Há uma parte de mim que coleciona, outra que - sem 'mea culpa' - descarta.
Há uma parte de mim que cativa elogios, outra que diz: "Bobagem! Você não é melhor que ninguém! Você não tem a fórmula da eternidade humana; fizestes apenas o que deveria ser feito!"
Há uma parte de mim que acredita em ações, outra que aprendeu a duvidar e passou a necessitar que nas ações fossem inseridas provações.
Há uma parte de mim que brinda, outra que se quebra. Uma parte louca e oculta, outra sana e pura.
Há uma parte de mim que fala, outra que cala. Uma que canta, outra que sussurra.
Há uma parte em mim que luta, outra que desgasta, mas que prefere gastar-se até o fim do que acomodada ficar na apatia de ser mais um do mesmo.
Há uma parte de mim que lê Drummond, Clarice, Gonçalves, Pessoa, Cecília, outra que lê Lya. Uma parte que escuta Ana Carolina, Caetano, Bethânia, Roberta Sá e Marisa. Uma parte que troca tudo isso para ter Celine trinando nos tímpanos e no coração.
Há uma parte de mim exagerada, a outra, exagerada também. Há uma parte de mim que tal Oswaldo, é Amor, a outra Amor também.
Há uma parte de mim que já partiu mesmo querendo ficar e que, não bem resolvida, por isso, partiu corações sem êxitar.
Há uma parte de mim que mesmo partida e sangrando, respira e conta até cinco, conversa com Deus, põe um riso no rosto e diz pra si: "Levanta! Ergue a cabeça! Hoje é um novo dia! Tens uma nova oportunidade para escrever a tua história!"
E as duas partes levantam e andam.
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