Daqui a um ano, exatamente nesta data de 06 de outubro, ocorrerá o primeiro turno das eleições de 2024. Como Caxias tem menos de 200 mil habitantes, as próximas eleições que vão escolher quem estará à frente da prefeitura ou ocupando as 19 vagas da Câmara Municipal, serão eventualmente conhecidos ao final do dia, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) postar o resultado oficial do pleito do primeiro turno.
Pelo andar da carruagem, não houve até agora qualquer mudança no quadro de expectativas que baliza as eleições de Caxias. O prefeito Fábio Gentil (Republicanos) segue apoiando seu sobrinho, Gentil Neto, que ocupa a Secretaria de Infraestrutura do município, para sucedê-lo no cargo, carregando consigo o lastro político de nada menos do que 16 vereadores, mais o apoio da família Coutinho, agora liderada pelo prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PDT), que indicará o vice na chapa, escolha que recai no momento sobre o empresário Ironaldo Alencar, “que, como eu, é um homem de palavra”, conforme confidenciou o alcaide matoense à coluna.
Ora, todo mundo sabe na cidade que Ironaldo sempre foi um nome leve para a política caxiense e com muito bom trânsito entre os eleitores e o empresariado local. Mas problemas com a justiça eleitoral, que agora estão sendo resolvidos, frustraram suas intenções políticas. E, assim, se Fábio Gentil pensou em trazer a família Coutinho para sua aliança, intentando, claro, impedir que ela se aliasse a eventuais adversários, a jogada foi de mestre. Já Ferdinando Coutinho, trazendo consigo o amigo, deixou claro que está de volta à política local, após seus dois mandatos de prefeito em Matões. Aliados fortes, renomados e sérios, acredita, facilitarão o seu reingresso na política da terra gonçalvina.
Ferdinando, contudo, quer retornar à cidade emplacando seu filho, o jovem professor Wesley, como vereador do município já nas próximas eleições. Ao contrário de ajudar o genro, vereador Daniel Barros (PDT), o grandão guarda o princípio de, em primeiro lugar, valorizar o nome da família, fazendo-a ocupar novamente o espaço que foi construído pelo saudoso Dr. Humberto Coutinho. Para ele, portanto, o pré-lançamento da candidatura de Daniel a prefeito não passa de um desejo que dificilmente será alcançado, pelo menos no atual momento político. Não é uma questão do rapaz ter ou não ter valor.
Então, pelo que se observa, para digladiar com o prefeito estão a postos o ex-secretário de Estado de Turismo Catulé Júnior (PSB) e o ex-vice prefeito Paulo Marinho Júnior (PL). Os dois até poderiam formar uma chapa para a eleição, mas aqui surge o impasse de PMJ não poder, por exemplo, ser candidato a vice-prefeito, uma vez que esteve à frente do cargo nas duas últimas gestões municipais. Dessa forma, só concordando em ser vice Catulé Júnior abriria a vez para PMJ. Mas, aí, é um processo que tem de ser muito bem digerido dentro do bloco da oposição caxiense. Quanto ao ex-deputado Adelmo Soares (PSB), assiste-se a uma situação que vem oferecendo incógnitas, sobretudo pelo fato de familiares seus, que sempre o apoiaram, estarem agora dentro do grupo do prefeito.
Para completar o cenário, salvo se outros pretendentes aparecerem, o que por certo acontecerá, surge a secretária do Gabinete do prefeito, Lycia Waquim, demonstrando interesse de entrar para a política. A ideia dela é alcançar uma vaga na Câmara Municipal, mas há quem diga que tem grandes possibilidades de disputar a prefeitura, caso tenha mesmo o apoio do governador Carlos Brandão (PSB). Afinal, sua mãe, Luzia Waquim, é a Chefe de Gabinete de Brandão, portanto, pessoa da total confiança do governador do Estado.
Não podemos esquecer também o interesse demonstrado pelo presidente da CMC, vereador Ricardo Rodrigues (PT), que hoje também é o vice-prefeito de Caxias, em razão da renúncia de Paulo Marinho Júnior. Amigo do governador em exercício Felipe Camarão (PT), que muita gente acredita será o mais forte candidato à sucessão de Carlos Brandão, Ricardo acalenta a vontade de também governar Caxias e se esmera em traçar planos para estar pronto para a contenda se o destino mover peças em sua direção, alçando-o, por exemplo, pelo menos à condição de vice-prefeito na chapa oficial.
Muito embora lacônico em relação aos fatos, quando interpelado sobre como vê a família Coutinho no contexto, o presidente da CMC prefere dizer que por anda ninguém fala no nome dos Coutinho.
Pelo visto, tem-se uma equação com muitas variáveis possíveis. Assim, estaria o prefeito por trás de tantos ardis? Vários planos estratégicos estariam sendo costurados? São questionamentos que não podem ser ignorados, até porque FG tem sido um mestre em romper compromissos assumidos. Por isso, é melhor aguardar, pois vamos ter um ano inteiro pela frente e o cenário pode muito bem mudar completamente nesse período.
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