Caxias-MA 09/04/2025 19:32

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Entre o descaso com a vacinação e o perigo africano


As autoridades de saúde do país não descansam. As enfermidades continuam a não dar trégua no território nacional. E, se antes era a covid-19 que paralisava o país, inclusive pela chegada de novas variantes do vírus, agora é a própria população que não colabora deixando de ir aos postos de saúde se vacinar. A descrença é tão grande que lotes atualizados de vacina contra a gripe estão nesses locais e mesmo os idosos, os mais suscetíveis a doenças do trato respiratório, não comparecem para receber o imunizante. As pessoas acham que tais viroses estão controladas e não lhes perturbarão mais. Contudo, estão muito enganadas, pois esses vírus só estão se adaptando para continuarem infectando. Assim, não é possível baixar a guarda.

Em matéria publicada na revista Veja, desta semana, a cientista brasileira Marcella Regina Cardoso, pesquisadora formada na UFScar e mestra e doutora pela Unicamp, com phd na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, publicou trabalho, com autorização da prestigiosa instituição, de um estudo em que demonstra como o Sars-CoV-2 tem uma proteína que o ajuda a enganar as moléculas celulares que o deduram para o sistema imune do corpo humano, e assim escapar das forças de segurança do organismo. Segundo a doutora, o coronavírus se vale desse mecanismo para fugir da imunidade, algo que só reforça a importância da vacinação, que dá subsídios ao corpo humano para montar uma resposta de defesa contra o patógeno. Mas o achado foi relevante para os pesquisadores buscarem novos alvos terapêuticos ou forma de interromper a cascata infecciosa onde ela se encontre. “E que ganha importância se pensarmos que tudo leva a crer que enfrentaremos novas pandemias”, afirmou Dra. Marcella.

Aqui em Caxias, com a população enfrentando dificuldades de atendimento nas unidades hospitalares públicas, principalmente falta de medicamentos comuns, tipo dipirona, ibuprofeno etc. as visitas aos postos de saúde atrás de vacinas não atingem os objetivos traçados pelas autoridades municipais de saúde. Não sabemos se o fato acontece por ignorância ou porque a população anda cansada de procurar ajuda e não encontra resposta adequada nas unidades hospitalares do município. E olha que estamos já vivenciando clima de campanha eleitoral, época em que essas ações passam a ser implementadas com mais esmero, pelo menos por parte da gestão do município, que, claro, tem interesse em eleger a sua candidatura à sucessão municipal, isso sem se importar se o nome cogitado esteja de fato preparado para gerir uma comunidade com tantos problemas, como é o caso da nossa Caxias.

O caramujo gigante africano, ou caracol-gigante-africano, é um molúsculo da classe dos gastrópodes. Possui concha cônica marrom ou mosqueada de tons claros.

Ocorre que situação ruim nem sempre pode ser dimensionada com real precisão, até porque fatos novos podem estar acontecendo ou prestes a virem a acontecer. Agora, por exemplo, podem ser facilmente encontrados no município, sobretudo em praças, logradouros públicos, terrenos baldios, caramujos gigantes africanos, um animalzinho bem maior que os caramujos que conhecemos, mas que desperta a atenção de quem o vê pelo tamanho e pela beleza da sua carapaça protetora. O bichinho chega a parecer encantador, mas não se engane, é uma espécie extremamente perigosa para os seres humano.

Denominado cientificamente Achatina fulica, tem também importância para a saúde pública, pois está envolvido na transmissão do nematódeo Angiostrongylus cantonensis, que causa no homem a meningite eosinofílica, zoonose endêmica no sudeste asiático e ilhas do Pacífico, porém com casos no Brasil, além de hemorragia estomacal. 

Um estudo brasileiro comprova que o caramujo-gigante-africano pode se infectar naturalmente por vermes que são transmitidos aos humanos por meio de alimentos mal lavados e água contaminada, podendo causar grave infecção intestinal, esquistossomose (barriga d’água), meningite e até a morte. Vale ressaltar ainda para tentar evitar ao máximo deixar telhas, tijolos, sobras de construções ou excesso de plantas nos terrenos, seus locais preferidos.

Para o controle do caramujo africano, recomenda-se a coleta manual, com a utilização de luvas ou sacolas plásticas, para evitar o contato da pele com o muco desses animais, com a posterior quebra de suas conchas antes de eliminá-los. Isso porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial para os ovos do Aedes aegypti. Depois, recomenda-se a aplicação de cal virgem sobre os caramujos quebrados, e não vai adiantar apenas jogar sal, por isso a importância do CAL, que combate também os ovos. O sal vai matar apenas o animal adulto e os ovos vão permanecer no local. Na dúvida e por segurança, realizar posterior incineração.

Com mais esse perigo em nossas ruas, bairros e povoados, terrível é sabermos que estamos diante de mais uma dificuldade a ser enfrentada pelos valorosos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias do município, que trabalham diariamente empenhados para solucionar tais situações de saúde sem receberem o apoio necessário da prefeitura. A prova maior são as tristes condições do Centro de Controle de Zoonoses da cidade, onde falta de tudo para seus funcionários assistirem nossa população. Com a campanha eleitoral nas urnas, no entanto, vamos esperar que esse perigo venha a ser afastado dos caxienses.


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