Caxias-MA 30/04/2025 01:19

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Surrealidade caxiense


O caxiense parece que está vivendo em surrealidade. Paga diariamente uma das gasolinas mais caras do estado, fato que representa que sofre os efeitos de alto custo de vida em todos os sentidos, como comida mais cara, alta no preço da corrida do mototáxi, forma de transporte que substituiu o ônibus coletivo, suporta o maior clima de insegurança do interior maranhense, e, ainda assim, está recebendo informações, via redes sociais, de que a nova gestão municipal ostenta estratosféricos de índices de aceitação, em torno de cerca de 80%, apenas nesses primeiros 100 dias de nova administração.

Convenhamos, isso só pode ser uma grande brincadeira de mal gosto, até porque, se todos lembram, há bem pouco tempo atrás, em outubro do ano passado, para ser exato, à altura das últimas eleições, a gestão ia mal, com nada mais, nada menos, do que 71% de rejeição. Então, se os agentes no poder não foram mudados e apenas trocaram de funções, como é que se processaram tantas mudanças positivas em Caxias, ainda mais quando o status quo é o mesmo? E não podemos esquecer que as demandas da população continuam as mesmas. Ah! Deve ser porque está proibido pensar-se em pessimismo, que os processos da última eleição foram indeferidos, e que o melhor mesmo é pensar positivo, olhar para frente e trabalhar para resolver as reclamações da população.

Apesar do clima de abafa em curso, para levar a comunidade a esquecer o resultado da última eleição, inclusive com o uso de manobras jurídicas postergatórias, o fato é que essa situação realmente existe, e não se sabe até quando irá perdurar, até porque maquiavelicamente já se sente que o quadrotambém está sendo utilizado também para controlar os vários agentes citados em processos na esfera federal. O mantra, certamente, é garantir acesso aos contratos que o município dispõe junto ao governo federal, se utilizando de laranjas, nefasta prática ilegal mais do que comum em nossos tempos atuais.

A temática da alta do custo da gasolina exposta acima, em verdade nasceu de observações feitas a partir de Teresina, depois em Timon, além de em várias cidades maranhenses no caminho para São Luís, e nesta. Nessas cidades, o custo do combustível se situa abaixo de seis reais, flutua entre R$ 5,59 a R$ 5,89, enquanto o caxiense paga, na grande maioria dos postos de combustíveis, R$ 6,29, e até bem mais. Incrível, não! 

As pessoas daqui devem ser as mais ricas do estado,ou o município faz jus a royalties que elevaram o padrão de vida de toda a população, ou possui um pólo turístico que recebe milhares de pessoas por dia, porque só dessa maneira uma cidade poderia cobrar mais caro, a exemplo do que se sabe que ocorre em outros centros mais fortificados nesse sentido. Más línguas não falham em revelar que esse custo mais caro, cartelista no mínimo, obedece a uma nova ordem estabelecida por algum manda chuva que está agindo nos bastidores da política de combustíveis de Caxias. Vamos aguardar um posicionamento das autoridades a respeito; que a Câmara de Vereadores saia do conforto que desfruta junto ao governo e investigue uma anormalidade que só vem prejudicando a vida sofrida de muitos caxienses.

Afinal de contas, todo mundo assiste ao movimento dos trens que passam cheios de combustível de São Luís para Teresina, semanalmente, e com certeza fica-se a imaginar porque na capital do Piauí, incluído o frete do transporte, a gasolina é mais barata do que em Caxias.

Por outro lado, esperamos que a participação do prefeito Gentil Neto (PP) no último encontro de gestores municipais promovido pela Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM), na semana, em São Luís, enfim, concorra para solucionar alguns problemas que já são crônicos em Caxias, como a situação dos lixões que se espalham pelos bairros e a instalação do aterro sanitário que reluta em se estabelecer, a despeito de todas as providências já tomadas pela gestão passada.

Na ânsia de mostrar trabalho para se consolidar na mente da população, a gestão municipal agora cuida de equacionar a problemática dos vendedores ambulantes do centro comercial, cuja maioria prefere ignorar os benefícios de estarem acomodados no Shopping do Cidadão Deputado Zé Gentil, um bom investimento localizado na avenida Otávio Passos, no coração da cidade. Parece que o caso está mais ligado à sensação de perda de liberdade dos ambulantes acostumados a se estabelecerem a bel prazer e onde achem que o seu comércio seja mais viável. 

Em nossa visão, porém, acreditamos que faltou mais esquemas de mobilidade, assim como atrações, ao local, daí porque se assiste que somente nos boxes do térreo ela efetivamente funcione. Talvez o projeto não tenha levado em conta que escadas volantes seriam bem mais visíveis e confortáveis, ao contrário dos elevadores que restaram estabelecidos no complexo. Talvez, ainda, faltou aos seus idealizadores a percepção de que a grande maioria da população caxiense não possui a mentalidade cosmopolita imaginada, já que os usuários da área são aquelas pessoas que não costumam frequentar assiduamente as lojas de grife do centro caxiense. E, assim, com toda certeza, assistiremos a uma refrega formidável nos próximos dias, salvo se a atividade se comportar de modo diferente ao que já ocorreu em muitas outras cidades do país.

A Prefeitura de Caxias, no entanto, se quiser melhorar a mobilidade no centro comercial da cidade, deve providenciar o quanto antes uma campanha para disciplinar as calçadas das ruas da área. Por desleixo de outras gestões passadas, esses importantes itens de mobilidade foram paulatinamente sendo negligenciados, ao ponto de não mais haver segurança para o caminhante que circula pela cidade. E, dessa forma, é muito difícil situar Caxias também como atração para visitantes, simplesmente porque não é possível realizar um passeio confortável e, menos ainda, contemplar logradouros públicos históricos que se encontram em estado de degradação, sem falar nos que tiveram suas estruturas derrubadas para dar lugar a precários estacionamentos de veículos, como foi o caso do prédio do clube Cassino Caxiense, que era uma jóia no centro da Princesa do Sertão Maranhense.

Por outro lado, também está muito evidente a insegurança pública em Caxias, tantos são crimes de todos os modelos que são perpetrados diariamente. Nessa questão, felizmente assistimos que alguns parlamentares da terra estão incomodados com a situação. Agora mesmo, aliando-se ao gesto do deputado Catulé Júnior (PL), que autorizou a transferência de um milhão de reais de suas emendas parlamentares para o governo estadual investir no sistema de segurança da região, o colega Adelmo Soares (PSB) também fez o mesmo. 

O que se sabe é que os dois já planejam realizar uma audiência pública para inserir o povo e os efetivos de segurança locais no processo, a fim de ser encontrado o melhor jeito de aproveitar tais recursos. E os dois deputados já estão correndo contra o tempo, porque o clima de insegurança e violência está insustentável em nossa região, em que pese muita geste dizer que tudo vai bem na cidade, numa onda de otimismo constrangedora a quem assiste os desmandos acontecendo a as reclamações gritantes por todos os lados.


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