Nas redes sociais e em alguns blogs seleto grupo de pessoas se manifestou contra a viagem do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), da deputada estadual Daniella (PSB), da deputada federal Amanda Gentil (PP), e do presidente da Câmara Municipal, vereador Ricardo Rodrigues (PT), e mais 10 colegas da casa, a Brasília (DF), durante a semana, para participarem da 24ª Marcha dos Prefeitos em Defesa dos Municípios, evento bancado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com o objetivo de pressionar o governo federal a ser mais sensível às demandas municipais, principalmente no tocante à liberação de recursos para que sejam tocados programas essenciais e obras vitais para a população.

Para essa gente, o prefeito e as deputadas estarem na capital federal podia até fazer sentido, mas os vereadores não, esses tinham que continuar presentes dentro do poder legislativo local, a fim de manterem vivo o estado de beligerância que está instalado entre edis de oposição ou um ou outro descontente por algum motivo com a gestão, proporcionando à cidade o espetáculo triste e reprovável de cerca de duas semanas atrás. É uma circunstância incrível, mas nessas duas primeiras décadas do século 21 ainda se vê e ouve falar, mesmo com as dificuldades de todos os matizes agravada pela grande desigualdade social no Brasil, de pessoas que se comprazem em alardear a miséria dos outros e mesmo torcer contra para nada dar certo em termos de melhorias e benefícios para nosso sofrido povo.

Ora, melhor do que brigar, ou defender certas situações pontuais que poderiam estar resolvidas se houvesse lastro de recursos para tal fim, os 11 vereadores que se atrelaram à comitiva do prefeito foram a Brasília para estreitar relacionamentos, conversar com colegas de outros rincões do país, alguns talvez oferecendo-lhes modelos que deram certo em suas regiões, e receber orientações capazes de embasar projetos que Caxias precisa desenvolver para melhorar-se como cidade e beneficiar sua população com uma expectativa maior de geração de novos empregos no mercado de trabalho, fator crucial, nesse momento, no município.

No périplo que fizeram na capital da República, foram bem registrados os encontros das autoridades caxienses no Ministério das Cidades, sendo recebidas pelo maranhense Hildo Rocha, o secretário executivo que tem o poder de canalizar investimentos para todo tipo de demanda que esteja afeta às urbes brasileiras; no Ministério da Educação, travando contato direto com o ministro Camilo Santana, ele que é o grande responsável pelo quadro da educação pública cearense figurar, talvez, como a melhor do país; e abrir espaço no gabinete da senadora maranhense Ana Lobato (PSB), primeira vice-líder de sua bancada no Congresso Nacional, exatamente porque é uma mulher empoderada, assim como também o são as representantes caxienses na Assembleia Legislativa Estadual e na Câmara dos Deputados, reforçando um clima maior de entendimento e de interesses que já tinham em suas andanças buscando coisas para a gente do Maranhão, uma vez que é inegável que, como mulheres modernas, possam se sentir alheias ou insensíveis às mazelas que por aqui estão em todo lugar.

Claro que o Município de Caxias continua cheio de problemas e a cidade vê surgir a toda hora uma nova comunidade dentro do seu perímetro urbano, situação que eleva mais as despesas com os serviços que a municipalidade tem a obrigação de proporcionar aos munícipes. Na zona rural, os investimentos em monocultura pelo agronegócio começam a revelar os perigos aos quais muitas importantes nascentes estão sujeitas pela ação de desmatamentos descontrolados, isso sem falar em conflitos agrários dentro de comunidades de tradições centenárias.

Por outro lado, a questão da segurança pública é outro problema que fica mais extenso com o crescimento da densidade demográfica na cidade. Batendo à porta das residências estão os marginais que roubam, assaltam ou furtam, fazendo cruzada com os traficantes de drogas que andam pelas vias e praças públicas, agora até pelas comunidades rurais, se utilizando de todo tipo de expedientes para afastar aqueles que julgam que podem lhes fazer frente e atrapalhar seus sinistros e funestos objetivos, que é ganhar muito dinheiro e inutilizar as pessoas, principalmente os jovens que se deixam levar por substâncias viciantes.

Óbvio que um atendimento público que não esteja funcionando bem, a prestação de um serviço que não esteja a contento, a fragilidade exposta de um ou outro órgão público não possa ser evitada, porque essa é uma das funções da vereança. Mas, daí a criticar os que viajaram porque foram em busca de outras saídas para a cidade, isso dá a entender que tais reclamações não passam de inveja de quem se encontra alijado do poder, mesmo porque é necessário ter em mente que cada vereador tem a obrigação também de dividir a sua atuação de fiscalizar os atos da prefeitura, do estado e até do governo federal, no município, com os atos de legislar e oferecer projetos e indicações que possam depois ser portas de entradas a investimentos em Caxias.

Outra coisa. Devemos dar graças à Deus por nosso município não estar sofrendo os efeitos das fortes chuvas que estão caindo em nossa região, pois há cidades no estado e por todo o país que vivenciam estado de calamidade e grandes prejuízos, enquanto nós ainda podemos correr atrás de benefícios que a aliança política do poder municipal pode nos proporcionar. E, neste mister, destaque-se a participação do Partido dos Trabalhadores (PT), em Caxias e no Maranhão, em favorecer um melhor acesso para Caxias no Governo Federal comandado por um presidente da República do PT, o senhor Luís Inácio Lula da Silva, que, por sinal, recebeu mais de 70% dos votos válidos dos caxienses na última eleição.

Nessa viagem a Brasília foram plantadas sementes e, agora, ficaremos à espera dos frutos. Do governo estadual esperamos, além de programas e serviços que já estão em andamento, as ajudas prometidas para recuperação das estradas vicinais e a recuperação da pavimentação da cidade.  E, mais esperançosos, constatar que já funciona o programa de consultas médicas nas emergências do Hospital Geral do Município, reunindo TeleNordeste e Lean (nova ferramenta de gestão para a entrega de valor e a otimização de processos de trabalho, médico, no caso), envolvendo 12 especialistas via internet; assim como a implantação do Aterro Sanitário de Caxias, cuja comissão de acompanhamento, composta por representantes do poder público, OAB, sociedade civil organizada e Agência Municipal Reguladora dos Serviços Públicos de resíduos Sólidos, já acompanha todas as etapas que serão executadas pela empresa Quebec Construções e Tecnologia Ambiental, a ganhadora da licitação para fazer a obra. 

O leitor pode até não concordar, mas é a primeira vez que um prefeito de Caxias tem dentro da sua casa a companheira e a filha agindo na vida política do município. Uma o apoia no cenário estadual, e outra, no federal, e com o apoio também da maioria e da liderança do parlamento municipal, indiscutivelmente, as pessoas gostando ou não, têm que aceitar que estão diante de um adversário, no mínimo, formidável, de ser combatido nas próximas eleições municipais.