Sempre me causou estranheza aquele trecho de ‘Wave’ que sentencia: “é impossível ser feliz sozinho!”
Considero uma anedota infeliz, pois até gêmeos nascem cada um na solidão de sua vez.
Nunca entendi o porquê de detonar, assim, a ideia de solidão. Se tem gente que mesmo "acompanhada" é mais solitária do que outras que caminham sozinhas.
Ainda mais eu, cuja vida de filho único me ensinou, já nos primeiros dias de infância, a brincar e a ser a minha própria e melhor brincadeira.
Eu, que logo cedo percebi que sou um todo, sou completo e que me basto. E que é em mim, por mim e pra mim que devo perseguir a ideia da felicidade.
"Isso cheira a egoísmo", dizem!
Prefiro dizer que é uma blindagem! Pois não é segredo que a vida, em seu tagalomango, não cansa de retirar pessoas de nosso convívio e também nos retirar do convívio delas.
Nada mais justo, então, do que se blindar com doces e extravagantes doses de autoamor, autocuidado e aprender a gostar de nossa própria companhia.
Estar acompanhado é lindo: quando se tem alguém que soma, é cúmplice e que trabalha em minimizar defeitos que tanto fazem mal a si, ao cônjuge e a própria relação.
Estar acompanhado é espinhoso, pesado e adoece: quando somos exigidos por tudo, quando nunca agradamos, quando o outro exerce extremo protecionismo, é tóxico, cerceia nossas amizades, nos minimiza e tenta nos transformar a seu bel prazer.
A regra é clara: não se namora só! Enamora-se de alguém e se esse alguém não fizer sua parte, não adianta você fazer a sua, sozinho, nem viver cobrando o outro para que faça a dele.
É lindo estar-se sozinho. É gostoso gozar dessa liberdade de fazer o que se quer, quando bem quiser. É essencial ter momentos de autocontemplação, o que de tão bom chega a ser viciante.
É lindo amar quem lhe ama. É gostoso gozar dessa liberdade de fazer programas que ambos gostem. É essencial ter momentos de autocontemplação na relação, o que de tão bom chega a ser viciante.
Nisso tudo tem felicidade!
Tem felicidade mesmo na solidão!
De certo, é que sozinho ou acompanhado, não é válido viver infeliz; isso, de gosto contrário a vida, é vegetar, fenecer, morrer!
PUBLICIDADE