O substantivo masculino presságio pode ser analisado por dois ângulos de visão: pode ser um fato ou sinal pelo qual se julga adivinhar o futuro, de que algo de como uma espécie de prenúncio ou agouro; ou pode se imiscuir em um indício de algo que está para acontecer. Assim, observando-se o andamento da política de Caxias a pouco mais de dois meses das eleições de outubro, tem-se a impressão de que algo não vai bem para a candidatura oficial da gestão municipal, na pessoa do arquiteto Gentil Rosa Neto (PP), a julgar por dois fatos que se sucederam durante a semana, os quais, claramente, são como presságios de algo de ruim está para acontecer.
O primeiro deles, sem dúvidas, foi o abandono das obras da prefeitura no segundo espaço físico que compreende o complexo da Praça Cândido Mendes, no coração da cidade, aquele que abriga a imagem em elevado pedestal de Cristo Redentor. O segundo, a falta de prestação de contas em tempo hábil do Partido Progressistas (PP) de Caxias perante a Justiça Eleitoral.
Enquanto a primeira situação reflete a falta de planejamento da prefeitura, levando a empresa contratada em São Luís a retirar o material e os homens que trabalhavam na obra, por falta de pagamento, a segunda reflete, talvez por razões de soberba, ou inacreditável amadorismo, que a barca que carrega o grupo governista credenciado no chamado “chapão da morte” está fazendo água já em lastro muito perigoso, a ponto de naufragar, o que seria um desastre para muitos experientes da política caxiense.
O curioso em tudo o que vem acontecendo dentro das hostes governistas é que a situação nem precisa ser alardeada por quem se opõe ao atual modelo da gestão municipal capitaneada pelo prefeito Fábio Gentil (PP). São as próprias diretivas que partem da liderança, revestidas do mais alto degrau de centralização, centralização essa que atemoriza ou inibe qualquer gesto de iniciativa de uma assessoria atordoada em aguardar a última palavra nas horas de decisão, ainda que precioso tempo esteja sendo consumido. E quando a ordem finalmente sai, muito estrago já aconteceu.
Por conta desse clima pra lá de adverso no palácio, presságios e mais presságios foram se acumulando ao longo dos últimos sete anos, descontando-se a época da sombria pandemia do vírus covid-19. Primeiro, o inexplicável rompimento com Paulo Marinho Júnior (PL), vice-prefeito, com o ex-secretário Catulezinho, com o vereador Catulé (PRB), com o vereador Luís Lacerda (PSdoB). Depois, o clima de fogo amigo que se estabeleceu na administração, com correligionários vazando informações comprometedoras, seguindo-se ao desligamento de assessores do primeiro escalão, insatisfeitos com as escolhas oferecidas. E, por último, a cooptação dos inimigos políticos das últimas campanhas ao projeto político atual, como se estes fossem os aliados ideais ao prosseguimento do plano de domínio do poder caxiense.
Por outro lado, desistências de percurso também demonstram que algo de errado vem se encadeando aos acontecimentos do insucesso que se avizinha, pois a mera substituição de um nome com mais prestígio político por outro com a bolsa mais recheada não irá equilibrar jogo. Muito pelo contrário, desperta a imaginação do eleitorado para os acertos obscuros que estão sendo traçados para abocanhar os ricos recursos que todos os meses chegam ao tesouro municipal, em nome do povo caxiense. E, esse dinheiro, não é para garantir a sobrevida, enriquecer, um pequeno número de pessoas, mas para ser aplicado nas crescentes demandas que partem da população.
10 de agosto
Do amigo Wilton Lobo e Silva, ex-vereador do município e, atualmente, membro destacado da gestão estadual em São Luís, chega uma missiva na qual cobra um maior engajamento das autoridades municipais, assim como de nossas casas de cultura, em relação à data de 10 de agosto, que é o aniversário de nascimento do nosso poeta-maior, Antônio Gonçalves Dias, que veio ao mundo, em Caxias, no ano de 1823. Quando parlamentar caxiense, Wilton aprovou projeto de lei, estabelecendo a data como o “Dia Municipal da Cultura”. Mas, o que nos informa o servidor público, em sua carta:
“Reverenciando a data 10 de agosto, dia do nascimento do nosso Poeta maior Gonçalves Dias, que quando tive a oportunidade, enquanto vereador de nossa Caxias, fui autor da Lei que instituiu o "Dia Municipal da Cultura".
Não é porque estamos no período de campanha eleitoral, mas vale lembrar aos conterrâneos que a cidade de Caxias tem um passado cultural muito rico e por isso nossos gestores poderiam ter mais preocupação com a cultura do município.
A Assembleia Legislativa do Maranhão, através dos nossos Deputados Estaduais, fez uma justa homenagem a esse fato, e enquanto isso nada da parte de nossas autoridades e academias locais...
E lá se vão décadas que essa lei continua só no papel e nos anais da Casa Legislativa. Fica aqui meu registro esperando que possamos, nos novos mandatos, ser lembrados com mais carinho”.
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