Os ecos da folia do carnaval, provindo de ritmos como samba, axé, rap e outros mais, ficaram para trás neste início de março de 2025. E o carnaval caxiense, se não foi um espetáculo de primeira grandeza, pelo menos não deixou de ser notado pelos foliões que compareceram às festas momescas nos quatro dias de folia encerrados na última terça-feira, 4. Houve acerto da parte do poder público em concentrar o grosso das festividades no Parque da Cidade, pois isso facilitou o trabalho dos efetivos de segurança na área grande área reservada para folia.
As estruturas públicas e povo puderam receber a devida atenção em aglomerações desse tipo. Houve espaço para apresentações populares locais e de fora do município, estas últimas, certamente, ganhando mais dinheiro do que os artistas da terra, como de praxe tem acontecido nos últimos anos, e nunca pela falta de empenho, mas porque lhes faltam, às vezes, o básico, para se apresentarem dignamente. Mas, foram lá, seguindo com resiliência os passos do saudoso Mestre Pelé, ele que, quando chegava a época de festividades como o São João e o próprio carnaval, muitas vezes abria a própria bolsa (que nunca foi polpuda por sinal), para bancar roupas, adereços e instrumentos musicais.
Por conta disso, impressiona a indiferença do nosso empresariado ao ignorar os investimentos e lucros que essas festividades podem suscitar, porque a verdade é que todos ficam a esperar apenas as ações da prefeitura. E, assim, a cidade deixa um pouco a desejar como palco de atrações para turistas de bolsos cheios, como já acontece em muitas outras cidades aqui do nordeste brasileiro. Convém destacar o privilégio da natureza em favor de Caxias, lembrando os exuberantes e aprazíveis locais de lazer, porque, além das festas, todo mundo quer relaxar, comer bem, em meio às agitações, o que é um descaso para a economia de nossa histórica cidade. Do jeito que está, corre pouco dinheiro e mitigam-se as oportunidades de trabalho.
Centrando os olhos sobre a principal praça das festividades carnavalescas, o Parque da Cidade, vê-se o quanto o local precisa urgentemente da intervenção do poder público, uma vez que se trata da grande área pública que resta no centro de Caxias, com capacidade para receber grandes eventos. Projetada para se constituir em espaço modelo de lazer e práticas desportivas, o local atualmente abriga uma miscelânea de atividades que fogem ao propósito idealizado.
Muita gente entende que a área devia ser toda cercada e retirada a via de acesso que a corta na direção do bairro Ponte e deste para o bairro Trizidela, para preservar-se as suas verdadeiras finalidades. Também não é um local para abrigar serviços de lava jato, que nem sempre favorece apenas a profissão dos lavadores instalados no local pela gestão passada, um gesto para lá de populista, sem dúvida. Por conta da situação, é um perigo para condutores de veículos o cruzamento da avenida Luís Sales na entrada do logradouro público. Dá para imaginar como ficarão as coisas quando o complexo esportivo for concluído dentro do parque. Caótico, não?!!!
Segunda-feira, 10, serão retomados os trabalhos nos parlamentos caxiense e estadual. A grande pauta na Câmara de Vereadores de Caxias ficará por conta da audiência pública convocada para a quarta-feira (12), pelo vereador/presidente Ricardo Rodrigues (PT), a fim de discutir-se, mais uma vez, a segurança pública no município. A ideia, ao que se sabe, é encontrar meios eficientes para conter a violência na região, que está destacada até em nível nacional. O caxiense, hoje, vive em uma cidade cujas residências parecem casas públicas de reclusão, tantas são as cercas elétricas que emolduram suas delimitações. Para melhor compreensão, o uso de portões de acionamento elétrico rápido na porta das casas deixou de ser luxo para se tornar equipamento de proteção à entrada ou à saída de veículos de seus moradores.
Na mesma data, também serão retomados os trabalhos na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), onde caxienses estão trabalhando. Da deputada federal Amanda Gentil (PP), espera-se que prossiga nas pautas em defesa das mulheres e crianças e a adoção de medidas rigorosas contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, sem esquecer de favorecer Caxias com emendas parlamentares que resultem em benefícios para o município.
No âmbito da ALEMA, a novidade é o retorno do deputado Adelmo Soares (PSB), para cumprir mandato periódico, dentro qual aguardam-se proposituras voltadas para o incremento da produção agrícola estadual, especialidade do parlamentar. Merecerá atenção, por sua vez, a desenvoltura da deputada Daniella, sempre voltada para causas em defesa da mulher maranhense. Também da deputada Cláudia Coutinho (PDT), prosseguindo no trabalho de acompanhar situações de pessoas com deficiência, bem como aprovando projeto que veda a contratação de artistas cujas músicas incentivem violência contra a mulher, como o fez no último mês de fevereiro.
Por fim, aguarda-se mais desenvoltura da atuação do deputado Catulé Júnior (PP), que nesse início de legislatura vem mostrando a que veio. Primeiro, pelo discurso firme em favor de desenvolvimento turístico de Caxias e do Maranhão, como fator de desenvolvimento econômico, geração e oportunidades de mais empregos para a população. Depois, pelo cuidado já demonstrado às categorias profissionais do estado, ao ter já se comprometido com a classe dos profissionais de enfermagem, além de apoio integral aos municípios de sua base de atuação política e luta pela ampliação da malha aérea maranhense.
No mais, é o retorno da rotina do trabalho entre os brasileiros, porque cada ano só começa efetivamente, por aqui, após o carnaval. Já estamos na Quaresma, mas isso é assunto para uma próxima coluna.
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