Com as convenções do último fim de semana, os atores que irão participar das eleições municipais deste ano já estão em cena. Disputarão a Prefeitura de Caxias, para administrar a cidade por quatro anos a partir de 2025, os candidatos Paulo Marinho Júnior (PL), Gentil Neto (PP), Lycia Waquim (Federação PSDB e Cidadania) e Edmilson Sanches (Federação PSOL-REDE). Há muito tempo não se observava tantas candidaturas buscando governar a cidade, uma vez que o normal nas últimas décadas era presenciar-se duas candidaturas em confronto direto, dividindo o eleitorado. Agora, não. São quatro forças, sendo duas, evidentemente, bem mais posicionadas que as demais: o bloco governista dirigido pelo prefeito Fábio Gentil (PP), apoiando o sobrinho, Gentil Neto; e Paulo Marinho Júnior, que nos últimos dois pleitos foi decisivo em transferir votos para FG vencer e renovar o mandato como prefeito do município.
A candidatura de Edmilson Sanches revela que a cidade ainda não perdeu o seu condão democrático, que oferece à cidadania o direito franco e direto de disputar eleições, teoricamente em pé de igualdade. Quanto à Lycia Waquim, que nos últimos sete anos esteve à frente do Gabinete do Prefeito, talvez não passe o convencimento de que está mesmo na disputa para valer, isso porque, quando se olha para o seu quadro de aliados, o que se vê são pessoas que orbitam a esfera do governo estadual, como a demonstrar que a candidata participará do pleito em regime de sacrifício, se possível, tentando roubar preciosos votos de eleitores que hoje estão fulos da vida com Fábio Gentil.
E faz sentido contextualizar-se a situação, porque, tanto na convenção de Gentil Neto, sábado à noite no Ginásio de Esportes João Castelo, quanto na de Lycia Waquim, domingo pela manhã no Ginásio do Ipem, o que se observava era a presença marcante de assessores ligados ao governo estadual.
De fato, para vencer a eleição de outubro, o candidato Paulo Marinho Júnior, nome de maior expressão da oposição caxiense, vai sofrer muito contra uma disposição de forças que alia, ao mesmo tempo, tanto o governador Carlos Brandão (PSB) como o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Ambos estão de pacto firmado para manter o Maranhão coeso às futuras pretensões político/eleitorais do chefe da nação, todos pensando, é claro, nas eleições de 2026, na qual o governador buscará uma das vagas para o Senado Federal, já que não poderá mais renovar o seu mandato nesse ano. PMJr., portanto, mais do que nunca, precisará ter a seu lado o apoio de todos que não estão satisfeitos com a atual política de Caxias.
No âmbito da Câmara Municipal de Caxias, uma briga de foice no escuro por mandatos envolve, no momento, vereadores experientes e aspirantes que estão chegando ávidos de também participarem do legislativo local. Evidentemente que nomes como Catulé (PRB), Luís Lacerda (PcdoB), Daniel Barros (PRD), Antônio Ximenes (PP) e Mário Assunção (PP), podem alcançar mais facilmente a recondução de seus mandatos, pois possuem melhores bases eleitorais de sustentação e conseguem uma empatia melhor com seus eleitores, devido à experiência adquirida. No mais, ainda que hoje os chamados vereadores governistas tenham uma certa gordura para trabalhar, têm pela frente uma verdadeira horda de novatos que anseiam mudar a política de Caxias, insatisfeitos, claro, com a política de privilégios e com a falta de compromissos que tomou conta da cidade.
O candidato Paulo Marinho Júnior, avaliando o trabalho de recuperação infraestrutural que o prefeito Fábio Gentil está realizando no presente momento, foi preciso em dizer que o atual mandatário teve sete anos para trabalhar no município, mas só trabalha agora, realiza alguma coisa, pensando em reconquistar o voto perdido de seus antigos eleitores.
Para PMJr., se FG estivesse trabalhando, como agora, todos esses anos, talvez fosse o caso de falar-se sobre outras coisas do município. E garantiu que, caso seja eleito prefeito, trabalhará incansavelmente, todos os dias, para solucionar os problemas de uma cidade que ora se mostra carente de investimentos e sem oportunidade de trabalho para a população.
As cartas, evidentemente, estão na mesa. Quem souber jogar melhor, decerto que sairá vencedor. Por isso, quem estiver na disputa deve ter em mente que nosso eleitorado está cansado de mentiras, de engodos e de enrolações.
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