indireto entre Fábio Gentil e Ricardo Rodrigues, em mais um episódio repetitivo da novela criador versus criatura sempre presente no universo político.
Ricardo sonha em projetar-se politicamente com uma vitória do PT no Maranhão, enquanto Fábio busca mais fortalecimento e espaço entre os que estão aliados ao governador, que, por sinal, não esconde de ninguém que a sua preferência para o suceder no comando da máquina estadual recai sobre a figura do seu sobrinho, o jovem Orleans Brandão. E Orleans está à frente da Secretaria de Estado de Assuntos Municipalistas, através da qual tem agido com desenvoltura, interagindo por todo o interior maranhense, sobretudo hipotecando solidariedade aos agentes políticos que costumam ser perseguidos durante o período eleitoral, no caso, os gestores municipais, com claro interesse de garantir apoios à sua pretensão para governador do Estado.
Quer dizer: o governador Carlos Brandão estaria a ponto de renunciar à sua natural pretensão de se candidatar a uma das vagas disputadas para o Senado Federal, para sustentar o sobrinho, pois acredita que, aliando-se ao vice-governador Felipe, estaria contribuindo para uma divisão de forças no cenário político maranhense, haja vista que muitos interesses que estavam ocultos e aguardando oportunidade com o passar do tempo agora passaram a se evidenciar mais, a exemplo de pesquisa recente que coloca a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) em preferência também para disputar vaga ao senado. Brandão, porém, pode apoiar a reeleição de Weverton Rocha (PDT), mantendo seu espectro político também dentro das hostes aliadas ao lulismo.
Evidentemente que o sonho do presidente Lula (PT) é garantir o governo do Maranhão nas mãos do seu partido, por meio de Felipe Camarão, mas forças locais, que pesam e sobrepesam o desgaste da sua administração, já estão colocando as mangas para o lado de fora, como se diz popularmente, visando a uma sucessão mais favorável a seus interesses, que nem sempre foram condescendentes com os ideais socialistas do presidente. Afinal de contas, o Maranhão secularmente viveu sob a égide de um colonialismo controlador e explorador das atividades trabalhistas, uma das razões para se manter em regime quase perene de atraso, posto que o maranhense figura entre os brasileiros com menor renda per capita no país.
Catulé Júnior vice-presidente da ALEMA
Não obstante, se Fábio Gentil agiu acertadamente ao direcionar seus vereadores a apoiarem André Fufuca para o Senado Federal, mais destacada foi a eleição do deputado estadual Catulé Júnior (PL) à terceira vice-presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), na última quinta-feira, 26, batendo com larga margem de votos o deputado Fernando Braide (PSD) que, como o próprio nome denuncia, é familiar do prefeito da capital, Eduardo Braide, o atual grande vencedor das últimas eleições em São Luís.
Astuto e competente, o deputado caxiense logo se inteirou do andamento das coisas dentro da ALEMA e, aliado confesso do governador Carlos Brandão, soube costurar acordos que o guinaram à terceira posição mais importante dentro do legislativo, fato inédito para um parlamentar estreante. O fato demonstra que há pessoas que simplesmente nasceram para fazer política; que não vão para o parlamento para ser coadjuvantes, mas para marcarem presença no alto clero do poder, como evidenciou Catulé Júnior.
Enfim, acertaram bem todos os eleitores que votaram nele nas últimas eleições, assim como a atual presidente da ALEMA, deputada Iracema Vale (PSB), que logo percebeu acertadamente trazer o político caxiense à sua base de apoiadores no Palácio Manoel Beckman, em São Luís, o que, sem dúvida, foi uma grande vitória para Caxias, talvez a mais retumbante dos últimos anos.
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