É o cúmulo do absurdo, mas é isso mesmo que está acontecendo em Caxias: nosso sistema de segurança está pedindo socorro ao poder público municipal. Não é caso de faltarem policiais militares, policiais civis, estes em número bem menor do que os primeiros, evidentemente, ou guardas municipais. Reconhecemos que os comandos dessas forças até que se esforçam para realizar um bom trabalho no município. Contudo, o que lhes faltam é suporte tecnológico, pois a cidade cresceu bastante nos últimos anos e, para fazer frente a esse fato, recebeu um moderno sistema visual de vigilância que, no entanto, pasme o leitor, simplesmente não está funcionando porque não recebe apropriada manutenção.
Não é de admirar, portanto, que todos os dias o noticiário policial registre ações de marginais roubando comércios, residências, prédios públicos, ou mesmo assaltando descaradamente nossos munícipes pelos quatro cantos da cidade. Em muitos casos, quando há tempo hábil, a polícia até reage e prende quem comete tais delitos. Entretanto, é impossível para os policiais trabalharem cobrindo nada menos do que 35 bairros caxienses ao mesmo tempo, sem o apoio de uma rede de vigilância que os levem a enxergar mais rápido onde estão ocorrendo delitos pela cidade. E, assim, está muito difícil fazer a segurança da cidade, e não é por acaso que os boletins de ocorrência se avolumam nas delegacias policiais.
Impressiona a constatação de até onde pode ir a responsabilidade civil do poder público em relação à garantia de segurança aos cidadãos, ao meio ambiente, ao comércio, ao patrimônio público, à saúde pública, à educação pública, à fiscalização do trânsito nas vias públicas. Num ou noutro quesito, até é possível afirmar que as coisas vão mais ou menos bem. Mas se o foco baixar sobre a fiscalização na área comercial, aos veículos em circulação pela cidade, por exemplo, a certeza é a de que as ruas de Caxias mais se parecem com as vias de muitas cidades da Índia, que são uma espécie de modelo sem igual em termos de bagunça.
No intuito de se prevenirem contra invasões em seus estabelecimentos, muitos comerciantes decidiram investir em sistemas próprios de vigilância, que se restringem a alarmar a ação de meliantes e a registrar as imagens do fato, oferecendo alguma oportunidade para a polícia poder agir mais tarde quando das diligências com o objetivo de capturar esses marginais. Difícil, no entanto, é impedir que o fato aconteça, o que seria possível somente através da vigilância visual das ruas e dos logradouros públicos. Não é de admirar, por exemplo, que as praças estejam servindo também como pontos de revenda de drogas pelos bairros caxienses.
Outro fato interessante é assistir como muitos condutores de veículos circulam por Caxias, principalmente usuários de moto, que não respeitam a legislação de trânsito numa cidade abarrotada de veículos. Os sinais de trânsito a toda hora são furados, assustando e roubando o tempo dos condutores que vêm em sentido contrário. Também não há o menor respeito ao sentido das mãos das ruas e avenidas, pois sempre tem um condutor inesperadamente se julgando no direito de fazer uso da via do jeito que lhe agradar. Em vista disso, alguns têm sorte de sair de certas situações de acidente apenas com pequenas escoriações e algum prejuízo material. E tudo acontecendo porque o poder público caxiense está totalmente inoperante em relação a isso.
Só para demonstrar em que nível de leniência as coisas estão, basta passear pelo calçadão central recuperado da avenida Santos Dumont, no bairro Seriema. O logradouro acabou de receber novo piso de concreto intertravado, mas já está ocupado por vendedores de frutas que até montaram tendas fixas ao longo da sua extensão. Quer dizer, a finalidade de se constituir em passeio público comum a todos, se transformou em ganha pão para poucos, prejudicando, evidentemente, toda uma população que é muito carente de boas calçadas para caminhar em Caxias.
Durante a semana, louvável a ação de saúde proporcionada pela Câmara Municipal de Caxias, estendendo o seu programa de palestras no contexto da Campanha Novembro Azul, de prevenção à saúde do homem, a um mutirão da visão gratuito que ocorreu de quinta (17) à sexta-feira, realizando triagem para consultas e exames gratuitos de acuidade visual e refração computadorizada. E, além disso, retomando o trabalho do seu Ponto de Cidadania, de segunda à sexta-feira (8 às 12h e das 14 às 17h) através do qual a população, gratuitamente, pode emitir carteira de trabalho, 1ª e 2ª via de CPF, 2ª via do Cartão SUS, guia para pagamento de multa eleitoral, e resolver outros assuntos ligados a título de eleitor.
Importante lembrar, como diz o vereador Catulé (Republicanos), o seu parlamentar mais longevo, que a Câmara Municipal é a caixa de ressonância do povo e, como tal, tem evidenciado e debatido muita coisa que anda errada em Caxias. Entretanto, o poder legislativo, embora tenha força de fiscalizar e fazer leis, apenas pode orientar atribuições são permitidas estritamente ao poder executivo, que é administrar a cidade e realizar obras. Quando muito, continua insistindo em favor das reivindicações da população e abrindo suas portas à comunidade, como tem feito o seu presidente na atual legislatura, o vereador Teódulo Aragão (Republicanos).
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