Ao longo da semana, até essa sexta-feira (17), os registros policiais da cidade já haviam anotado que dois homicídios e uma tentativa de homicídio haviam acontecido em Caxias. E os casos, longe de parecerem fatos isolados, sugerem que uma ação coordenada por criminosos está em andamento neste final do ano de 2023. Sem aviso prévio, em pontos diversos, as vítimas são emboscadas por atiradores com armas de fogo. Na segunda e na terça-feira, dois jovens, um deles com somente 23 anos perderam a vida. Na quinta-feira (16), nas imediações do Hospital Geral do Município (HGM), os ocupantes de um veículo prateado tiveram seu veículo crivado de balas e um deles foi atingido no braço, sendo socorrido no próprio HGM, sob proteção policial.
Assim passou agora a viver o caxiense, em ritmo de faroeste, onde ele tem a impressão de que mora nos mesmos lugares mostrados nos telejornais das redes de televisão, nos quais imagens assinalam todo tipo de crimes contra cidadãos e cidadãs que circulam nas ruas das grandes cidades do país. O contribuinte, que já vive em moradias que mais se parecem com fortalezas do que residências, tem diante de si o dilema de não poder sair de casa, porque assim o fazendo é ele o responsável pelo infortúnio que lhe possa acontecer. Situação grotesca e absurda, não?! Mas que é a mais pura verdade.
A grande verdade é que o fator segurança não se impõe à realidade do Município de Caxias. O efetivo policial da PM-MA, encarregado de realizar o policiamento ostensivo, continua incipiente para agir na cidade, porque não dispõe de quadros e viaturas em número suficiente para garantir a segurança nas ruas e prevenir com a sua presença a ação de elementos marginais que agem com um poder maior do que o judiciário, uma vez que julgam e decidem por tirar uma vida a bem prazer, sem oferecer segunda chance àqueles que entendam como faltosos com suas obrigações. E o mais incrível é que a pena de morte no país foi abolida ainda na época do segundo império, lá pelos anos 1870, decretada pelo então imperador Dom Pedro II.
Expostos esses fatos, pergunta-se: onde estão as autoridades do município diante de tão tenebroso problema que ameaça não ter fim, mas só piorar? Na legislatura passada, bem que a Câmara Municipal tentou pressionar o governo estadual no sentido de trazer melhoras policiais para Caxias. Colheu algumas promessas, a exemplo do contingente do 2º Batalhão da PM, sediado em Caxias, que passou somente atender à cidade e mais dois municípios vizinhos, como tentativa de concentrar mais forças na região. O trabalho, entretanto, continua difícil, à medida que os policiais não dão conta e a criminalidade vai se impondo abertamente, inclusive patrocinando o tráfico de drogas largamente, tanto na cidade quanto na zona rural.
À guisa de fazer média com a população, os vereadores aprovaram um projeto de lei para que a guarda municipal possa portar armas e se impor pelo menos nos locais em que posam atuar constitucionalmente. O poder judiciário até entendeu recentemente que as guardas municipais também fazem parte dos efetivos de segurança, e, como tal, podem portar armamentos, muito embora esse pessoal tenha que passar por treinamento especializado, que não pode ser rápido em face das muitas implicações que acarretam o homem da lei usar armas.
Não há dúvida de que já foi alguma coisa a decisão de armar a guarda municipal para ajudar na segurança da cidade. Contudo, nossos edis, o prefeito, as deputadas da cidade, tem de continuar a insistir para o governo estadual levar à sério a segurança de Caxias.
Face a essas e outras mazelas que estão sendo enfrentadas pelos caxienses, diariamente, a vereança devia mesmo era estar mais preocupada em resolver tais problemas do que se concentrar e procurar cassar um próprio de seus membros somente por esse falar a verdade. Senhores, senhoras, não esqueçam, para depois não se decepcionarem, que as demandas de Caxias são mais preponderantes do que as vaidades e as querelas políticas pessoais. Afinal, as funções de legislar e fiscalizar são os dois mais importantes encargos de quem assume o mandato de vereador de uma cidade.
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