Nesta sexta-feira (07), denominada “Sexta-feira Santa”, feriado nacional, dando sequência ao que a igreja católica realiza todos os anos, estamos em pleno andamento do tríduo pascal, dentro do qual os fiéis se penitenciam e lembrarão, até domingo, a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, aquele que esteve entre nós há cerca de dois mil anos, não foi bem compreendido pelos judeus, o povo eleito de Deus, segundo o antigo testamento, mas que mudou para sempre a história da humanidade, ensinando-nos que a grande vitória do homem não é ser o ser mais forte e bruto, mas aquele que respeita e valoriza o meio em que vive, se harmoniza com a natureza, e se comporta de modo indulgente e caridoso com seus semelhantes.
Jesus, o único profeta que teve a coragem de assumir ser filho de Deus, aquele que não foi simplesmente gerado, mas sempre foi desde toda a eternidade, revelando-nos que o seu reino não era desse mundo, com certeza está perplexo ao assistir do alto do seu poder os absurdos que continuam a ser praticados no planeta Terra, após nos ter legado tanta riqueza espiritual, ou melhor, a melhor maneira de nos conduzirmos para a glória eterna, já que a morte é um fenômeno que nenhum de nós tem a capacidade de evitar e algo deve restar da passagem de cada um nesta vida, considerando-se que no universo nada desaparece, mas tudo se transforma e renasce de outra forma.
Assim, reeditando o mesmo modus operandi de Adolf Hitler iniciado em 1º de setembro de 1939, na Polônia, que lançou a humanidade na sombria e macabra segunda guerra mundial, vivenciamos agora o líder da Rússia Vladimir Putin estraçalhar no espaço de um ano a vizinha Ucrânia, só porque a maioria do povo desse país não aceita ser marionete de Moscou.
Na África e na Ásia, populações são massacradas por guerras e doenças em razão de uma desigualdade social e econômica que é aviltante, se levarmos a questão para o lado humanitário; em um pais pleno de riquezas como o Brasil, assiste-se à manutenção do insidioso modelo de manter empobrecida a maioria da população para que poucos usufruam uma vida de vergonhosa ostentação, como é o caso, por exemplo, dos acionistas da nossa Petrobrás, enquanto outros se humilham em enormes filas para ganhar um peixe, uma cesta básica, ou estão mesmo indo aos depósitos de lixo à procura de sobras de comida para continuarem a sobreviver, como observei no início da manhã de hoje, nas cercanias do Mercado Central de Caxias.
Esses e outros exemplos de triste memória continuam a chegar até nós, como testemunhas visuais ou através dos meios de comunicação e redes sociais, a todo o momento. Virou moda no país o hediondo crime de feminicídio, os ladrões que assaltam, furtam ou roubam os pertences de outrem sem a menor cerimônia e com crueldade, e agora, nos últimos dias, o pior: desajustados ou psicopatas invadindo escolas e até creches, para ceifar a vida de professoras, adolescentes e até de criancinhas, como ocorreu nesta semana na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, onde quatro anjos inocentes perderam a vida sob machadadas do assassino que, ao se entregar depois na polícia, ainda teve o despautério de informar que o seu objetivo era matar 30 crianças que estudavam na creche.
Se atentarmos bem, chegaremos à conclusão que, passados dois mil anos do nascimento e morte de Jesus, o homem ainda engatinha em engrandecimento aos olhos de Deus e certamente o constrange perante outros filhos mais evoluídos que com certeza ele tem espalhados pelo universo. No Oriente Médio, na Ásia, na África, na Europa, que são regiões de civilização mais antiga, já aconteceu tudo de ruim, servindo de modelo a que os habitantes das Américas, o novo mundo, não repetissem as desventuras do passado.
No entanto, mesmo sendo bafejados pela tecnologia mais sofisticada e vendo o conhecimento se expandir a todo o momento, sobretudo através da internet, ainda há pessoas que hoje prezam o mesmo entendimento do famigerado rei Herodes, que não titubeou em mandar matar todos os recém nascidos masculinos, para evitar que Cristo viesse a ser proclamado Rei dos Judeus, conforme as escrituras do antigo testamento.
Resta claro que a Semana Santa é um evento de elevado cunho religioso voltado sempre para o bem, um período que Deus, em sua bondade e misericórdia, continua obstinadamente colocando na cabeça das pessoas, todos os anos, na esperança que possamos melhorar e crescer a seus olhos, que é exatamente o que para ele importa.
E, olhando por esse ângulo, nós bem que poderíamos fazer de cada semana um período realmente santo, de sorte a debelarmos as muitas mazelas que estão presentes diariamente nos lares brasileiros; e rezar também para esta Semana Santa servir a uma reflexão maior sobre a existência de cada um, e não apenas seja mais um período de festa comemorativa como as muitas que os caxienses vivem a comemorar no decorrer de cada ano.
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