Ultrapassamos a metade de junho e já estamos a cinquenta dias da próxima sucessão municipal, quando os caxienses haverão de escolher, em 06 de outubro, a nova liderança que governará a cidade a partir de janeiro de 2025, bem como como os parlamentares que irão compor a Câmara Municipal. O momento é de muita conversa jogada fora, torcidas que vão se formando, assim como do propalado “já ganhou”, defendido, é claro, por quem está amarrado às benesses do poder encastelado no Paço Municipal da Pantheon, um pessoal que escuta, vê, mas procura desfavorecer as mensagens que singram a todo instante nas redes sociais e que não são nada alentadoras para o status quo ditatorial que comanda atualmente o município de Caxias.
Sim, vivemos em um status quo ditatorial porque a cidade é dirigida da forma mais centralizada possível, ao ponto de ser vexatória a situação dos ocupantes dos escalões do governo, que não têm autonomia para nada decidir em favor do desenvolvimento de Caxias. Assessores apenas cumprem ordens e têm que se virar nos trinta para atingirem seus objetivos, mesmo que tenham que, às vezes, tirarem do próprio bolso os recursos indispensáveis às ações desenvolvidas pela máquina pública municipal. Dá para imaginar o grau de dificuldade que isso representa no contexto da gestão, a insegurança?!!... Não obstante, ninguém pede para sair, porque aí o prejuízo pessoal será bem maior, óbvio.
Então, o caxiense chegou hoje a uma encruzilhada onde tem de decidir qual o melhor caminho a seguir. Se continua na estrada do projeto de poder pessoal que domina a cidade, ou vai por outra vertente, à procura de quem lhe possa proporcionar um projeto para o desenvolvimento do município, já que o atual projeto de poder não resolve satisfatoriamente as demandas da cidadania. Quer dizer: a manutenção da política atual só enriquecerá os mesmos que já se locupletam às expensas dos cofres públicos do município.
Nos moldes em que se encontra Caxias, o destino é a estagnação que a impede de crescer e não oferece a mínima possibilidade de o mercado de trabalho oferecer nada para quem, esperançoso, segue estudando, se especializando, em buscar de conseguir uma ocupação que lhe garanta o sustento e progresso na vida. Não é à toa que jovens estão se aventurando para além das fronteiras do município. Concluem ensino médio, entram em cursos profissionalizantes, cursam universidade, mas têm que deixar a terra natal porque a política atual não tem menor empatia em relação a suas vidas, embora façam parte do futuro da cidade.
Impressiona assistir-se como Caxias parou no tempo, pois em muitos aspectos a cidade retornou ao passado. Nos idos dos anos 1970, empresários acalentaram o sonho de inserir modernidades no torrão natal. O transporte público, por exemplo, foi um dos vetores que procuraram estabelecer, por meio de kombis, veículos comerciais ligeiros produzidos pela Volkswagen, que podiam transportar cerca de 12 pessoas.
Na época, foi um sucesso total. Depois, vieram os microônibus que faziam a interligação do centro com os bairros e, cerca de oito atrás, com o advento do prefeito Fábio Gentil (PP) ao poder, muitos ônibus amarelos entraram em circulação. Chegou-se a pensar que o serviço engrenaria e seria bem mais abrangente, pois até pontos de ônibus chegaram a ser construídos, a exemplo de dois que estão um frente ao outro na avenida Santos Dumont, mas o processo fracassou, talvez devido à pandemia do covid 19, e o caxiense agora, felizmente, se utiliza de motocicletas para se locomover. Um disparate, se levarmos em conta que em muitas cidades do porte de Caxias já existe até VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), um transporte seguro, rápido, confortável e de custo mais baixo para a população. Crato e Sobral, no Ceará, que o digam.
Por essas e por outras é que Caxias está atualmente mal ranqueada entre as cidades do Nordeste e do interior do Maranhão. 379ª no país, é a 75ª na região Nordeste, ficando atrás, no Maranhão, de Imperatriz (25ª), Timon (57ª), Bacabal (71ª) e Balsas (74ª). Para a próxima gestão, os grandes desafios serão melhorar a inserção econômica, inovação e dinamismo econômico e saneamento.
Paralelo a isso, vivenciamos que são muitos em Caxias que não têm o que comer diariamente, haja vista a frequência maciça de pessoas, pela manhã e à tarde, no restaurante popular do antigo prédio da União Artística e Operária Caxiense. A situação, no entanto, evidencia um contraste absurdo quando chega até nós a notícia de que no alto escalão do governo tem gente mais preocupado com a aparência física, custeando caríssimas harmonização facial e peruca customizada para a cabeça.
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