É o pobre que se identifica como de Direita, defende e idolatra seu político-algoz.
É o negro racista que se auto-intitula "moreno" e que condena outros por andar de black power, usar roupa amarela e batom vermelho.
É a mulher machista que acha correto o homem ser sempre considerado destaque e o que "tudo pode" da sociedade, e seu gênero, mero coadjuvante;
é a aquela que chama de "mi-mi-mi" a luta feminista e que julga roupas, corpos e modo de vida de outras mulheres.
É o Lgbtqia+ que segrega padrões, preconceitiza partícipes da classe e não contente ainda sai à berrar, que na verdade são eles anormais, que a Bíblia está certa em condenar tal condição, e o certo é que todos sejam suportavelmente "discretos" e não "pintosas".
É o trabalhador que se sente honrado pelo título de "Funcionário Modelo", "Funcionário do Mês", "Funcionário do Ano", e não se indigna com o pouco que ele vale no jogo da mais-valia; nem apercebe que tanta dedicação "escravista" à empresa em que trabalha, além dos titulos "honrosos" lhe fizeram adquirir tipos variados de doenças, começando do já diário desgaste físico e mental.
É o católico que minimiza os males históricos e contemporâneos feitos pelos humanos senhores da Igreja de Pedro.
É o evangélico que dá a casa, o carro, o último centavo que tem à sua Igreja, ao seu Pastor.
O umbandista que tem vergonha da sua fé.
O ateu que omite sua descrença
O agnóstico que diz não ter religião mas que tem fé em algo, mesmo sem ter.
É o filho que sabe que a mãe gosta mais do seu irmão, e se acostuma com a dor da exclusão.
É a filha que normaliza dentro de si, o orgulho do pai ao andar com os irmãos, e com ela certa retaliação.
É a Mãe e o Pai que já lavaram as mãos para o filho amante da contramão.
É o namoro em que um dos pares tem vício em trair, sabendo que o outro sempre perdoa.
É o casamento que já chegou ao fim, e nenhum dos dois tem coragem de dele sair.
É o divórcio que libertou um, e prendeu o outro.
É na solteirice acreditar que ninguém de valor nunca vai amor verdadeiro lhe dedicar.
É aquele que só diz "Amém", cria afeição e até chega a amar e a confiar às correntes que só o querem boicotar, prender, torturar e o mortificar pra vida.
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