Quem torceu contra se deu mal, porque está no cenário da avenida Otávio Passos o majestoso Shopping dos Camelôs de Caxias. E não adianta insistir que não vai dar certo; dizer que ninguém irá para os andares mais altos poque a subida é difícil. Se antecipando a isso, a Prefeitura já decidiu que lá em cima irão funcionar alguns programas sociais da gestão em regime permanente, exatamente aqueles que concorrem mais para a presença constante de pessoas, tipo Bolsa Família, Benefício da Prestação Continuada, emissão de documentos, etc. E levadas de elevador, claro, porque ninguém é de ferro e os mais velhos, com certeza, vencido o medo das alturas, irão agradecer pela comodidade, que só não é inédita porque a Câmara Municipal foi quem primeiro introduziu, ano passado, esse tipo de locomoção no serviço público local.
A inauguração, agendada para o próximo sábado (06), será portentosa, com a presença do governador Carlos Brandão (PSB), do vice-governador Felipe Camarão (PT) e talvez uma penca de deputados estaduais que permanecerão na cidade, após o evento da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) Itinerante que ocorrerá na tarde de sexta-feira na sede do legislativo caxiense. O prefeito Fábio Gentil (Republicanos), como cuidadoso anfitrião, certamente já tem estratégia pronta para segurar essa turma e garantir mais brilho na grande festa cívica que marcará o evento. Afinal de contas, não é todo dia que se inaugura uma obra como essa, que consumiu cerca de seis milhões de reais, gestada por aproximadamente sete anos, e custeada totalmente com recursos próprios da cidade.
Antenado com a situação, o legislativo local logo cuidou de espantar qualquer tentativa de reocupação da área central da cidade. Na última quarta-feira (26), o vereador Professor Chiquinho nem precisou elaborar uma lei proibindo a presença de camelôs na área central da Caxias, poluída visualmente nos últimos anos. Bastou colocar um sexto parágrafo no artigo 54 do Código de Postura do Município (Lei Municipal 3.210/2016), aprovado por unanimidade pelos pares, e está vedada, a partir da inauguração do shopping, a ocupação de ambulantes no Calçadão da rua Afonso Cunha, na praça Cândido Mendes (Matriz), na praça Gonçalves Dias e em todas ruas e travessas do entorno desses logradouros públicos.
A prefeitura vai aproveitar o embalo para revitalizar todos esses locais e há intenção, inclusive, de colocar uma cobertura e climatizar o Calçadão da Afonso Cunha, o que sem dúvida seria um alento revigorante para clientes, lojistas ou simplesmente às pessoas que passearem por lá.
Acho que a torcida do leitor, da leitora, é para essa revitalização do centro da cidade também se estender ao complexo do Centro de Cultura de Caxias, situado na praça do Pantheon Caxiense, bem como a todas as vias centrais, que se acham um pouco deterioradas.
Os camelôs certamente demorarão um pouco a se acostumar com o seu novo pouso de trabalho. A população também. Mas esses temores logo serão esquecidos. Aconteceu o mesmo em Teresina (PI), e lá hoje dá gosto ir às compras no Shopping do Cidadão Teresinense e no centro da capital mafrense.
Nosso belo shopping popular, cujo nome oficial foi cedido ao saudoso deputado José Gentil Rosa, ele um dos grandes incentivadores da obra, contudo, não é um empreendimento pioneiro em Caxias. Quem viveu o final dos anos 1960 e os primeiros anos dos anos 1970 se lembra que o saudoso ex-prefeito Aluízio Lobo fez construir um grande galpão para acomodar os camelôs que comerciavam fora do prédio do antigo Mercado Central, onde hoje está o Paço da Cidade. Mas falar disso, agora, é outra história. Fica para depois.
PUBLICIDADE