Os festejos juninos, graças ao forte apelo popular e clima de alegria entre os caxienses, especialmente entre os brincantes, estão se transformando em válvula de escape no contexto das pretensões da classe política local. São dias e dias de muitas festas por toda Caxias, numa espécie de embriaguez que rouba o sentido das pessoas e as fazem esquecer momentaneamente as demandas que fazem à gestão municipal. Em tal ritmo de acontecimentos, o chamado bloco de oposição ao atual governo da cidade já definiu quem irá disputar a sucessão municipal. Confirmando o que a coluna já havia antecipado, a ex-vereadora Thaís Coutinho será mesmo a vice de Paulo Marinho Júnior (PL).
O marido da ex-vereadora, vereador Daniel Barros (PDR), o “Fiscal do Povo”, cedeu à força das pesquisas eleitorais que demonstraram que PMJr. sempre esteve à sua frente na avaliação do eleitorado, resolvendo, então, apoiar incondicionalmente o grupo, e disputar reeleição para a Câmara Municipal de Caxias, mas com o pensamento, é claro, de disputar oportunamente vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, onde entende que poderá ajudar mais o município de Caxias.
Pesa, na decisão, além do apoio consensual do seu grupo político, a força da liderança do deputado Josemar de Maranhãozinho, talvez, atualmente, um dos nomes de maior expressividade na política estadual, ele mesmo um campeão votos ao lado da sua esposa, a deputada Detinha, que lhe segue os passos, bem como muitos outros parlamentares que a ele estão atrelados. E Josimar, como se sabe, é o grande apoiador de Paulinho e de todo o grupo de oposição para Caxias.
Então, Daniel Barros não capitulou às suas pretensões de um dia governar a cidade. Não. Está convicto de que agora agiu corretamente, prefere aguardar mais um pouco e considera utilizar todas suas armas para que o grupo vença as próximas eleições de outubro. Está dando uma grande demonstração de maturidade política e de transparência de seus ideais ao povo caxiense. É que, às vezes, é preciso diminuir o passo para continuar a seguir na longa jornada.
Enquanto isso, o nome do vice, ou da vice, no bloco da situação sob a liderança do prefeito Fábio Gentil (PP) segue indefinido. Por conta de acordo político, a indicação seria forçosamente do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PDT), atualmente líder político da família, após o passamento do Dr. Humberto Coutinho e da decisão da ex-deputada Dra. Cleide Coutinho de se afastar da política.
Entrementes, nos últimos dias, vêm crescendo os rumores de que a própria ex-deputada poderá compor o lugar de vice na chapa com Gentil Neto (PP), o candidato escolhido pelo tio FG para sucedê-lo a partir de 2025 na Prefeitura de Caxias. A indicação, no entanto, tem encontrado reservas entre seus familiares, preocupados principalmente com a saúde de Dra. Cleide, que precisa se manter sob cuidados, em vez de vir a se estressar em uma campanha política que exige sempre muito esforço físico e rende muitas preocupações, diariamente.
Por outro lado, não se tem conhecimento ainda de quem irá compor as chapas com os pré-candidatos a prefeito Edimilson Sanches (PROS) e Lycia Waquim (PSDB), esta ainda ocupando cargo de destaque na administração estadual, em São Luís.
Lycia, óbvio, é um nome da predileção do governador Carlos Brandão (PSB), e talvez em função disso o governador vem se mostrando reticente em apoiar o grupo de Fábio Gentil, até porque o mandatário estadual está também pressionado pelo partido do presidente Lula, o PT, que nas próximas eleições quer indicar o máximo de vice-prefeitos por todo o Brasil, sonhando ampliar sua hegemonia política no país.
Não é sem razão, portanto, que o vereador Ricardo Rodrigues (PT), presidente da Câmara de Vereadores de Caxias, esteja aferrado à ideia de ser vice de Gentil Neto, assim contrariando o acordo firmado entre gentilistas e coutinhos.
A mídia atrelada ao prefeito Fábio Gentil já vem repercutindo negativamente o que considera uma falta de compromisso do governador do Estado com a gestão municipal, haja vista que essa falta de apoio pode mesmo prejudicar enormemente as pretensões do grupo. Para o governador, no entanto, certamente estão pesando as informações que tem recebido de Caxias, além do fato de que possa disputar uma vaga no Senado Federal em 2026, isso sem esquecer que ele pode também continuar no cargo e fazer a sua sucessão nesse mesmo ano.
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