Os 16 vereadores situacionistas deram um jeito de parar, momentaneamente, as investidas incômodas dos três colegas da oposição, antecipando o recesso parlamentar do meio do ano. Pelo regimento interno da Câmara Municipal de Caxias, os trabalhos do plenário teriam que ir até o dia 17 deste mês de julho. Porém, a bem da ordem e dos ânimos serenos, a maioria resolveu limpar a pauta de proposições que estavam pendentes, inclusive votando a lei orçamentária do próximo ano, como reza a lei orgânica do município, de sorte que todo mundo continua trabalhando, a postos para eventual convocação extraordinária, mas retorno ao plenário só no próximo dia 02 de agosto.
Analistas puristas vão dizer que isso não é certo, que a manobra foi uma espécie de fuga aos problemas da cidade que continuam aparecendo a todo momento, e um certo meneio de subserviência também.
Ocorre que a questão está no âmbito de resguardar a própria identidade política de cada edil, porque do jeito que as coisas caminhavam o desfecho seriam cenas de entrevero que levariam até mesmo às vias de fato, uma vez que, inevitavelmente, as argumentações políticas acabariam resvalando para o lado pessoal e até familiar da edilidade.
Também concorreu para a decisão a dificuldade de defender as ações do governo municipal em terrenos que os próprios situacionistas não podem ignorar, já que também são pressionados por suas bases políticas, tanto na cidade quanto na zona rural, nesta última, a começar pelo estado atual de intrafegabilidade das estradas vicinais, falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde, isso sem falar na merenda escolar nas escolas da rede municipal de ensino.
Esses e outros assuntos são um manancial riquíssimo para a turma da oposição que intenta disputar a prefeitura nas eleições do próximo ano, embora saibam que o prefeito Fábio Gentil (PRB), com toda certeza, tem dinheiro guardado para deslanchar obras de recuperação por todo o município no início do próximo ano, reeditando um modelo que sempre deu certo por aqui e que leva as pessoas a facilmente esquecer as dificuldades que estavam vivenciando, inclusive escândalos.
Contudo, o problema da oposição será a definição do nome que os agregará ou os desagregará nesse espaço de tempo até o início da campanha eleitoral, em meados de 2024, pois já estão nas ruas os nomes de Catulé Júnior (PSB), Paulo Marinho Júnior (PL), Daniel Barros (PDT) e Adelmo Soares (PSB); enquanto da situação emerge apenas o nome do jovem engenheiro Gentil Neto, e não se sabe ainda qual será a participação do empresário Ironaldo Alencar, que, para muitos, tem o aval da família Coutinho, e mesmo do presidente da Câmara Municipal, vereador Ricardo Rodrigues (PT), que, ao largo de tudo, visitou Brasília (DF) no final de junho passado, buscando ajudar Caxias, através de um maior estreitamento de contato com figuras emblemáticas do seu partido e de assessores do governo do presidente Lula (PT).
Enfim, a semana fechou com um desfecho desfavorável para o ex-presidente Jair Bolsonaro, com o pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tornando inelegível por cinco votos contra dois a qualquer cargo eletivo até o ano 2030. Colunistas dos mais importantes meios de comunicação do Centro, Sudeste e Sul do país analisam que ele cumprirá um destino semelhante ao do ex-presidente Fernando Collor, após ser condenado a inelegibilidade por oito anos pelo TSE.
E as frases que emanam de lá vão nas seguintes expectativas: “O futuro político se tornará cada vez mais difícil. Bolsonaro não é o Lula. Lula tem espírito e formação diferente, que é estar voltado mais a um certo cuidado da coisa pública, coisa que Bolsonaro não tem"; “Para Lula, o momento de prisão foi o momento que ele parou para se preparar e resistir. Bolsonaro já avisou que não vai ficar preso"; “Se ocorrer a prisão de Bolsonaro, o capital político dele se esvai. Não adianta"; “Os sucessores de Bolsonaro tenderão a fazer sombra à própria imagem de Bolsonaro. Hoje, é um arco do início do fim do Bolsonaro"; “Bolsonaro vai ter, daqui para frente, um trajeto muito semelhante ao do Collor: esvaindo até sumir da cena política do país".
Terríveis essas projeções. Mas pior para ele já é saber que um cogitado projeto de emenda constitucional (PEC) de anistia, da parte de seus correligionários, vai nascer natimorto, por ser inconstitucional, até porque acabaria com a legislação de inelegibilidade no Brasil.
Ademais, a tal PEC pode até passar no Congresso, mas não será sancionada pelo presidente Lula e nem endossada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo porque a grande maioria dos juízes da corte mais alta do país admitem que ele ainda será responsabilizado por mais crimes, além do fato de ter desmoralizado as instituições brasileiras junto a embaixadores estrangeiros.
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