Entrando cedo no ritmo do carnaval oficial, que neste ano será no Parque da Cidade ao invés da avenida Alexandre Costa, situação que muita gente entende como um acerto do prefeito Gentil Neto, por conta de controlar melhor a segurança aos brincantes, a vereança municipal só trabalhou durante a semana no plenário da Câmara de Caxias na última segunda-feira 27, e assim mesmo por poucos minutos. A mesa diretora e a grande maioria governista não quiseram embate com qualquer membro da oposição, ao que se sabe atualmente restrita a apenas dois vereadores: o decano da casa, Catulé (PL), e o fiscal do povo Daniel Barros (PRD).
Em rápidas pinceladas de leituras de requerimentos e apresentação da ordem do dia, ou seja, o anúncio e votação de matérias apresentadas em sessões anteriores, o uso da tribuna, ou melhor, o grande expediente, foi utilizado somente pelo vereador Daniel Barros, para dar conta de projetos de lei de sua autoria versando sobre a adoção aos segmentos carentes a uma tarifa social de energia, fortalecimento da classe empreendedora do município, de modo a atrair mais investidores para Caxias. Ele ressaltou ainda que encaminhou reivindicação ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), pedindo a distribuição de caixas de água e seus respectivos acessórios a famílias caxienses em condição de vulnerabilidade social, inscritas no cadastro único do governo federal.
Barros, no entanto, não ficou a falar apenas de suas últimas iniciativas em prol do desenvolvimento do município. Ele usou o microfone para revelar também a problemática vivenciada pelos funcionários municipais que não estão conseguindo receber os benefícios do PIS/PASEP, dando a entender que alguma falta vem sendo cometida no seio da administração municipal para que tal fato se justifique, e olha que ele nem chegou a falar da penúria em se acham muitos servidores municipais que, mesmo em idade legal, não conseguem se aposentar, a exemplo da grande maioria dos trabalhadores, porque parece que o CAXIASPREV não dispõe de recursos suficientes, embora todo mês a contribuição previdenciária seja cobrada regiamente de cada servidor municipal. Um verdadeiro mistério a ser desvendado pelo Ministério Público Estadual.
Não obstante, a pérola do dia do vereador oposicionista ficou por conta da obra de uma rotatória que está sendo reintroduzida na avenida Senador Alexandre Costa, situada à altura de uma sofisticada loja de venda de materiais de construção e acabamentos de edificações e um posto de combustíveis, ponto de acesso para o bairro Vila Lobão. O tal posto de combustíveis, adquirido recentemente por uma pessoa de cabelo grande cujo nome foi omitido pelo parlamentar, estaria envolto em benefícios de licitações milionárias junto à Prefeitura de Caxias da ordem de cerca de 7 milhões de reais. Segundo Daniel Barros, o investimento faria parte de uma rede de combustíveis que se estabeleceu no município nos últimos anos, comandada por empresários laranjas escolhidos criteriosamente pelo verdadeiro proprietário que agora anda de braços dados com a gestão municipal, faturando alto.
À essa altura de seu pronunciamento, o vereador Daniel Barros foi aparteado pelo colega Catulé, que logo foi avisando não ser do seu costume confrontar a gestão municipal, ao longo dos seus 40 anos de participação no parlamento caxiense, nos primeiros 90 dias de administração. Catulé deixou claro que o novo prefeito não pode se envolver em situações que possam comprometer sua gestão, como já aconteceu em Caxias. E, pedindo melhor investigação pelos canais competentes, observou que corre à boca miúda que um financiamento de campanha da ordem de 30 milhões de reais estaria no eixo dos acontecimentos.
Lembrando que o novo prefeito precisa logo mostrar a que veio, Catulé destacou que a gestão precisa conhecer a fundo a problemática do programa da educação para jovens e adultos (EJA) no município, uma vez que Caxias está citada entre as prefeituras maranhenses objeto de investigação federal em curso. A título de esclarecimento, o Programa EJA favorece aporte milionário de recursos aos municípios, com base em levantamentos censitários encaminhados pelas pastas de educação ao Ministério da Educação. No entendimento do mais experiente vereador caxiense, tais coisas precisam ser escandalizadas porque a cidade está calada demais nos últimos tempos, assistindo todo tipo de desmandos.
A sessão foi encerrada sem quaisquer questionamentos por parte da expressiva bancada situacionista. E o presidente Ricardo Rodrigues (PT) lembrou que já esteve no Ministério Público, onde tratou da realização de uma audiência sobre segurança pública, prevista para acontecer na CMC no próximo dia 12 de março.
Pelo visto, com o clima carnavalesco que já tomou conta da cidade desde o último sábado, os políticos locais só voltarão ao batente em 10 de março. Que todos participem do período à sua maneira e convicções, primando pela manutenção da ordem pública e evitando qualquer tipo de violência. Bom carnaval de 2025 a todos!!!
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