Caxias-MA 23/11/2024 23:57

PUBLICIDADE

Responsive image

Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Hora de correr atrás


Tudo bem, com o fato de alguns vereadores estarem incomodados com o baixo número de sessões na Câmara Municipal de Caxias. Afinal de contas, o legislativo existe mesmo é para fazer leis que regulem e melhorem a vida da sociedade, assim como colocar em evidência demandas que fluem da população, levando-as até ao poder executivo, que é quem tem realmente o poder de realizar, materializar as coisas no município.

Como agentes em permanente contato com a população, são os vereadores os termômetros que aferem o andamento dos humores da cidadania no município. Os que estão na situação, ou melhor, os que integram a base de apoio do governo que ajudaram a eleger, têm mais facilidade de encaminhar as reivindicações populares. Já os que estão na oposição, porque não são recebidos em palácio ou não têm seus requerimentos atendidos, botam a boca no trombone denunciando tudo que provenha ou entendam ser leniência por parte do governo, e isso sintetiza o que acontece mesmo dentro do processo democrático na cidade de Caxias.

Nesse início da 3ª sessão legislativa da 19ª legislatura na CMC, os dois vereadores oposicionistas têm assumido posições de destaque diante da bancada de 17 parlamentares da situação, porque o governo obviamente tem falhado em atender certas demandas do povo. Mas tem gente da base de sustentação também que não fala abertamente contra, mas nas coxias reverbera suas preocupações com certas situações desconfortáveis em que se encontra, sobretudo ao assistir outros colegas do bloco sendo frequentemente contemplados com benesses na gestão municipal. 

Além do ciúme justificado, esses parlamentares sabem que os mimos os enfraquecem nas suas bases eleitorais, abrindo espaço para que sejam desalojados pelos escolhidos e eventuais novos postulantes apoiados pela gestão quando sobrevier a eleição de 2024. Enquanto isso, com muitos anos de vida parlamentar, o prefeito municipal vai controlando subliminarmente a conjuntura. Ele não pode segurar a língua de quem lhe faz oposição, mas, com certeza, freia os arroubos dos que lhe são fiéis ou devem favores.

Olhando as coisas sob o prisma do povo, vê-se que é um cenário que não agrada à comunidade caxiense, cuja maioria é constituída de gente que trabalha para sobreviver e não tem salário fixo que lhe garanta moradia própria e uma boa cesta básica para alimentar a família. 

Aos caxienses, interessa tudo o que diga respeito a mais oferta de empregos no mercado de trabalho, até porque a prefeitura, maior fonte empregadora no município, por força de lei,  não pode mais continuar fazendo contratações temporárias de servidores sob o ritmo de quem está sentado na poltrona principal do paço da cidade. Então, a hora, percebe-se, é da classe política deixar as polêmicas partidárias e políticas de lado e se lançar em busca de investimentos que possam melhorar a vida dos caxienses. 

A continuar desse jeito, luta de refregas por picuinhas, o que se pressente é Caxias seguir caminhando para o limbo do ostracismo, agora como nunca sendo esquecida como a cidade do já teve, pois, se já não tínhamos o parque industrial do passado, os modelos de comércio que dominavam a região, as edificações perdidas do patrimônio histórico, também, sejamos sensatos, as personalidades políticas de peso são um arremedo do que foram, tanto na assembleia do Estado quanto no Congresso Nacional.

Nossa esperança é que nossos políticos, até por uma questão de sobrevivência, já tenham percebido isso. Aguardamos, por exemplo, boas notícias do grupo de edis que esteve na última grande reunião municipalista em São Luís, ocorrida no início da semana sob o patrocínio da FAMEM (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão) e do Governo do Estado. 

Há muito está no ar a expectativa de que a cidade precisa urgentemente de investidores, um conglomerado que nos traga um porto seco, por exemplo, ou captadores de recursos provenientes de organizações não governamentais que voltaram a investir no país. 

Precisamos duplicar nosso trecho da Br-316, assim como recuperar a bacia hídrica do município ameaçada pela invasão do agronegócio; retomar a balneabilidade e a potabilidade da água do riacho Ponte e de outros córregos na zona rural, que incrementariam mais o turismo, gerando renda e emprego à nossa população; além de investir mais em obras de saneamento, aquelas que não dão voto porque não são vistas, para diminuir a incidência de doenças na cidade, economizando-se preciosas receitas para a expansão dos serviços de saúde pública.

Esses cuidados certamente colocariam a cidade como verdadeira vitrine no leste do Maranhão. E, convém não esquecer, aos mais preparados e ditosos da sorte cabe a responsabilidade de sustentar os menos beneficiados. É o tipo de coisa que não se faz apenas oferecendo esmolas, mas criando os meios para as pessoas se sustentarem e progredirem. É uma diretriz que está consolidada no corolário de leis que Deus legou a toda humanidade. 

Sentindo que a hora é propícia, surpreendendo pela iniciativa, as secretárias Ana Lúcia Ximenes (Assistência e Desenvolvimento Social) e Luciana Soares (Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio) desembarcaram em Brasília (DF), nesta semana, para um périplo nos ministérios federais, em busca de recursos de programas de suas pastas que, por algum motivo, deixaram vir para o município.

No final deste mês de março, porém, está prevista uma grande caminhada municipalista na capital federal, onde a questão de ordem de seus representantes será reivindicar o fortalecimento dos municípios brasileiros, junto ao governo da República e ao Congresso Nacional. Que nossos prepostos, portanto, estejam lá, pois nunca o momento foi tão favorável a que corramos atrás do que Caxias está precisando com urgência.                                                                                 


Comentários


Colunas anteriores

Para ler e refletir sobre o momento que vivemos

A lucidez de um articulista do UOL/Folha de São Paulo, Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP, me fez parar e refletir sobre o atual momento que estamos vivendo no mundo. Realmente precisamos entender o que está acontecendo com as pessoas para enxergar os novos caminhos a serem trilhados. Sim, novos caminhos, porque a humanidade se sente sobrecarregada de tantos problemas que é necessário buscar rumos mais seguros para o desenvolvimento...
Continuar lendo
Data:18/11/2024 16:05

Gestão procura recuperar tempo perdido

Surpreendente a atitude do prefeito Fábio Gentil nesse apagar das luzes da sua gestão. O homem, depois da eleição em que elegeu o sobrinho Gentil Neto (PP), deslanchou a trabalhar pela cidade. Menos mal, se levarmos em conta que os caxienses só têm a ganhar com isso. Entretanto, há muita coisa que deixou de ser feita nos últimos oito anos. Agora, pode haver até determinação para equacionar as coisas, mas dificilmente...
Continuar lendo
Data:11/11/2024 15:22

Sob o mormaço do br-ó-bró

Na semana que passou o destaque foi o forte calor, na casa de 40 graus, que tem assolado Caxias. Para refresco dos caxienses que visitaram os cemitérios da cidade, a providência divina colaborou no Dia de Finados com uma manhã nublada que não trouxe um aguardado período de chuvas, mas aliviou o mormaço que tem sido frequente nos últimos três meses. Por conta dos problemas climáticos que estão afetando o mundo, à essa...
Continuar lendo
Data:04/11/2024 15:24

PUBLICIDADE

Responsive image
© Copyright 2007-2019 Noca -
O portal da credibilidade
Este site é protegido pelo reCAPTCHA e pelo Google:
A Política de Privacidade e Termos de serviço são aplicados.
Criado por: Desenvolvido por:
Criado por: Desenvolvido por: