Uma parte de mim é alegria genuína.
Faz marolas como se não tivesse responsabilidade logo ao rair do dia.
Tem paz, graça e encantaria.
Ao cheiro de terra molhada pela chuva, ela inebria.
Essa parte não compara a dor de um joelho ralado com a dor de um coração ferido.
Sabe bem que toda dor é sobre sentir, sentimento, genuína e legítima.
E, aprendeu a sempre levantar depois do tombo. Rir depois de desenganos. Caçar novos ares, solos e arco-íris.
Ela dança feito louca no meio do baile das tragédias.
Canta sem se preocupar com o tom dos julgamentos.
E conversa desnecessitada da obrigatoriedade de sempre agradar.
Por vezes, e quase sempre, o mundo adulto não entende essa parte que em mim, me tem, retém.
Não dá outra: ela vai agredida, difamada, vilipendiada.
No fundo, eu sei, são todos invejosos, que se tivessem coragem bem poderiam rezar em outra cartilha.
Mas, há um preço alto a pagar!
O que esquecem é que (bobinhos) crianças não se preocupam com preço.
Crianças em um estalo, uma bola no campo, uma boneca na mão, uma pipa no ar, uma peteca ao chão, um mergulho no riacho, um game no talo, em tudo, tudo, tudo, só querem brincar.
Certamente, hoje brinco muito mais que antes. É que a criança que fui, não foi, ela ainda é, ela ainda está, e diga-se de passagem, na sua melhor versão: vivendo pra quem deve viver - eu mesmo!
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