Caxias-MA 27/05/2025 15:37

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Mudanças inadiáveis


No meio da semana, a notícia alvissareira de que o jovem piauiense Manoel José Nunes Neto, de 16 anos, venceu, com o projeto Aquatic Rover, o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Suécia) 2024, promovido pelo Stockolm International Water Institute, prestigiada competição de ciência também conhecida como Prêmio Nobel da Ciência Jovem. Como brasileiro e vizinho do Piauí, com certeza ficamos orgulhosos do feito do jovem rapaz, que é um exemplo a ser copiado pelos adolescentes do seu tempo. É... o rapaz deve ter estudado muito para chegar aonde chegou, e certamente teve sua base de estudos em boas escolas, a exemplo das que ora são modelo na boa terra mafrense, bem perto aqui de Caxias.

Enquanto isso, apesar da proximidade com tal área irradiadora de conhecimentos, o alunado caxiense vivencia o ostracismo, abandonado à sorte pela falta de incentivos e estímulos do seu poder público. Sim, conterrâneos, a estudantada de Caxias nunca esteve tão prejudicada como no atual momento, e basta conferir, por exemplo, nos cursos de medicina e de enfermagem da Universidade Estadual do Maranhão, ambos considerados entre os melhores do estado, se há número razoável de estudantes egressos das escolas locais em suas turmas. 

Se pesquisarmos bem, logo vamos chegar a uma conclusão negativa, o que demonstra que as escolas de nossa Caxias ainda não dispõem de condições de preparar alunos para enfrentar vestibulares tão seletivos como os correspondentes aos cursos supracitados. É bem verdade que, por aqui, já estão muitos cursos universitários provenientes do ensino particular. Porém, em que pesem atender a alunos de famílias mais abastadas e com poder financeiro para bancar prestações mensais da ordem de 10 mil reais, ou usar o FIES, o acesso não é assim tão criterioso em matéria de seleção de candidatos.

Terrível é chegar-se à conclusão de que o nosso Maranhão prossegue deficiente em oferecer educação de qualidade no seu ensino público. Por hora, ainda estamos em momento de reestruturação de escolas... falando na adoção de escolas em tempo integral, bilíngues etc. Dotá-las de boa infraestrutura, atualizar a capacitação dos professores, melhorar seus salários para que possam ter mais tempo de preparar o conteúdo das aulas, sem estarem divididos em outras matrículas, e, assim, garantirem a exposição aos alunos de todo conteúdo programático de cada série, isso é matéria em débito, e bote débito nisso.

No caso de Caxias, os últimos oito anos foram de gastos com a reestruturação física da rede, e até a essa altura da campanha eleitoral ainda há ações nesse sentido. Não obstante, as escolas, pelo menos as municipais, seguem diagnosticadas com baixa frequência de aulas, injustificável ausência de merenda escolar, transporte escolar prejudicado na zona rural, fatos que impulsionam a evasão escolar, levando toda uma população jovem a um prejuízo irreparável, porque fica sem condições de competir com estudantes mais preparados.

Quando um assunto desses chega às rodas de conversas pelos quatro cantos do município logo aparecem os arautos pregando que a gestão municipal tem sofrido muito para administrar a cidade, principalmente em razão das demandas da comunidade, que são muitas em todos os segmentos sociais de uma população de cerca de 160 mil pessoas. Mas, meu amigo, minha amiga, você sabe o montante das transferências federais para Caxias em 2023? Exatos 677,902 milhões de reais. E, até agora, que estamos em meados de 2024? Nosso tesouro já recebeu 482,60 milhões de reais. É claro que todo esse dinheiro, fora as emendas parlamentares, não é só para a educação. Mas, francamente, dá ou não dá para a gestão melhorar as coisas no município?!! Então, por que a gente olha para os lados e vê que tudo nos falta em Caxias?!!

Ainda assim, estão por aí os pregoeiros do continuísmo político caxiense, que se locupletam de benesses, mantém as coisas do jeito que estão, para não arranhar o milionário status quo dominante, enquanto o restante da população pena. No resultado dos últimos JEMs (Jogos Estudantis Maranhenses) realizados em São Luís, recentemente, nenhum atleta caxiense venceu nas etapas finais da competição. A vitória contemplou outros municípios interioranos, como Cidelândia, Carolina, Codó e Timon, de onde se sobressaíram vencedores no ciclismo, no handebol, no futsal, todos agradecendo a oportunidade de representar suas comunidades no grande certame esportivo.

Por outro lado, portadores de deficiência, sobretudo físicas, estiveram nas ruas para chamarem a atenção para a causa e reclamarem a desassistência do poder público, durante a semana. E com razão, porque a cidade de Caxias se tornou muito carente em matéria de mobilidade urbana. Para os deficientes, por exemplo, não há mais calçadas na área central que facilitem a locomoção dessas pessoas, tantos são os obstáculos que travam os caminhos dos passeios públicos.

No tocante à segurança pública, a toda hora sobrevém uma surpresa, e a última quase trouxe infortúnio para a família da vereadora Ângela Machado, no bairro Tamarineiro. Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, criminosos armados invadiram sua residência e feriram seu esposo, o empresário Edil, que felizmente escapou com vida do atentado. Louvores às polícias civil e militar que já prenderam os criminosos.

Mas, avaliando-se o contexto como um todo, impossível excluir a inércia da Câmara Municipal, por permitir que situações absurdas continuem a prevalecer no município, já que é o órgão fiscalizador da gestão da cidade. Nos últimos oito anos, com ampla maioria apoiando o governo incondicionalmente, resta a muitos edis a estupefação de não ficarem admirados com as mudanças que já estão a caminho nessa campanha eleitoral, porque a grande verdade é que está prevalecendo um desejo por mudanças inadiáveis no imaginário do eleitorado local. Quem viver, verá!!!


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