Caxias-MA 15/05/2025 03:33

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Velha Guarda Caxiense de luto


A semana foi pesada para os integrantes da Velha Guarda Caxiense. No espaço de sete dias, ela perdeu dois de seus importantes membros. No último domingo, vítima de complicações pós-operatórias de uma cirurgia de hérnia de hiato em São Luís, faleceu o empresário de gastronomia José Iram Gomes Vanderley, aos 66 anos. Na quarta-feira, perdendo a batalha para um câncer, Dr. Antônio Luís Oliveira Assunção, aos 64 anos de idade. 

Os dois, embora fossem da mesma geração e tivessem laços que se estreitaram nos encontros da juventude na praça Gonçalves Dias e no Cassino Caxiense, lá pelos idos da segunda metade dos anos 1960, trilharam, obviamente, caminhos diferentes no contexto da sociedade caxiense, já que José Iram notabilizou-se por explorar na capital o ramo da gastronomia japonesa, onde dirigia dois conceituados e seletos restaurantes em áreas nobres de São Luís, pontos de referência aos caxienses de passagem pela Ilha do Amor; enquanto Antônio Luís, médico clínico e cirurgião, por haver honrado a grande memória do seu tio, Dr. Marcelo Tadeu de Assunção, prestou à cidade excelente serviço humanitário, que fez questão de dar continuidade nos hospitais caxienses, inclusive oferecendo-se também como vereador do município e presidente da Câmara Municipal de Caxias.

Do amigo Zé Iram, que os amigos mais próximos chamavam de “Bandeca”, sem saberem mesmo o que o termo enigmático significava, ficou a lembrança dos momentos felizes que todos curtiam diante da sua presença cativante e amigável, assim como das brincadeiras quando demonstrava a satisfação e o carinho de estar entre os seus da Velha Guarda de Caxias. De Antônio Luís, além do fato de ter se tornado um político de vários mandatos no município, a presteza e a solidariedade de ajudar quem dele se aproximasse solicitando seus conhecimentos de medicina, especialmente as famílias residentes na zona rural, pessoas que fazia questão de ajudar em todos os sentidos. E assim, entre nós, principalmente entre os sessentões, restou a saudade da convivência com dois grandes bons caxienses.

Embalo legislativo

No âmbito da Câmara Municipal, registrar que desde a segunda-feira retrasada não houve nenhuma sessão ordinária na casa para nossos edis debaterem demandas da cidade e deliberarem legislação conveniente às necessidades do momento. Como o clima não andam muito bem entre a maioria dos edis e a população, que tem reclamado sobremaneira da inércia de muitos diante da desatenção da gestão municipal aos muitos problemas denunciados, relativamente a cortes salariais dos servidores do município, atendimento na rede pública hospitalar, falta de merenda nas escolas, descumprimento de acordos firmados com vendedores ambulantes de centro e todo tipo lacuna na infraestrutura da cidade, há grande expectativa que os ânimos possam ainda aflorar mais nos próximos dias.

Prova evidente disso foi a falta quórum que ocorreu no plenário da Câmara, na última segunda-feira, ao que parece, preventivamente fabricada para evitar que vereadores da oposição ao governo reverberassem o conteúdo de um bombástico informativo do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias (A Voz do Trabalhador, edição n° 48/novembro de 2023), através do qual o órgão deixa claro que, ao contrário do que seus auxiliares e amigos afirmam, o prefeito Fábio Gentil (PRB) está nadando em dinheiro, uma vez que a sua gestão, levando em conta fontes como o Tesouro Nacional, o Banco do Brasil, o FNDE (Educação), o FNS (Saúde), e portais do Governo Federal, do Estado do Maranhão e da Prefeitura de Caxias, já recebeu, nos últimos sete anos, cerca de 3,5 bilhões de reais (R$ 3.474.895.957,87, precisamente).

O informativo é bastante suscinto e deixa claro que ninguém entende porque as coisas simplesmente não acontecem para a população, muito embora obras de fachada ganhem relevo em detrimento de situações que se arrastam ao longo dos anos, como é o caso da precaríssima rede de saneamento básico da cidade e a problemática do Lixão do Teso Duro, que segue a todo vapor intoxicando o povo com a fumaça espessa que fabrica com o auxílio das altíssimas temperaturas na casa dos 40 graus com as quais Caxias tem sido brindada nesse corrente período do ano.

O tema é delicado porque envolve, sem dúvida, a figura do prefeito municipal, mas é assunto do qual a edilidade não poderá se esquivar nas futuras sessões do legislativo, se estas não continuarem a ser levadas em banho maria, mais uma vez, a partir da próxima segunda-feira.

Cemitérios violados

E, para não esquecer, lembrar que os cemitérios caxienses precisam de ajuda, e que não dá mais para se conviver com os descalabros que ocorrem nos campos santos da cidade. Há locais onde não há mais a proteção de muros para impedir acessos inapropriados. No Cemitério dos Remédios, por exemplo, ladrões violaram túmulos e levaram as pesadas lápides que assinalavam as famílias sepultadas no local, materiais que irão revender na primeira oportunidade. É a cidade entregue à sua própria sorte e cada um procurando se defender da maneira que melhor lhe convier. 


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