Definidas as chapas que irão concorrer à sucessão do prefeito Fábio Gentil (PP), e estabelecidas as cabeças de chave nas pessoas de Paulo Marinho Júnior (PL), José Gentil Neto (PP), Lycia Waquim (PSDB) e Edmilson Sanches (PSOL/Rede), a grande expectativa da semana que se inicia é o primeiro grande debate entre os postulantes, previsto para a próxima sexta-feira (23), sob a coordenação da TV Difusora local, que deverá trazer da capital um mediador para a ocasião.
O evento deverá elevar a temperatura de uma campanha eleitoral que, ao que parece, começou bem morna, se levado em consideração os últimos embates eleitorais na cidade. Desta vez, ao contrário de tempos passados, a campanha não se apresenta polarizada, tipo “nós contra eles”, o que de certa forma ajudava o eleitor a consolidar opinião. É um cenário dividido, muito embora tudo leve a crer-se que a grande batalha mesmo será entre as hostes lideradas por Paulinho e Gentil Neto, quando a refrega, finalmente, chegar a seu termo, próximo ao dia 6 de outubro, o dia das eleições, que em Caxias será definida em apenas um turno.
Então, o primeiro debate entre os candidatos será o acontecimento essencial para dirimir eventuais dúvidas do eleitorado. Será a hora em que toda a comunidade terá a oportunidade de conhecer realmente o escolhido de sua predileção. Afinal de contas, em um debate o participante não poderá esconder suas fraquezas invariavelmente escondidas por marqueteiros de plantão. Será a hora em que a pessoa dirá mesmo a que veio e se tem condições mesmo de administrar um município da importância histórica de Caxias, berço de muitas tradições políticas do Maranhão.
Ao longo do período democrático vivenciado atualmente pelo Brasil, os debates entre candidatos foram decisivos para a vitória de um dos litigantes. Assim ocorreu com a vitória de Fernando Collor de Melo sobre Lula, depois entre Lula e José Serra, ou entre Dilma Roussef e Aécio Neves. Nos Estados Unidos, foram famosos os debates entre o vice-presidente Richard Nixon e o senador John Fitzgerald Kenedy, quando JFK chegou à Casa Branca. Depois, estiveram frente à frente o republicano Donald Trump e a senadora democrata Hilary Clinton, com Trump ganhando a parada e, mais recentemente, o próprio Trump (78 anos) duelando com o presidente Joe Biden, momento que foi decisivo para Biden afastar-se da pretensão de continuar no cargo por mais quatro anos, em razão da visível precariedade de seu condicionamento físico e mental, aos 81 anos.
Portanto, o primeiro debate dos candidatos à sucessão municipal será um fato determinante para o sucesso e o insucesso dos participantes. Além do mais, aqui em Caxias, se uma candidatura revelar-se mais fraca, seus correligionários não irão poder substituí-la, a exemplo do que ocorreu recentemente no processo eleitoral norte-americano. Lá, o Partido Democrata, sentindo a fragilidade de Biden, simplesmente pressionou o presidente a afastar-se da disputa, substituindo-o pela vice-presidente Kamala Harris, bem mais jovem (63 anos) e até mais aguerrida do que Biden para confrontar Trump, embaralhando novamente aquele cenário político, mas agora com nítida vantagem para os democratas, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais na terra do Tio Sam.
E por falar em pesquisa eleitoral, essa aferição das intenções de voto do eleitorado tem tirado o sono dos marqueteiros que norteiam a campanha do bloco Gentil/Coutinho. Talvez tentando desmerecer a realidade dos primeiros números que mostram a candidatura de Paulinho à frente, notícias e fakes vêm sendo plantados regularmente em blogs e redes sociais. Contudo, todo esse clima será dissipado a partir do primeiro debate, quando os caxienses terão a oportunidade de conhecer aquele ou aquela que realmente tem mais condições e preparo para administrar o município a partir de 2025.
Em suma, os debates eleitorais televisionados no Brasil são, finalmente, um choque ideológico, ora duelado intensamente, ora unissonante, ora ofensivamente, ora pacificamente entre agentes debatedores, ou seja, candidatos, no caso de Caxias, ao comando da prefeitura, sobre temáticas que teoricamente envolvem interesses em jogo para o telespectador, com o objetivo oficial de auxiliar a escolha de um candidato ou de uma ideologia para representar diretamente o eleitor no cargo eletivo.
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