Ao longo da semana que passou, o sindicato dos servidores e professores de Caxias voltou a fazer plantão em frente ao Paço Municipal, à praça Dias Carneiro, mais conhecida como praça do Panteon, pedindo o imediato pagamento de um abono salarial para a categoria que é destinado anualmente pelo FUNDEB sempre no início de cada ano letivo.
Os professores, que acusam o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) de fazer política com essa verba, não querem receber o tal abono de forma parcelada, como ocorreu ano passado, mas sim imediatamente, de sorte que o dinheiro extra contribua para poderem equilibrar suas vidas financeiras; entendem que se o recurso já entrou no caixa da prefeitura de Caxias, não há porque segurá-lo para uma distribuição a conta-gotas, como tem acontecido, muito embora no ano passado tenham chegado a receber até 14º, 15º, 16º e 17º salário, benefícios que contemplaram também diretores de escolas, vigias e zeladores. Quer dizer, seguem reclamando, mas até agora ninguém ficou sem receber os tais abonos do FUNDEB.
Ocorre que se no âmbito do município as coisas estão nesse patamar, situação vexatória está acontecendo na rede estadual de ensino, onde vigias, zeladores e merendeiras estão comendo o pão que o diabo amassou, simplesmente porque a empresa que o governo estadual contratou para gerenciar a prestação do serviço não lhes paga salário há três meses, dentro de uma rotina de trabalho de 40 horas por semana e sem direito a fazerem qualquer reclamação, sob pena de demissão sumária.
Humilhados e abatidos, muitos, levados pelo desespero de não poderem pagar suas contas e mesmo não ter dinheiro para alimentar as famílias, já começaram a se manifestar anonimamente nas redes sociais, na esperança de que seus reclames cheguem a São Luís, à consideração do governador Carlos Brandão (PSB), que certamente não está sendo bem informado do que está acontecendo com esses trabalhadores em sua gestão.
A opção de terceirizar serviços, por parte do governo do estado, talvez não venha sendo cumprida em sua total fidelidade, porque o que se sabe é que o mesmo já está acontecendo também no sistema estadual de saúde, atingindo o Hospital Macrorregional Dr. Everaldo Aragão, sediado em Caxias, além do Restaurante Popular Deputado Zé Gentil, que pode ter suas atividades paralisadas a qualquer momento por falta de pagamento a seus funcionários.
Acrescente-se a esses fatos a situação de algumas escolas estaduais de Caxias cujas reformas iniciaram e agora estão paralisadas, mais o atraso do pagamento de aluguéis dos prédios que estão abrigando estudantes, professores e pessoal, e é possível dimensionar o nível da crise que se estabeleceu nas coisas do Governo do Maranhão em nosso município, sobre as quais, evidentemente, o governador não tem real conhecimento, uma vez que essas discrepâncias estão ferindo o seu modelo de gestão.
No mais, enquanto as festas pré-carnavalescas ainda estão sendo preparadas por toda a cidade, cercado de grande expectativa é o retorno das atividades do legislativo municipal na semana que vem, agora sob a batuta do novo presidente da Câmara Municipal, o vereador Ricardo Rodrigues de Matos (PT).
Afinal, entreveros dentro da própria bancada governista no período do recesso parlamentar deixaram atônitos os analistas de plantão, que esperam agora assistir o nível dos discursos da vereança para saberem se o clima na casa é de paz ou se já chegou a época de vaca desconhecer bezerro, como costuma frisar o vereador Catulé (Republicanos), decano da CMC.
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